CHAPITRE ONZE

246 32 32
                                    

ºVIOLET CORSANT

NOVA YORK

Terminamos tudo antes do meu horário finalizar. Eu me sentia melhor, mas não queria ir jantar com Matthew, e parece que Phillip já tinha percebido isso.

Estava sentada no seu sofá olhando para um ponto fixo da parede quando ele chegou andando igualzinho o Agnaldo.

- Precisa de alguma coisa? - Pergunta sentando no braço do sofá.

- Não, acho que já vou para casa. Acho que é até melhor, posso trocar de roupa e ficar mais apresentável... - Digo fungando o nariz e encostando a cabeça nas almofadas do sofá.

- Quer mesmo ir a esse jantar? Posso falar com Math, sei que ele vai entender.

Fechei os olhos pensando sobre isso. Mas, se eu fosse para casa as coisas vão piorar.

- Não precisa, obrigada. Já estou bem melhor. - Olhei a hora no relógio e me levantei. - Vou tentar achar um táxi.

Ele olhou para o chão balançando a cabeça e apontou para a porta.

- Eu te levo... - Diz me olhando com um pequeno sorriso.

- Você está machucado, não precisa.

- Sem show, lápis de cor. Já passei por coisa pior. E... podemos ir com meu motorista.

- Ok, pode ser. - Assenti apertando minha bolsa no corpo. Ele calçou o sapato social que estava do lado da porta e eu franzi o cenho. Uma camisa branca, calça moletom e sapato social. Um belo cartão postal. Entramos no elevador e ele apertou o botão que nos levaria a garagem. - Queria te pedir uma coisa. Uma não, duas. - O olhei.

- Peça. - Ele encostou o pé machucado no outro, será que estava incomodando?

- Posso pedir que toquem outra coisa no seu encontro de negócios? - Engrossei a voz. Ele negou com a cabeça. - Por favooooooor!

- Não posso permitir, algumas pessoas presentes amam música clássica e preciso agrada-las.

- A gente pode mudar, algumas músicas atuais, mas deixamos o piano, o violino... Só para dar uma mudada, por favoooor - Pedi parecendo o gato de botas.

- Certo. MAS, tenho um pedido. Quero que toquem Ludovico Einaudi sempre.

- Certo, certo, certo. Vou pedir para tirarem o veneno do seu prato.

- Ah, eu agradeço pela gentileza. - Sorrimos e a porta abriu. Seguimos até um carro que já estava com a porta aberta com um moço a segurando.

- Boa noite, senhor Maxwell. Boa noite, senhorita. - O ogro o ignora, nem um sorrisinho e entra no carro.

- Boa noite. Como vai? - Pergunto querendo ser simpática mas ele apenas sorri.

- Você, Phillip, é a pessoa mais mal educada que eu conheci na minha vida.

- Isso porquê trabalha só há três dias comigo.

- Por que não respondeu ele? Sua língua ia cair? - Pergunto colocando o cinto e cruzando os braços olhando para ele.

- Não tenho obrigação de falar com ele, mas ele tem a obrigação de falar comigo, entenda. A mesma coisa se aplica para você.

Revirei os olhos e o encarei. O motorista entrou no carro começando a dirigir.

- Você não é melhor que eu e ele. Você tem sim a obrigação de falar com cada pessoa que trabalha com você, porque entenda, ninguém em sã consciência escolheria trabalhar ou ficar no mesmo ambiente que você. Essa sua prepotência e arrogância vão acabar com tudo que tem. - Olhei para a janela com a cara emburrada.

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora