CHAPITRE CINQUANTE-NEUF

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° VIOLET

- Obrigada. - digo ao receber a conta e pegar a bolsa para puxar o cartão.

- Não se preocupe. - Ryan diz puxando o cartão e aproximando da maquininha. - Vamos, você já fez muito mais por mim.

Sorrio e agradeço a gentileza.

- Posso te levar em casa? - ele pergunta.

- Obrigada mais uma vez, Ryan. Mas Phillip está no caminho. - digo tirando a bolsa da cadeira, olhando o celular.

Phillip já estava aqui, na verdade.

- Não! - ele diz e eu junto as sobrancelhas. - Venha comigo, vamos dar uma volta por aí como os velhos tempo. - ele diz sorrindo. - É só uma voltinha na cidade, faz tempo que não saímos assim. Sem contar que você vive grudada com Phillip, só mais algumas horas não faz mal.

Sorri.

No momento que abri a boca para responder meu celular tocou, mostrando a foto que beijo a bochecha de Phillip na piscina em sua casa.

Ele estava me ligando.

- Meu amor?! - ouço sua voz do outro lado, fazendo meu coração dar um pulinho de alegria pelo apelido.

- Oi, já estou acabando aqui. - digo olhando para Ryan que revira os olhos.

- Certo, estou no mesmo lugar que te deixei.

- Ok, já estou de saída.

- Beijo, estou com saudades. - sorrio e me despeço.

- Phillip já está aqui, Ryan. - digo entrelaçando nossos braços e o guiando para a saída.

- Concordo com Sarah, parece um carrapato.

Saímos rindo e agradeço pela noite maravilhosa que tivemos.

- Quero dirigir seu carro. - digo quando encontro o moreno encostado no carro mexendo no celular.

- Oi? - ele pergunta quando passo as mãos no seu pescoço. - Desculpe, mas ele não funciona com quem diminui ele.

Dou risada e reviro os olhos. Passo a mão nos seus braços e aperto.

- Vamos, amor. - choramingo, tenho certeza que ele não vai negar. - Eu nunca te peço nada, sempre faço o que você pede...

- Como?! - ele diz indignado e eu solto uma risada. - Você nunca faz o que eu quero, muito menos o que peço, esse papel quem faz sou eu.

- Então deixe, estou te pedindo. - sorrio estendendo a mão.

Seu suspiro saí e sinto o peso quase inexistente da chave do carro na minha mão.

Bato palma e beijo seu rosto, e logo depois vou dando pulinhos para o lado do motorista.

- Você poderia abrir a porta do carro para mim. - ouço Phillip dizer enquanto passo o cinto de segurança pelo corpo.

- Como ajeito o banco do carro? - pergunto, ignorando sua alfinetada.

- Há um botão do lado esquerdo, pode apertar.

Passei a mão até achar e senti o banco subir lentamente.

- Gostei desse carro. - digo passando as mãos no volante.

- Gostou?! - percebo a ironia em sua voz.

Ligo o carro e piso no acelerador bem devagar, mas o carro acelera e eu aperto rapidamente do freio, fazendo com que o carro desse alguns pulinhos para a frente.

- Saia do volante, você vai nos matar. - Phillip diz retirando o cinto pronto para vir para meu lugar.

- Ei! - brigo com ele. - Não comprei minha carteira, foi apenas... um erro de adaptação.

Limpo a garganta e faço tudo novamente. Agora, sem erro.

- Viu só?! - digo quando paro no sinal vermelho. - Sou uma ótima motorista.

- Sim... Claro. Você só quase matou o gato.

- Mentiroso! - bati em sua perna e prestei atenção no pequeno sorriso que apareceu em seu rosto.

Estiquei a mão e fiz carinho no seu cabelo sedoso.

- Como foi com seus pais?! - pergunto depois de passar no sinal verde, entrando numa rua.

- Foi... Estranho.

- Por que? - digo juntando as sobrancelhas.

- Nunca fui de brigar ou me estressar com eles.

- E o que aconteceu?

Ouço seu suspiro e espero ele falar, estamos quase na sua casa.

- Entre naquela rua. - ele aponta, desviando o caminho para sua casa

Acenei e segui por aquele caminho.

- É bom ter alguém dirigindo para mim. - ouço o tom leve na sua voz.

- Mas você sempre tem alguém dirigindo para você. - balanço a cabeça.

- Não desse jeito, me sinto uma princesinha. Vamos coloque a mão na minha coxa. - dei risada novamente - Vire a esquerda.

Dei a seta e entrei na rua, sabia que estávamos andando em circulo.

- Acho que briguei com meus pais...

- Acha?! - perguntei olhando para ele.

- É... Eu nunca briguei assim com eles, é estranho, Violet... Por exemplo, eu entendo eles por um lado. Mas, parece que eles não me entendem. Entende?

- Acho que sim... - digo balançando a cabeça. - Quer me falar mais sobre isso?

Ouvi seu suspiro e sua mão passando no cabelo.

- Acho que não. Obrigado mesmo assim. - senti a mão na minha perna e entrelacei nossos dedos.

Eu o amo.

- Uma pergunta, Violet. - Phillip disse enquanto a garagem de sua casa abria.

- Faça. - acelerei novamente, procurando uma vaga no meio de seus carros.

- Você prefere branco ou preto?

Franzi o cenho.

- Acho que prefiro branco, por que?! - parei o carro e tirei o cinto.

- Alto ou baixo?

- Alto, por que?! - olhei para ele séria.

Phillip abriu o porta luvas tirando duas chaves de dentro.

- Escolhe um. - ele balançou.

- O que é isso, Phillip?!

- Violet, da para você escolher um sem questionar?

- Você comprou um carro para mim? - perguntei sem acreditar.

- Um não, quatro, fiquei em dúvida da cor e altura. - o moreno disse na maior naturalidade.

- Enlouqueceu?! Você sabe o que dava para fazer com o preço de um Chevrolet?

- Chevrolet?! - ele franziu o cenho.

- Phillip! - bati no seu braço quando reparei no formato da chave. Um mini carro.

- São Cayenne!

- Jesus Cristo. - balancei a cabeça.

- Você é muito mal-agradecida. - arqueei a sobrancelha quando ele me puxou e deu um leve beijo nos lábios. - Foram à vista, meu amor, reconheça isso pelo menos.

Revirei os olhos e sorri ao sentir os beijos descendo para o pescoço.

- Qual você quer inaugurar primeiro, o branco ou o preto?!

- O seu também não foi inaugurado. - dei risada e subi no seu colo, começando uma série de beijos.

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MARATONA
3/3

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora