CHAPITRE CINQUANTE-DEUX

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° PHILLIP

Me sentei na cadeira e joguei a pasta com raiva na mesa. 

- Assine aqui. - entreguei o contrato de confidencialidade para Monalisa que sorriu. 

- Não... Acho que não posso assinar isso agora. - seus dedos bateram na mesa e eu suspirei. - Estou esperando aquelas comidas gostosas que você oferece a todos que vem aqui... Isso é uma reunião, não é?!

- Olhe aqui, Monalisa, quando isso acabar, você sabe que será demitida. Não aceito funcionário nenhum que tente me manipular ou me ter nas mãos. Assine a porra desse papel antes que eu perca minha paciência com você. 

- Eu gostava quando você estava estressado... Eu ia até sua sala e nos divertíamos... Eu sempre estive ali por você, Phillip. Por que escolheu ela?!

Apertei a testa e suspirei. 

- Assine isso e me fale o que quer. 

Seu sorriso ficou largo. 

- Tudo isso por que não quer que ela saiba que é bastarda?!

Bati na mesa e apontei para ela. 

- Não ouse falar de Violet mais uma vez, não fale isso nunca mais, não tente usar alguma coisa contra ela, Monalisa. Você sabe que consigo acabar com com todas as chances de ter um novo emprego apena com um telefonema. 

A caneta começou a rabiscar o papel e aporta se abriu. Sarah apareceu com uma pequena refeição e largou na mesa. 

- Tem cianeto em um deles, boa sorte para os dois. - a porta bateu com força e suspirei novamente.

 Sarah estava aqui há um certo tempo, mas o seu comportamento em alguns momentos não é o esperado. 

- Não vou falar nada. Mas se me demitir, acabo com sua vida. 

Dei risada e balancei a cabeça. 

- Quero ver você tentar, Monalisa. - entreguei sua carta de demissão e fechei meu terno.  - Não tente chegar perto de mim e nem da minha noiva. Pegue suas coisas e saia da nossa empresa agora.

- Nossa?! - ela perguntou batendo as unhas na mesa. - Agora é dela também?

- Por que não seria? Violet será oficialmente minha mulher em pouco tempo, tudo isso vai pertencer a ela e a nossa família. 

Balancei os olhos e imaginei nossos filhos ocupando tudo isso. 

- Você me falava que não queria formar uma família. Eu fiz tudo por você, Phillip! - ela bateu na mesa e levantou. 

Passei a língua nos lábios e a encarei. Ela quer medir força comigo, é isso?

- Eu te defendi, eu te respeitei, eu cresci essa empresa com você, Phillip! - suas mãos foram para seu cabelo e ela se afastou da mesa. - Eu sempre adorei você, sempre fui devota a você. Você tem noção do quanto eu te quero? Você tem noção do que eu faria por você, Phillip? - essa sua última frase saiu baixa, encarei seu rosto vermelho e notei seus olhos marejados.

- Você sabe que eu faço de tudo para ter você, não é?! - sua respiração estava ofegante. Suas unhas apertavam a palma da mão e por um momento imaginei ter visto sangue da sua carne. - Eu não tenho medo de nada para te ter, Phillip. 

Me levantei e me aproximei.

- Vou repetir pela última vez, Monalisa. Tivemos um caso e não passará disso. Tentei me resolver com você antes mesmo de Violet chegar aqui, nos encontramos pouquíssimas vezes, não compreendo essa obsessão e não estou disponível para entende-la. Eu vou me casar, quero que respeite minha mulher e todos que estão nessa empresa. - peguei a pasta e  coloquei em sua mão. - Monalisa Dantes, você está demitida. Pegue suas coisas e se retire da empresa o mais rápido que puder. 

Saí em passos lentos da sala e fechei a porta atrás de mim. Ouvi o barulho de algo quebrando e suspirei, vou descontar do seu último salário.

Agora eu tenho um monstrinho para acalmar. 

(...)

VIOLET CORSANT

Sala de reunião. 

SALA DE REUNIÃO!

É cada uma que me aparece. 

Se eu pudesse pegar Phillip e fazer ele engolir a porra de anel, eu faria. 

Eu afogaria ele na privada, passaria por cima dele com meu carro. Eu o jogaria daqui de cima, depois jogaria essa mesa em cima dele.

O apertaria o seu pescoço e...

- Precisa de um teclado novo, Violet? - Sarah me perguntou e eu percebi o quão forte estava batendo nas teclas. 

- Vou precisar quando quebrar esse na cabeça de Phillip. - disse cruzando os braços. 

Como ele pôde fazer isso?! Aceitou o que aquela desgraçada propôs. 

- Ele me desrespeitou, Sarah. - olhei séria para ela. - Não concorda comigo?! - perguntei indignada ao ver a cara dela. 

- Olha... Concordo, concordo muito. Mas, aqui dentro, Phillip ainda é nosso chefe, assim como é de Monalisa. - franzi o cenho. - Ele precisava escutar, mesmo que você não quisesse, me entende? Ela ainda é uma funcionária. 

Suspirei e assenti. Sarah tem razão.

Em partes, ele poderia ficar na sala dele.

Mas, podia ser algo confidencial, mas...

- Eu acho que precisamos comer. Horário de almoço. 

Peguei minha bolsa e levantei, guardando meu celular na mesma. Andei em silêncio com Sarah até o elevador e ouvi os passos pesados de Phillip. 

Apertei o botão novamente desesperadamente e entrei assim que as portas se abriram.

- Viol! - ouvi sua voz e cruzei os braços.

Filho da puta. 

Encarei o moreno por alguns segundos até a porta se fechar e suspirei. 

Meus pensamentos estão bagunçados, preciso de um tempo longe.

- Você está parecendo uma criança emburrada. 

- Que seja! - balancei os ombros. 

- Não fica brava comigo, amiga... Eu só estou te dando uma opinião de quem está de fora do seu relacionamento, mas que ocupa o mesmo lugar que você aqui dentro. 

Sarah me abraçou e eu sorri, saímos do elevador e eu aguardei do outro lado da rua, esperando a ruiva com seu carro. 

Algo me chamou atenção quando vi um grande cabelo loiro entrar em uma carro conhecido. 

No carro de Ryan. 

- Você viu aquilo? - perguntei a Sarah.

- O que?

- Monalisa entrou em um carro idêntico ao de Ryan.

- Oh, deve ser um táxi, existem tantos carros iguais aqui.

Ela ri e continuo acompanhando o carro com o olhar.

Mas Sarah tem razão.



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MARATONA (2/3)

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora