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VINNIE

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VINNIE

Não dei dinheiro a Amelie. Maya disse que já fez o que queria fazer, queria que ela confessasse a verdade. Eu simplesmente não iria dar meu dinheiro para ela se viciar mais e mais, principalmente quando ela fez algo extremo como drogar alguém. Isso não é uma coisa que uma pessoa saudável faça. Amelie tem só 21 anos...

Eu falei que ela já era uma adulta e que precisava ter ciência do que está fazendo e ela disse que tinha, que sabe que estava se drogando. Eu não sei como lidar com ela, os próprios pais sabem de sua situação e em vez de ajudar, eles tiraram o dinheiro dela. Ela disse que eles descobriram quando ela foi passar o Natal na casa deles, isso tem pouco mais de uma semana. Não pude deixar de ajudá-la, falei com Avani sobre isso e ela disse que achava que Amelie tinha tudo sobcontrole, aparentemente nem a própria amiga tinha ideia do que estava acontecendo. Eu precisei fazer algumas ligações e pedi para Avani acompanhar ela até uma clínica em Nova York, eu mesmo retiraria do meu dinheiro para ajudá-la.

Maya entendeu que ela precisava de ajuda, mesmo ela tendo a drogado, disse que desde que ela não causasse mais problemas ela estaria bem com Amelie. Amelie voltou para o hotel e ela partiria para Nova York um dia depois de mim e Maya, no caso amanhã, e me prometeu que tentaria seguir a risco o que a clínica propor. Essa situação toda é tão complicada...

Passei a noite sem dormir direito, incomodado com toda essa história. Ela literalmente drogou minha namorada e a ameaçou para ficar longe de mim apenas para se aproximar de mim e ganhar dinheiro para conseguir mais drogas, isso é completamente insano! Agora estou eu, aqui no avião, pousando em Nova York, e não sei se irei ficar bem até saber que Amelie está bem e saudável mentalmente e psicologicamente.

Sinto Maya passar a mão pelos meus cabelos e eu tiro meus olhos da janela para olhar ela, tem um pouco de preocupação e calma ao mesmo tempo em seu olhar.

- Vai ficar tudo bem com ela, Vinnie. Eu sei que você se importa com ela e que essa situação é preocupante ao extremo mas tenta relaxar. - ela beija meu ombro.

Eu fico impressionado com o quanto ela consegue passar de um humor para o outro em questão de um piscar de olhos. Faço que sim com a cabeça e volto a ver a paisagem do lado de fora do avião. Já é noite em Nova York e as luzes dos prédios a noite parecem estrelas do céu na terra. Sei que ela superou toda essa história, Maya durante o vôo para ida à Aspen me disse que não gosta de viver no passado.

- Merda. - a morena diz e eu me viro para ela, ela está encarando o celular. O avião pousa na pista e a velocidade está diminuindo.

- O que aconteceu? - pergunto e ela bloqueia a tela do celular. Sua perna começa a balançar freneticamente e eu fico preocupado - Maya?

- Meu pai. - ela se vira para mim, com lágrimas nos olhos e eu me assusto - Ele foi hospitalizado. Meu pai está mal - sua voz começa a embargar - e eu não estou bem com isso.

Coloco o rosto da garota em minhas mãos e encaro seus olhos, agora cor de avelã. Uma lágrima sua cai e eu a seco com o meu polegar, deixando um beijo demorado em sua testa em seguida.

- Vai ficar tudo bem, quando saírmos do avião eu prometo que te levo até o hospital. Vai ficar tudo bem, Maya. - digo a garota e então seguro levo minha mão até a sua, cruzando seus dedos com os meus.

Leonard Vitale está hospitalizado, o que quer dizer que meu pai logo irá falar comigo sobre algo. O avião para e então nós saímos em fila, caminhamos rapidanente pelo aeroporto até a área dos táxis e pegamos um até o hospital em que Maya me disse que seu pai estava internado. Maya pergunta sobre o quarto do pai na recepção enquanto eu seguro as malas. 1638. Caminhamos até o terceiro andar e procuramos o quarto.

Ao encontrar, Maya abre a porta e encontramos seu pai completamente pálido. Seus olhos? Fundos. A máquina que monitora seu coração está com os batimentos fracos. Seus braços tatuados estavam expostos e em um deles tem uma agulha enfiada, a sua mãe está aos pés da cama em um choro silencioso. Maya corre até sua cama e se senta nela, deixando um choro alto soar. Ela deita sua cabeça no peito dele e chora, ela chora e chora e chora.

Deixo as malas perto de um poltrona e observo toda aquela cena. Eu nem ao menos deveria estar aqui mas eu estou caso ela precise de mim. Sei que tem sua mãe e mas uma voz, a voz de meu pai, soa em minha cabeça falando que isso seria uma ótima oportunidade, estar ao lado dela é perfeito para que ela se apaixone por mim e eu me sinto errado por de alguma forma ouvir essa voz.

- Maya. - seu pai diz em uma voz rouca. Eu nunca pensaria em ver essa família em um estado tão frágil - Minha Maya.

- Eu estou aqui, papai. - ela se afasta e segura o rosto dele em suas mãos - Me diz o que você tem, por favor?

- Me desculpe por não ter te dito antes, querida. - com dificuldade, ele coloca a mão no rosto dela, limpando as lágrimas de suas bochechas - Eu tenho câncer de pâncreas no estágio 4, Maya. Ele se espalhou pelos meus órgãos rapidamente.

- Por que você não me falou? Eu poderia ter ficado com você e passado o ano novo com você! Por que não me disse que estava doente? - Maya chora cada vez mais e deita novamente sua cabeça no peito dele, o olhar do seu pai vem em minha direção.

- Ela é a minha Maya e por isso eu vou te pedir uma coisa mas não como rival de sua família mas como pai dela. - eu faço que sim com a cabeça, minhas mãos em meus bolsos - Não quebre o coração dela, ok? Maya é geniosa, como eu, mas ela no fundo é uma garota boa.

Eu engulo a seco.

Eu sei que é difícil mas se você estiver passando por problemas, procure algum adulto ou alguém que possa ajudá-lo a melhorar. Você não precisa enfrentar isso sozinho.
E me desculpem se eu tratei da situação da Amelie de forma errada, eu ainda estou aprendendo.

𝐌𝐈𝐋𝐋𝐈𝐎𝐍 𝐃𝐎𝐋𝐋𝐀𝐑𝐒  ღ  𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩𝘢𝘤𝘬𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora