𝐌𝐈𝐋𝐋𝐈𝐎𝐍 𝐃𝐎𝐋𝐋𝐀𝐑𝐒 ღ 𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩𝘢𝘤𝘬𝘦𝘳

016.

VINNIE

Acordo com o sol em meu rosto. Sim, eu estava bêbado mas não o bastante para ficar completamente mal, eu dei uma forçada ontem a noite apenas para saber o que ela faria. Ela fez perguntas sobre meu pai, se ele conhecia o pai dela antes de ir pra Los Angeles, o que não faz sentido, e perguntou o porquê os Hackers insistiam tanto no negócio com os Vitale mas eu não sabia o que responder e por isso enrolei ela.

Me sento na cama e vejo uma bandeja em cima do criado-mudo branco ao lado da cama com um pacote de pó efervescente, um remédio e água. Eu pego pacote e o copo e então coloco o pó dentro da água e mexo o copo para misturar o líquido borbulhante, assim virando o copo.

Pego minhas roupas no chão e as visto. Saio do quarto enquanto tento ajeitar o meu cabelo e vejo três portas. Que merda. Abro a porta a minha esquerda e encontro um banheiro, há produtos em cima da bancada. Não vai ser por aqui que você irá sair, Vinnie. Abro a porta a minha frente e vejo um quarto com vista para o Empire State, uau... Isso que é vista. Esse aqui deve ser o quarto de Maya mas porquê no andar de baixo e não no superior? Saio do quarto da garota ao perceber que ela não estava lá e me encaminho para a última porta que me leva para um corredor grande que vai de encontro com a sala, tem outra porta a minha direita e entro nela para finalmente encontrar a morena. Pra quê um apartamento com tantas paredes? Apartamento aberto é tão melhor e mais prático...

- Bom dia, Vincent. Você acorda tarde. - ela diz enquanto está sentada num banco alto e apoiada na bancada da ilha da cozinha distraída com algo no celular e um copo com algo quente dentro - Tem waffles pra você e, caso queira, chocolate quente.

- Essa situação toda não vai ajudar a gente em nada, sabia? - eu me coloco do lado dela e ela deixa o celular no mármore assim se virando para mim e dá um gole em sua bebida.

- Foi você quem bebeu, eu não te forcei a nada. - ela olha para mim com inocência e eu fecho meus punhos para segurar minha indignação com tudo isso. Ela ainda se faz de sonsa nossa que filha da puta.

- Se você me tratar como se eu fosse o seu inimigo, eu vou tratar você como minha inimiga e nós não vamos cumprir com esse trato. - digo tentando agir de forma calma e ela volta a mexer no celular mas eu o pego de sua mão.

- Eu juro que se você não me entregar o celular agora eu vou socar você, Hacker. - ameaça e eu levanto as minhas sobrancelhas.

- Nós vamos conversar de adulto para adulto, você vai parar de agir do jeito que está agindo e nós vamos ser um casal. - falo com autoridade. Ela soca meu estômago e eu coloco minha mão na frente da minha barriga - Caralho, Maya! 

Ela toma o celular da minha mão e o coloca em seu bolso. 

- Eu disse que iria te socar. - termina de tomar sua bebida e se levanta para colocar na pia - E tudo bem. Vamos agir como um casal normal, está bem? Te amo, vida. - ela abre um sorriso e dá um beijo na minha bochecha para em seguida para de sorrir - Prefere que eu seja assim?

Ela sai da cozinha em direção ao seu quarto e eu a sigo, apesar de estar com fome.

- Maya, aja como uma pessoa normal por pelo menos uma vez na vida! - eu puxo seu braço antes de ela entrar no quarto e ela se vira para mim - Seja aquela garota da noite do aniversário da minha mãe em que eu te levei para comer no Brooklyn e que foi legal comigo e conversamos bastante. Ou aquela em que estava se divertindo na festa de Halloween. - eu chego mais perto dela - Essa aposta é para fazer um de nós se apaixonar e, acredite, se quiser que eu perca não vai ser desse jeito que você vai conseguir. - eu coloco seu rosto em minhas mãos e ela parece olhar para mim de uma forma diferente, como se abaixasse a guarda.

- Eu nunca namorei, Vinnie. - ela me chama pelo apelido pela primeira vez - Eu posso ser linda e perfeita - raiva de não poder dizer o contrário? tenho - mas eu nunca namorei. Eu sempre foquei em mim e coloquei minhas conquistas como prioridade. As meninas do colégio sempre saiam de coração partido quando se envolviam com alguém e demonstravam sentimentos, e eu usei isso como experiência. - ela segura meus pulsos e engole a seco - Então eu não sei se consigo parar de agir na defensiva e me envolver nessa aposta.

- Só quero que seja você mesma, Maya. A partir do momento em que você assinou aquele contrato, você concordou em ser minha namorada e eu não vou ligar se você for bobona que faz piadas sem graças - olho de uma pupila sua para a outra -, tenta fazer com que eu perca sendo você mesma.

A morena balança a cabeça em um sinal positivo e eu analiso a situação. Eu ainda não tomei banho e nem escovei os dentes, preciso voltar para casa urgente. Eu dou um passo para trás, deixando nosso contato corporal.

- Eu tenho coisas para resolver agora. - coloco as mãos nos bolsos frontais da calça.

- Vamos no cinema amanhã, se estiver livre, pode ser? - ela passa as mãos pelo cabelo. Não acho que eu vá ter algo de importante para fazer amanhã a noite, então eu afirmo com a cabeça - Eu passo no seu prédio dessa vez. 8pm. Não se atrase, odeio atrasos.

- Fechou. - abro um sorriso de lado e saio pela porta onde entramos, caminhando em direção a sala de estar.

Pego meu casaco e verifico se está tudo no lugar, minha carteira, chaves e celular eu deixei no bolso do casaco, e então eu finalmente vou para o elevador e para sair do apartamento dela. Baixar a guarda não foi difícil, foi?

MAYA

Ouço o barulho do elevador ao abrir e fechar. Ah, essa foi tão, tão fácil... Agradeço as aulas de atuação que tive de Zendaya. Eu realmente nunca namorei pois como eu disse, eu sempre me coloquei em primeiro lugar e eu não vou me apaixonar por ele se eu souber fingir. Talvez eu possa ser eu mesma e parar de ser idiota com ele mas eu sei que não vai ser eu quem vai se apaixonar primeiro.

Abro meu armário de roupas e eu me pergunto com qual roupa eu vou, não preciso estar exagerada, pode ser uma coisa bastante casual. Escolho um conjunto de moletons verde água e os separo, colocando em cima da minha cama. Eu vou me divertir.