° Phillip
- Amor, pode me deixar no Sallouit? - Violet me pergunta quando descemos no elevador.
- Não vai jantar conosco, querida? - Melissa pergunta.
- Oh, hoje não. Obrigada pelo convite. - ela sorri e coloco a mão na sua cintura. - Já tinha combinado com um amigo.
- Apareça amanhã, então. Almoce com a família.
- Seria um prazer, certo Phillip?
- Claro. - disse encarando o meu pai.
Gostaria de saber se minha mãe sabia da história, mas ao mesmo tempo algo me deixava com um pé atrás.
- Phillip, vai para casa, certo?
- Sim, mãe, vou deixar Violet e passo lá.
Acenei para os dois e abri a porta do meu carro novo para Viol.
- O que achou? - perguntei quando entrei, passando a mão no painel.
- Do carro? - ela sorri. - É bonito, você fez uma ótima propaganda. Mas o jeep ainda é meu preferido.
- Como?! - senti meu coração doer. Como ela pode falar uma coisa dessa? - Esse carro acabou de ser lançado, a tecnologia dele é...
- Mas eu, prefiro o jeep. - ela diz provocativa. - Gosto de carros altos.
- Porra, o jeep nunca chegará aos pés desse.
Discutimos mais sobre os carros, não me conformo com essa comparação.
Paro na frente do restaurante e beijo seus lábios mais de uma vez.
- Avise-me quando quiser ir, venho te buscar.
- Certo. - Violet me beija e eu me seguro para não levá-la para um canto escuro e...
Jesus, pareço um pervertido.
- Te amo, meu amor. - disse quando vi seu pequeno corpo sair do carro.
Esperei até que ela entrasse em segurança e segui para a casa dos meus pais.
(...)
- Coma mais, querido. Parece cansado, tem dormido bem, Phillip? - minha mãe me pergunta quando põe mais uma fatia de lasanha em meu prato.
Bom, eu ando cansado sim. Mas um cansaço bom, se é que me entende.
- Estou bem, mãe. - limpo os lábios e levo a taça com água para minha boca.
- Violet vai bem? - minha mãe pergunta. - Senti seus olhos tão tristes, meu filho. - ela me olha atentamente. - E posso ver seu preocupação também.
- É... assuntos de família. - dou de ombro passando o dedo na taça.
- Cristina, eu imagino. - meu pai diz, levando o garfo para boca em seguida.
- Não só Cristina. - junto as mãos perto do rosto. - André também. E Ferdinand.
Meu pai começa a tossir, como se estivessem engasgado e minha mãe para o talher no ar me olhando.
Fazendo uma careta logo em seguida.
- Oh... - esse é o barulho que saí de sua boca. - Bom, imagino que ele tenha procurado ela e contado, certo?
- Não. - respondo tentando não mostrar mostrar preocupação e surpresa. Aparentemente os dois sabiam. - André contou. E Cristina. Ah, eu pedi para que contassem, na verdade.
Meu pai da mais um gole no suco de uva e me olha.
- Como diabos você soube disso, Phillip?! - ele me pergunta como se fosse um segredo absurdo.
- Francesco. - sorri da maneira mais cínica possível. - Você já sabia, Melissa?
- Bom... - ela limpa a boca e me olha. - Era impossível não saber, Phillip. Cristina não escondia os casos de ninguém.
Levantei uma sobrancelha.
- Eu peguei seu pai e ela juntos. - ela diz por fim. A decepção e amargura estava em sua voz. - Enlouqueci com a gravidez da mesma, deve se lembrar de algumas coisas, você chegou aqui e eu já suspeitava.
Balanço a cabeça me perguntando como Melissa, minha mãe, foi capaz de aceitar uma traição.
- Se não me engano, quando Violet nasceu você tinha quase dez anos. - ela parece pensativa. - Seu pai e eu passamos um tempo longe um do outro. - Lembro-me quando Vicent inventou uma viagem de quase quatro meses. - Mas, no fim percebemos que nossa família é mais importante.
Ouvi minha mãe limpar a garganta mais uma vez e percebi o olhar do meu pai sob minha mãe.
- Não passou nenhuma vez por sua cabeça que Violet podia ser sua filha? - perguntei a meu pai. - Não passou pelo inferno da sua cabeça que eu poderia me envolver com... com... - respirei fundo pensando em que porra poderíamos ser.
- Phillip, eu sabia de quem ela era filha. Não havia preocupação. - meu pai se defende.
- Não tinha preocupação?! - perguntei, rindo logo depois. - Não tinha porra de preocupação, Vicent? Você já pensou que a porra desse seu círculo de merda está ao meu redor e que em algum momento, como de fato aconteceu, eu poderia saber?
Passo a mão no cabelo.
- Você é a porra de um egoísta. - solto.
- Francesco falou isso porque queria provocar você, Phillip. - ele diz estressado. - Nós prometemos não contar isso para ninguém.
Levanto da mesa revirando os olhos.
Isso é demais para mim.
- Uma promessa, que sensato da parte de vocês. Isso certamente mudaria muita coisa. - digo procurando meu celular no bolso do terno.
Quero saber se Violet está bem.
- Me poupe do seu julgamento, Phillip. - meu pai diz. - Quem saberia que você ia se envolver com essa garota? Nem o pai dela pareceu sem importar.
- Eu vou me casar. - digo balançando a cabeça. - Vou me casar com Violet e não passou pela sua cabeça me contar isso?! Nenhum dos dois teve o bom senso de compartilhar isso comigo? - digo estressado. - Imaginem minha reação e a dela, se estivéssemos de fato casados, dividindo uma casa, uma cama, as empresas, vindo almoçar aqui como uma família feliz - ironizo.
Eu estava por um fio de explodir ali.
Eu nunca escutei tanto absurdo assim, Jesus.
- Vocês imaginam como seria para nós dois saber de tudo isso casados? - aponto para os dois. - A dúvida e o silêncio de todos vocês. Imaginem que interessante. - digo gesticulando. - Eu ia acordar, ver a notícia e falar "bom dia, Violet. Viu que podemos ser meio irmãos?" Olhem que emocionante!
- O que nós fizemos foi para... - Melissa diz.
- Proteger ela?! - pergunto sério. - Porque não tinha nada para me proteger.
Dou de ombros e suspiro.
Nada como um momento em família.
- Dê um beijo em Mary. - digo pegando minhas coisas - Não nos esperem para o almoço amanhã.
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MARATONA
2/3
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Até Que Sejamos Um - Livro 1.
RomanceEm andamento. "Na minha cabeça, nós nos pertencemos, e eu não posso ficar sem você. Por que não consigo encontrar ninguém igual a você? Eu não consigo dormir mais..." Violet Corsant uma mulher dona de si, determinada e forte. Aos 13 anos, depois da...