° PHILLIP
Estava sentado numa área reservada à empresa, onde funcionários podiam desfrutar do ambiente sem pagar nada, precisavam apenas apresentar o crachá para confirmar que faziam parte da equipe.
Hoje estava com um certo movimento, já tinha visto muitos rostos conhecidos, inclusive Monalisa, com quem vou falar quando essa conversa terminar.
Estava com o jornal na mão quando o homem chegou.
Estava com luvas e bem agasalhado, o clima estava estranho em Nova York.
- Bom dia, Phillip. - me estende a mão a apertando.
- Bom dia, André. Quer alguma coisa?
- Não, obrigado. Estou com uma certa pressa. Meu tempo hoje é curto. - ele bate os dedos na mesa, mania que reconheço de Violet. - Como vão as coisas?
- Vão bem, obrigado, e com você? - pergunto apenas por educação. Conviver com Cristina deve ser um porre.
- Do mesmo jeito... Mas, não podemos reclamar. - ele sorri. - Qual o assunto importante?
Mexo na minha gravata e me aproximo dele. Sei que o assunto deve ser tratado com certa segurança, mas a música e o barulho das outras conversas tiravam o foco da nossa.
- Violet.
Percebi seu semblante mudar, a preocupação tomou conta do seu rosto.
- O que tem a minha filha?
- Olhe, não quero parecer invasivo, mas creio que esse assunto é do seu interesse. - dei um gole no café. - Quando viajamos, acabei tendo uma discussão com Francesco... Ele acabou me dando informações que podem chegar aos ouvidos de outras pessoas...
- Quais informações são essas, Phillip?! - fui interrompido.
Percebi Monalisa próxima, me rondando. Sabia que estava tentando ouvir ou entender o que estava passando na mesa.
- Que ela pode não ser sua filha. - disse com calma e com a mão cobrindo parte da boca.
André ficou mudo e tão pálido que me assustei.
Reparei em Monalisa novamente, parecia estática.
Puta merda.
- Entenda, - continuei quase sussurrando - Viol faz parte de minha vida, quero ela bem e sem surpresas. Você sabe o que ele faz, devia estar preso há muito tempo. E você sabe do que ele é capaz também, ele me contou, assim como pode ter contado para qualquer um nesse lugar.
- Você contou para ela?! - foi o que saiu da sua boca depois de minutos em silêncio.
- O que?! Não! Esse é um assunto que você deve tratar com ela e... Todos os envolvidos.
André me olhou e franziu o cenho.
- Você sabe do seu pai, certo?!
- Sim. - suspirei - Vou falar com ele também, minha mãe precisa saber.
- Exato... Todos pensam que meu relacionamento foi destruído por minha causa, porque eu traí, porque eu abandonei a família, mas... Mas a verdade é outra, Phillip. - ele me olhou. - Ela destruiu o nosso casamento quando se envolveu com todos do meu círculo. Violet é só uma vítima das coisas de Cristina.
- Eu sei... E é por isso que preciso que fale com ela. Não vou conseguir esconder isso por muito tempo. - olhei para seu rosto e fiz a pergunta que me consumia desde o momento que soube. - O pai, André... Você... Você sabe quem pode ser?! - ele assentiu.
Olhei para os lados e não vi a loira por perto. O que pode ser bom...
Ou muito ruim.
- Francesco não sabe disso, mas sei quem é o pai dela, por isso ele está longe.
Franzi o cenho percebendo de quem ele está falando.
- Ferdinand?! - ele balançou a cabeça novamente. - Ele não é gay?
- Não. Quer dizer, não sei. Não sei nada sobre a vida dele.
- Caralho...
- Pois é, essa história é uma grande confusão... Eu quero contar a ela, mas não quero prejudicá-la. E agora seria horrível, sua formatura é semana que vem.
Olhei sério para ele. Por quê não sei disso?
- Ela não me falou sobre a formatura.
- Não?! - ele me olha confuso. - Ela parece ansiosa.
Passo a mão na barba e suspiro. Preciso conversar com minha mulher sobre isso.
- Olhe, Phillip... Sei que se preocupa com Violet, mas quero pedir que não comente com ela sobre isso. Deixe que eu fale.
- Não vou tirar isso de você. - balanço a cabeça - Nesse assunto eu não posso me meter.
Nos despedimos e fui atrás do meu outro problema.
Monalisa.
(...)
- Quero falar com ele agora. - ouvi as vozes de longe.
- Você não pode entrar aí. Phillip nem aí está. - essa é a voz da ruiva.
Me aproximei em passos lentos, não posso me estressar agora.
- Olhe, - essa a voz de minha Viol. - Nem se ele estivesse aí você entraria, Monalisa. Você não pode sair do seu posto de trabalho, que não é aqui, e exigir uma hora com Phillip. - ela parecia brava. - Qual o assunto que deseja tanto falar com ele?!
Limpei a garganta e voltei a atenção das três para mim.
A loira sorriu quando me olhou de cima a baixo. Franzi o cenho quando observei seu casaco. Violet tem um igual a esse.
- Monalisa pede uma reunião com você, Phillip. - Violet é a primeira a falar, observo seu sorriso travesso. - Mas, já disse que não há horário para ela. Seu próximo trabalho começa em uma hora.
Odeio acabar com isso, até porquê, um sorriso de vitória estava no seu rosto.
Mas é para o seu bem. Precisa dar um fim nisso.
- Então mandem arrumar a sala 00 de reunião. - era a menor que tinha.
- O quê?! - Sarah e ela falaram juntas.
Monalisa sorriu para mim e olhou para as duas que não entendiam nada.
- Encontro você lá, chefinho.
Ouvi o barulho de seu salto e a porta do elevador abrir.
Meus olhos procuraram Violet que já estava sentada em sua cadeira emburrada. Podia sentir sua raiva nos dedos enquanto digitava alguma coisa.
Jesus Cristo me ajude hoje.
- Violet. - chamei
- Pois não?! - perguntou com os olhos vidrados no computador.
- Por que não me contou sobre sua formatura?
Violet me olhou séria.
- Não te contei porque não tenho interesse em participar.
- Mas é um passo importante, vai gostar de comemo...
- Vou gostar de ficar na minha casa, sem barulho, sem estresse e fazendo algo que eu goste. Sua reunião já vai começar. Não se atrase.
Suspirei e segui para a sala, eu não tenho um dia de paz?
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VOLTEI COM A MAIOR CARINHA LISA DO MUNDO! APROVEITEM, AMORES.
MARATONA (1/3)
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Até Que Sejamos Um - Livro 1.
RomanceEm andamento. "Na minha cabeça, nós nos pertencemos, e eu não posso ficar sem você. Por que não consigo encontrar ninguém igual a você? Eu não consigo dormir mais..." Violet Corsant uma mulher dona de si, determinada e forte. Aos 13 anos, depois da...