CHAPITRE CINQUANTE-HUIT

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° Phillip

- Amor, pode me deixar no Sallouit? - Violet me pergunta quando descemos no elevador.

- Não vai jantar conosco, querida? - Melissa pergunta.

- Oh, hoje não. Obrigada pelo convite. - ela sorri e coloco a mão na sua cintura. - Já tinha combinado com um amigo.

- Apareça amanhã, então. Almoce com a família.

- Seria um prazer, certo Phillip?

- Claro. - disse encarando o meu pai.

Gostaria de saber se minha mãe sabia da história, mas ao mesmo tempo algo me deixava com um pé atrás.

- Phillip, vai para casa, certo?

- Sim, mãe, vou deixar Violet e passo lá.

Acenei para os dois e abri a porta do meu carro novo para Viol.

- O que achou? - perguntei quando entrei, passando a mão no painel.

- Do carro? - ela sorri. - É bonito, você fez uma ótima propaganda. Mas o jeep ainda é meu preferido.

- Como?! - senti meu coração doer. Como ela pode falar uma coisa dessa? - Esse carro acabou de ser lançado, a tecnologia dele é...

- Mas eu, prefiro o jeep. - ela diz provocativa. - Gosto de carros altos.

- Porra, o jeep nunca chegará aos pés desse.

Discutimos mais sobre os carros, não me conformo com essa comparação.

Paro na frente do restaurante e beijo seus lábios mais de uma vez.

- Avise-me quando quiser ir, venho te buscar.

- Certo. - Violet me beija e eu me seguro para não levá-la para um canto escuro e...

Jesus, pareço um pervertido.

- Te amo, meu amor. - disse quando vi seu pequeno corpo sair do carro.

Esperei até que ela entrasse em segurança e segui para a casa dos meus pais.

(...)

- Coma mais, querido. Parece cansado, tem dormido bem, Phillip? - minha mãe me pergunta quando põe mais uma fatia de lasanha em meu prato.

Bom, eu ando cansado sim. Mas um cansaço bom, se é que me entende.

- Estou bem, mãe. - limpo os lábios e levo a taça com água para minha boca.

- Violet vai bem? - minha mãe pergunta. - Senti seus olhos tão tristes, meu filho. - ela me olha atentamente. - E posso ver seu preocupação também.

- É... assuntos de família. - dou de ombro passando o dedo na taça.

- Cristina, eu imagino. - meu pai diz, levando o garfo para boca em seguida.

- Não só Cristina. - junto as mãos perto do rosto. - André também. E Ferdinand.

Meu pai começa a tossir, como se estivessem engasgado e minha mãe para o talher no ar me olhando.

Fazendo uma careta logo em seguida.

- Oh... - esse é o barulho que saí de sua boca. - Bom, imagino que ele tenha procurado ela e contado, certo?

- Não. - respondo tentando não mostrar mostrar preocupação e surpresa. Aparentemente os dois sabiam. - André contou. E Cristina. Ah, eu pedi para que contassem, na verdade.

Meu pai da mais um gole no suco de uva e me olha.

- Como diabos você soube disso, Phillip?! - ele me pergunta como se fosse um segredo absurdo.

- Francesco. - sorri da maneira mais cínica possível. - Você já sabia, Melissa?

- Bom... - ela limpa a boca e me olha. - Era impossível não saber, Phillip. Cristina não escondia os casos de ninguém.

Levantei uma sobrancelha.

- Eu peguei seu pai e ela juntos. - ela diz por fim. A decepção e amargura estava em sua voz. - Enlouqueci com a gravidez da mesma, deve se lembrar de algumas coisas, você chegou aqui e eu já suspeitava.

Balanço a cabeça me perguntando como Melissa, minha mãe, foi capaz de aceitar uma traição.

- Se não me engano, quando Violet nasceu você tinha quase dez anos. - ela parece pensativa. - Seu pai e eu passamos um tempo longe um do outro. - Lembro-me quando Vicent inventou uma viagem de quase quatro meses. - Mas, no fim percebemos que nossa família é mais importante.

Ouvi minha mãe limpar a garganta mais uma vez e percebi o olhar do meu pai sob minha mãe.

- Não passou nenhuma vez por sua cabeça que Violet podia ser sua filha? - perguntei a meu pai. - Não passou pelo inferno da sua cabeça que eu poderia me envolver com... com... - respirei fundo pensando em que porra poderíamos ser.

- Phillip, eu sabia de quem ela era filha. Não havia preocupação. - meu pai se defende.

- Não tinha preocupação?! - perguntei, rindo logo depois. - Não tinha porra de preocupação, Vicent? Você já pensou que a porra desse seu círculo de merda está ao meu redor e que em algum momento, como de fato aconteceu, eu poderia saber?

Passo a mão no cabelo.

- Você é a porra de um egoísta. - solto.

- Francesco falou isso porque queria provocar você, Phillip. - ele diz estressado. - Nós prometemos não contar isso para ninguém.

Levanto da mesa revirando os olhos.

Isso é demais para mim.

- Uma promessa, que sensato da parte de vocês. Isso certamente mudaria muita coisa. - digo procurando meu celular no bolso do terno.

Quero saber se Violet está bem.

- Me poupe do seu julgamento, Phillip. - meu pai diz. - Quem saberia que você ia se envolver com essa garota? Nem o pai dela pareceu sem importar.

- Eu vou me casar. - digo balançando a cabeça. - Vou me casar com Violet e não passou pela sua cabeça me contar isso?! Nenhum dos dois teve o bom senso de compartilhar isso comigo? - digo estressado. - Imaginem minha reação e a dela, se estivéssemos de fato casados, dividindo uma casa, uma cama, as empresas, vindo almoçar aqui como uma família feliz - ironizo.

Eu estava por um fio de explodir ali.

Eu nunca escutei tanto absurdo assim, Jesus.

- Vocês imaginam como seria para nós dois saber de tudo isso casados? - aponto para os dois. - A dúvida e o silêncio de todos vocês. Imaginem que interessante. - digo gesticulando. - Eu ia acordar, ver a notícia e falar "bom dia, Violet. Viu que podemos ser meio irmãos?" Olhem que emocionante!

- O que nós fizemos foi para... - Melissa diz.

- Proteger ela?! - pergunto sério. - Porque não tinha nada para me proteger.

Dou de ombros e suspiro.

Nada como um momento em família.

- Dê um beijo em Mary. - digo pegando minhas coisas - Não nos esperem para o almoço amanhã.

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MARATONA
2/3

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora