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VINNIE

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VINNIE

BBC News está ligada no escritório. Estou esperando Amanda Beck para uma reunião sobre os negócios da família, aparentemente eu preciso assinar mais uns papéis que ficaram faltando mas ela está em reunião com outra pessoa. Amanhã Maya está voltando da sua viagem de Las Vegas, ela pretende expandir o negócio para a Cidade do Pecado. Vai ser uma baita concorrência, afinal existem cassinos a cada esquina daquela cidade, ela precisa encontrar uma ótima localização para conseguir popularidade e desafiar os melhores cassinos por lá. Irei pessoalmente buscá-la no aeroporto para pedir desculpas pelas minhas palavras de alguns dias atrás.

- Notícias de última hora! O jato particular de uma das famílias mais influentes de Nova York foi visto caindo na Baía Lower pegando fogo em um dos motores. Os bombeiros foram socorrer eles com barcos e até mesmo com um helicóptero.  - diz uma jornalista loira e eu me levanto do sofá. - Infelizmente o mordomo, Willard Guees, morreu com o impacto. Zeke Royal, o piloto, está em coma enquanto Maya Vitale, dona dos Cassinos Vitale e mais uma rede de hotéis e baladas, está em estado grave. Nesse momento está passando por uma cirurgia cardiovascular no Hospital Presbiteriano Columbia e Cornell de Nova York, em Manhattan.

Porra. Porra, porra! Não pode ser. Adrenalina corre por todo o meu corpo e de repente um gelado. Vou até a secretária de Amanda e a peço para adiar minha reunião para semana que vem. Desço até o estacionamento e entro em meu carro.

Minha Maya. Minha Maya está em estado grave no hospital. Ela me disse que só chegaria em Nova York amanhã e eu iria buscar ela no aeroporto. Bato a mão no volante, eu te odeio Universo por fazer isso acontecer, eu te odeio. Ela não pode morrer agora. Ela não pode morrer. Mal percebi quando eu já estava saindo do carro já estacionado em frente ao hospital, corro até a porta giratória para então ir até a recepção. Ela não morreu ao cair daquele barco quando era criança, não morreu quando foi drogada, não morreu quando ela caiu novamente do barco em Março, não morreu com o impacto e não vai morrer agora. Não agora, por favor? 

- Maya Vitale, sou o namorado dela. Me chamo Vincent Hacker. - por causa de uma aposta. Sou o namorado dela por causa de um caralho de aposta que eu coloquei em jogo e se eu não tivesse feito, ela poderia nunca ter ido passar o ano novo em Aspen comigo, talvez eu nunca teria me apaixonado por ela, talvez eu nunca teria comprado aquele colar e nem teria transado todas aquelas vezes, nunca a teria beijado na chuva. - A mãe dela está em Miami e o pai morreu, sou o único aqui por enquanto.

- Ela acaba de sair da cirurgia e está na UTI. Está muito tarde para visitas mas como o senhor é o único presente o quarto é o 1829, no quarto andar. - a recepcionista diz e eu faço que sim com a cabeça. 

Corro até o elevador. Meus pensamentos não entram mais em sintonia, não fazem o menor sentido. É tanta coisa na minha mente que eu não consigo pensar direito. Parece que demora milênios para chegar no quarto andar mas, quando a porta finalmente se abre, eu ando rápido até o quarto em que a moça disse que ela estava. Meu coração está acelerado, minhas mãos e meu corpo estão tremendo e minha respiração está desregulada. Eu abro a porta e vejo Maya. Ela tem um olho roxo, partes de seus braços e uma de suas pernas estão roxas, sua outra perna está engessada, o que significa que ela quebrou ou algo do tipo durante a queda. Felizmente ela não está entubada e isso me causa um alívio. Caminho até ela e eu, com cuidado, me sento ao seu lado na cama. Pela segunda vez eu estou num hospital com ela, ela está mal e eu sou o culpado disso tudo.

- Maya. - eu murmuro. Mal percebi quando as lágrimas começaram a rolar em meu rosto - Me desculpe... - eu pego em sua mão e a coloco sobre a minha. Me curvo com cuidado para beijar sua mão - Eu sou um completo idiota e eu nunca deveria ter falado tudo o que eu disse naquela festa. 

- Ai, meu Deus, ela está viva! - uma voz feminina diz atrás de mim e eu limpo meu rosto com a mão, antes de me virar para Zendaya. - Ela está viva. - ela parece repetir para si mesma - Porra, viva. Ela está respirando e viva.

- Sim, ela está. - uma médica, um pouco mais baixa que Zendaya, aparece atrás da mesma. - Eu sou a doutora Kendra Clifford e sou a médica da senhorita Vitale. - e então ambas entram na sala. Kendra não deve ter mais de 50 anos, seus cabelos são loiros e seus olhos são azuis, o que faz um lindo contraste com sua pele escura.

- Sou Vincent, o namorado e ela é a Zendaya, a melhor amiga. - eu nos apresento - Me diz que ela vai ficar bem, por favor? - não posso vê-la em um caixão. Não posso ver sua boca não ter mais cor, não posso ver seus ombros pararem de subir involuntariamente por conta de sua respiração e nem as suas provocações. Eu não posso, não posso, não posso. 

- Maya é uma mulher forte. Ela, apesar de seu coração ter parado de bater durante a cirurgia, fez esforço para voltar a vida. Seu coração sofreu com o acidente e a aorta principalmente, tive que reconstruir uma parte dela. - a mulher fala e eu volto a olhar para a Maya - Seus pulmões não foram tão afetados e ela não precisa ficar entubada, já que sua oxigenação é boa. Ela irá ficar 48 horas aqui na UTI em supervisão, em qualquer momento ela deve estar acordando.

- Obrigada, doutora.- ouço Zendaya agradecer - Muito obrigada.

- Você é que é o contato de emergência dela, certo? Preciso que venha comigo para ver alguns papéis. - a médica diz e eu ouço passos indo para fora do quarto. 

- Eu perdi, Maya. - eu murmuro. - Eu perdi a aposta. Eu perdi há muito tempo - acaricio a parte de cima da sua mão com o meu polegar - Eu não queria te perder ao te contar que eu estou apaixonado por você porquê talvez todo esse tempo em que passamos juntos você estava blefando, mas aqui estamos. Eu quase te perdi quando aquele avião caiu e durante a cirurgia. - as lágrimas caem novamente - Porra. Por que é tão difícil te amar? Por que nossos pais nos deixaram fazer esse tipo de coisa? Agora você está na cama de um hospital e eu estou confessando os meus sentimentos para você. - eu digo e tenho a esperança de ela estar ouvindo isso. - Eu só estava me apaixonando...

Puxo um talão de cheque de dentro do paletó em que eu estou vestido e eu, meio sem jeito, assino. U$10 milhões de dólares vindos diretamente da minha conta. Eu me estico e dou um beijo demorado em sua testa.

- Eu te amo, princesa. - e então eu deito sua mão novamente no colchão do leito e me levanto. Saio do quarto, onde eu encontro Zendaya. Eu rasgo o papel do cheque e entrego a ela - Não questione, apenas entregue isso a Maya quando ela acordar e ela irá saber sobre o que isso é. Eu preciso tomar um ar. Juro que volto amanhã de manhã.

E então eu saio. Eu saio do andar. Saio do hospital. Saio e ando pelas ruas de Nova York e penso: onde eu me meti? Como eu vim parar nessa situação? Como eu me apaixonei por essa garota?

Paro em frente a um estúdio de tatuagem. Tanta merda já aconteceu na minha vida, acho que fazer mais uma não vai fazer tanta diferença. Estou impressionado por estar aberto a essa hora mas essa cidade que nunca dorme.

- Olá, seja bem-vindo a nossa loja. Como eu posso te ajudar? - pergunta uma garota de cabelos azuis cacheados, uma pergunta clássica, claro.

- Oi, boa noite. Eu só quero fazer umas tatuagens - eu me encosto no balcão e olho para as minhas mãos - Naipes. Quero fazer naipes nas laterais dos meus dedos. - digo, indicando para ela - Apenas o contorno, sem preencher. Não me importo com o preço.

- Pois bem, veio ao lugar certo. Eu só preciso do seu nome, identidade, sua assinatura e seu cartão. - ela sorri. Não é um dia bom para sorrir.

𝐌𝐈𝐋𝐋𝐈𝐎𝐍 𝐃𝐎𝐋𝐋𝐀𝐑𝐒  ღ  𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩𝘢𝘤𝘬𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora