CHAPITRE CINQ

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°VIOLET CORSANT

NOVA YORK

Uma das coisas que mais admiro nas pessoas é quando conseguem acordar cedo e de bom humor. Ou eu acordo cedo. Ou de bom humor.

Mas se tem uma coisa que eu amo, é fazer exercício pela manhã. Contraditório, não?! Estava correndo de volta para meu apartamento, o cabelo preso num rabo de cavalo que às vezes batia no meu rosto, mas eu não me importava.

Acenei para o porteiro que sorriu retribuindo e subi as escadas, não pegaria o elevador depois de sair da academia e de correr por quase 30 minutos.

Hoje eu tinha um grande desafio, chegar cedo no trabalho. Eu tinha duas opções, a primeira: me arriscar e sair às 7h podendo me atrasar. A segunda: sair às 6:45 e ter um tempinho antes de começar a trabalhar. Depois do que aconteceu, a segunda opção é a melhor.

Cheguei em casa e comecei a tirar a roupa, Agnaldo estava comendo em seu pratinho, assim que me viu veio em minha direção e eu fiz um carinho rápido nele. Esse pato foi o último presente da minha avó, ele já é um pouco velhinho mas eu o amo tanto...

Fui para meu quarto com a blusa no meu braço esquerdo, a deixei em cima da cama, tirando meu tênis e o restante da roupa. Entrei no banheiro e comecei a minha rotina, passei um esfoliante no corpo, óleos e sabonetes, eu gosto disso tudo. Ao sair do box fui para a pia e escovei os meus dentes, pegando rímel e gloss para passar, é muito cedo para fazer uma maquiagem, mesmo que seja simples.

Abri meu guarda-roupa e procurei uma roupa. Escolhi uma calça de alfaiataria vinho, uma blusa canelada de manga comprida e um salto branco. Linda com meu saco de batata, dei uma risadinha ao lembrar disso. Procurei alguns acessórios como brincos, pulseira e meu inseparável relógio. Depois peguei minha bolsa e computador.

Às 6:28 saí de casa e fui para o elevador. A sensação de entrar aqui estando vazio é a mesma de entrar em casa e não ter nada para fazer, encontrar tudo limpo. Me mudei para cá porquê era mais em conta e futuramente ia encontrar um melhor, mas acabei me acostumando.

Não é que aqui seja ruim, mesmo com os vizinhos gritando toda hora, tendo muito problema na energia e água semanalmente, tendo moradores com olhares estranhos, barulhos estranhos de madrugada, juro que ouço até vozes e passos... Mas isso são detalhes, apenas isso.

Judite resolveu não dar trabalho hoje, deixaria meu carro numa oficina próxima a empresa para ver os motivos de seus problemas, esse carro precisa parar de me dar trabalho! Hoje estava nublado e cinzento. Na minha cabeça cinza é a cor de Nova York, tão misterioso.

É incrível como o ar muda assim que chegamos em um espaço onde só existe ricos ou coisas para ricos, estava chegando no trabalho. As casas mais simples daqui valem o dobro da minha. Mamãe costumava me arrastar para cá quando eu era mais nova, eu detestava! Era totalmente sem necessidade, não precisávamos de metade das coisas que ela comprava.

Deixei minha criança na oficina e andei pela rua tentando não ser levada pelas as outras pessoas que passavam por ali. Entrei no Marinny's pedindo aos deuses que eu não encontrasse aquele maldito novamente. Pedi um cappuccino e croissant, depois disso sentei numa mesa do lado da janela. Peguei A corte de névoa e fúria, livro que já estava na bolsa e comecei a ler. Leio desde muito nova e não consigo me imaginar sem esse hobbie.

O moço entregou o meu pedido e eu agradeci. A relação de Tamlin e Feyre era bonita, mas quem já saiu de um relacionamento abusivo como eu, reconhece algumas coisas feitas por ele. Algumas atitudes dele são inexplicáveis.

Estava distraída quando a cadeira na minha frente fui puxada. Olhei para cima e vi Anthony sorrindo para mim.

- Bom dia, Violet. - Sorri piscando lentamente e pega minha mão a beijando.

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora