CHAPITRE SOIXANTE ET ONZE

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° VIOLET

Entrei na sala e observei os seguranças prontos para caÍrem em Monalisa a qualquer movimento estranho que ela fizesse.

Mel a olhava com pena, mas também com uma frieza desconhecida.

Quando os três notaram minha presença eu senti a atmosfera mudar.

- Viol, já converso com você, pode sair com Sarah e Daniel se quiser. - Phillip me acalmava.

- Já falou a ele? - Monalisa me confrontou

- Jesus. - ouvi Sarah falar atrás de mim.

- Já falou para ele, Violet?! - Monalisa falou alto e veio em minha direção.

Respirei fundo e apertei as mãos quando Phillip entrou na minha frente.

- Tirem essa mulher daqui, vamos resolver isso judicialmente. - respirei fundo segurando seu braço. - Se tentar algo contra Violet, isso daqui vai piorar para você.

Monalisa começou a rir, foi uma risada tão diabólica que engoli seco.

Ela falaria por mim.

- Você não sabe... - ela disse na pausa entra a risada. - Você. Não. Sabe

- Monalisa, minha flor...

- O que eu não sei?! - Phillip me perguntou e eu não consegui mais prestar atenção na conversa de Mel.

- O que eu não sei, Violet? - sua voz era dura.

- Violet está grávida. - Monalisa jogou.

Eu achei que ia desmaiar

Bom, desmaiar não, mas talvez ficar horas olhando para ela sem falar uma palavra.

- No dia que você deixou ela na farmácia, foi para comprar testes, quando não veio trabalhar foi para ir ao médico. Você nunca quis isso Philllip, dê um...

- Sua vadia! - Ouvi o grito de Monalisa quando Sarah avançou contra a mulher a jogando no chão e agarrando seus cabelos

Olhei para Mel que abriu os braços me chamando quando Phillip foi falar com os seguranças.

Agarrei Mel e engoli seco.

Monalisa tirou isso de mim, tirou o meu momento e do meu noivo.

- Já chega! - Phillip gritou e eu me encolhi - Que merda é essa aqui?! Sarah, pare com isso! - Phillip disse alto novamente. - Saiam todos daqui. Menos você. - ele apontou para mim e eu assenti.

Ouvi a porta bater atrás de mim e observei Phillip respirando fundo segurando sua mesa.

- Me expli...

- Eu ia te contar hoje a noite, no jantar. - me expliquei. - Eu tinha tudo planejado mas ela...

- Por que não me contou, Violet?! - dei de ombros tentando dar uma resposta - Porra. - Phillip passou as mãos no cabelo. - Porra, Violet. Me. Conte. O. Por quê.

Respirei fundo e me aproximei.

- Eu estava com medo, não sei como você ia reagir, não sei se você quer, não sei se podemos. Mas, eu ia contar.

Phillip estava vermelho, e suando, nunca tinha o visto assim.

Não parecia sentir raiva, conseguia segurar muito bem.

Eu estava com medo de como ele reagiria hoje, tudo saiu da forma que não planejei.

Apertei meus dedos e o fitei. Não esperava uma resposta, nem acolhimento pela forma que ele soube, mas eu ainda esperava uma reação. Fosse boa ou ruim.

- Você está bravo ? - perguntei depois do longo silencio

Phillip passou a mão no rosto e suspirou, virando o corpo e olhando para fora da janela.

- Vá para casa. - ele disse e senti meus olhos marejados.

- Phillip, eu sei que isso pode ser novo e...

- Isso acontece com todo casal, Violet. - ouvi seu suspiro. - Vá para casa e conversaremos sobre essa coisa. Preciso ir até a delegacia prestar queixa, e contatar algumas pessoas para me livrar dos dois.

Essa coisa.

Essa coisa.

- Em casa conversamos. - ele me olhou e eu assenti respirando fundo.

- Esperarei você. - mordi o lábio. - Olhe, - disse depois de suspirar - fizemos essa coisa juntos, - enfatizei as palavras e Phillip balançou a cabeça - sei que não foi da melhor maneira que descobriu, mas não escondi de você. Esperava esconder meu pequeno disso, dessa reação. - suspirei e andei até a porta, parando a dez passos antes dele - Eu não tinha razão para esconder, nem deixar você descobrir de outra forma como aconteceu, mas ele absorve tudo, Phillip, e minha situação não estava das melhores quando descobri. - limpei minha mão molhada de suor na roupa e o olhei mais uma vez.

- Apenas vá para casa, Violet.

Meu coração pareceu bater um pouco mais devagar e respirei fundo mais uma vez. Preciso entender essa reação, mas não posso deixar de sentir a minha.

- Como quiser. - sussurrei e sai da sua sala.

(...)

° PHILLIP

Essa coisa.

Essa coisa!

Há momentos que eu penso não ter cérebro e há momentos como esse, que eu tenho certeza.

Balancei a cabeça fingindo escutar o que Dylan e meus advogados falavam, mas na verdade não entendi.

Ryan e Monalisa não tinham dinheiro suficiente para bancar um advogado a altura dos meus, o que deixava tudo mais simples.

Eu queria os dois presos, apodrecendo numa cela, mas o caso de Monalisa era muito... Delicado, segundo Rule, um dos advogados, a mulher seria internada, depois pagaria de outra forma.

Internada = a longe de mim e da minha família, perfeito

Mas os dois responderiam por muitas coisas, como estelionato, fraude, falsidade ideológica, cheque sem fundo, Monalisa era envolvida até com roubo, de pequenas coisa, mas era!

O que favorecia o nosso caso.

Enquanto me explicavam tentava pegar o máximo de informação, mas a minha cabeça estava em Violet, na minha casa.

E no bebê.

Porra, eu tenho dinheiro para ter um filho?

Violet e eu nem casados somos.

Bom, podemos adiantar a festa para a semana que vem

E eu posso aumentar o tempo de trabalho para juntar dinheiro para a formatura dele...

- Fora da cidade? - Ouvi Weyn, um dos seguranças falando ao telefone.

- Quem está fora?! - perguntei me levantando, procurando a chave do meu carro.

- Parece que Ryan, senhor, mas vamos encontrá-lo.

- Ah, vão. - disse saindo da sala. - Vamos até o inferno para encontrar.

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora