CHAPITRE SOIXANTE-HUIT

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° VIOLET

Deixei o café pronto para meu pai e esperei na sala, André desceu com a maior cara de ressaca e com um short de Phillip que tinha ficado aqui, aquilo viraria uma grande pirraça para meu noivo.

- Bom dia. - ele me desejou rouco.

- Bom dia. O café está na mesa, vamos? Estou faminta.

Uma das coisas que mais percebi é que meu bebê é faminto, ele sente fome de tudo e o tempo todo.

Seguimos para a cozinha e nos sentamos, em silêncio.

- Como está? - André me perguntou

- Bem e você? - tentei sorrir enquanto dava uva a Agnaldo.

- É, bem - ele deu de ombros - Sentindo sua falta.

Ele segurou minha mão e eu apertei.

- Eu também, papai, eu também.

André sorriu ao ouvir, parecia aliviado.

- Fiquei com medo de te perder, meu amor. De verdade, eu estava com medo de querer cortar laços comigo então eu deixei, mas eu não vivo sem você, minha filha. Você e seu irmão são tudo para mim.

Levantei da cadeira indo abraçar ele e beijar o topo da sua cabeça, como sempre fiz.

- Eu te amo, papi. Você é tudo para mim.

E de verdade, André sempre será a minha base, ele e Phillip são as duas pessoas que sempre quero contar a minha felicidade e até partilhar da minha dor.

Os dois homens da minha vida.

- Temos tanto que conversar, meu amor. Quero saber do seu noivado, de como está se sentindo... Tudo. - ele pegou minhas mãos.

- Certo. - dei a volta e sentei na cadeira para voltar a comer. - Estou me recuperando, papai. Acho que é um processo chato, doloroso e que requer tempo. - ele assentiu e eu passei manteiga no pão. - Não sou mais criança, tenho noção de que você é e sempre será o meu pai, Ferdinand teve muito tempo para me procurar, se aproximar, acho que não quero isso, entende? - olhei para ele - Um dia, pode ser que eu me arrependa, mas meu pai é você, e isso basta.

- Então não vai encontrá-lo com Gregório? - dei de ombros.

- Encontrá-lo talvez, porque sei que Sarah estará com Gregório, quero prestigiar a minha amiga, se ele me procurar, tudo bem, do contrário, não irei falar com ele, acho que prefiro que continue assim.

- Certo, meu amor. Imagino que esteja confusa com tudo.

- Demais! - bebi do suco de laranja - Mas tenho outras coisas para me preocupar agora... - passei a mão na barriga e olhei para meu pai que arregalou os olhos. - Agora será vovô de dois.

André estava pálido, branco feito papel, por um momento achei que ia desmaiar.

- Vou matar aquele ordinário, como ele pode fazer isso?! Ele saiu comigo e não me falou nada!- percebi a fúria em seu olhar e me apressei em explicar.

- Ele ainda não sabe, - justifiquei - estou esperando o momento certo. Tivemos alguns problemas também, mas Phillip é... incrível.

- Eu vou arrancar as bolas daquele menino com uma faca, Violet, vou torturar ele e fazer com que não tenha mais filhos, eu vou levar ele para um lugar fechado e...

- Papai! - chamei seu atenção. - Não fará nada disso.

André veio até meu encontro e me puxou para um abraço com os olhos marejados.

- Ah, Violet... Você cresceu tanto... Está noiva, formada, grávida! Meu bebê que agora é uma mulher e vai me dar um neto. - ele riu e fez carinho na minha barriga. - Ou uma neta! - ele riu de novo. - Como eu te amo, Violet...

Sorri com os olhos cheios de lágrima, meu pai, meu verdadeiro pai, está feliz pelo meu bebê.

Depois de terminar meu café, fiquei conversando com meu pai e assistindo alguma bobagem que passava na tv.

Recebi uma mensagem de Phillip com o nome e localização do The Modern, restaurante que iríamos, infelizmente ele não ia conseguir passar na minha casa e André me levaria.

Subi para tomar um banho demorado com direito a tudo. Lavei cabelo que mais parecia um ninho de cobra esses dias e hidratei, cuidei bastante da minha pele e fui para meu quarto.

Abri meu guarda-roupa e busquei entre os meus novos presentes - dados por Phillip - alguma coisa para hoje.

Separei minha meia calça preta, a saia bege que vai até metade da minha coxa, uma blusa preta de manga longa e minha bolsa preta com um H enfeitando ela.

Meus acessórios eram os mesmos de sempre, meu anel de noivado, a corrente que agora não tirava por nada, meu relógio e pulseiras douradas.

Prendi duas mechas do meu cabelo para trás e prendi com elástico, os cachos estavam lindos hoje.

Passei gloss nos lábios e olhei meu celular, ao abrir a conversa com Phillip vi a imagem que ele tinha mandando.

"Pronto para encontrar você!"

Cabelo bagunçado, óculos, botões abertos... Phillip sabe que não precisa de muito para me provocar, e bom, eu aprendo rápido.

Sentei na cama puxando a saia para cima e abrindo apenas um pouco de minhas pernas. Acho que algumas pessoas não prestariam atenção nesse gesto, mas eu sei que ele, sim. Minha mão esquerda encontrou a minha clavícula e afastei o cabelo do meu rosto, para que ele reparasse bem, especificamente na minha boca.

"Pronta para você."

Sorri e calcei meu coturno preto, o salto nem era tão alto.

Guardei meu carregador, gloss, blush e umas balinhas de morango.

Saí do quarto e encontrei meu pai sentado no sofá.

- Vamos?!

- Vamos... Uau, minha filha... Phillip merece isso tudo? - ele disse me abraçando e eu ri. - Vai contar a ele hoje?

- É o melhor a se fazer, certo? - senti um frio na barriga e ouço as palavras dele sobre esperar mais um pouco.

Tudo precisa dar certo.

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora