Capítulo 14 - "Vilarejo das Sombras"

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Cassandra Dimitrescu

Ao entregar para vossa mãe seu vinho e a mochila na qual Heller havia usado à fora para pegar alguns pertences de Heisenberg. Ao voltar para os corredores, deparo-me com Daniela entrando na pequena salinha de Duque, deixando para trás a porta aberta do cômodo. Aproximo-me curiosa, vejo ela dentro com aquele homem obeso tomando uma sopa em um prato de vidro.

— Ah, Cassandra. — Chamara minha atenção ainda permanecendo de costas para mim. A mesma sentou-se em uma das poltronas em frente ao Duque. — Venha. — Sem dizer uma palavra.

Resolvo atender seu chamado sentando na poltrona ao seu lado, curiosa no entanto. O Duque acabara de terminar seu almoço.

— Muito bem, onde estávamos...? — Perguntou ele com as mãos juntas e entrelaçadas.

— Você disse que iria contar uma história! — Com ânimo, vejo quase uma personificação de uma criança em Daniela.

Acho isso muito fofa vindo dela.

A porta da salinha de Duque é aberta, Bella se faz presente naquele momento limpando o sangue da mandíbula com seu antebraço.

— Me juntarei com vocês, cê não se importarem. — Esboça um sorriso de canto fechando a porta da salinha.

— Vem Bella! Vem! — Daniela levantou sua voz com mais ânimo e entusiamos enquanto Bella sentava-se na poltrona ao seu lado.

Nós três apenas aguardando Duque começar a contar uma de suas histórias.

— Vejamos... — Pegou-se pensativo no que está prestes à dizer. — Ah... — Um sorriso em visto em seu rosto. Parece uma pessoa que acabara de recordar de uma lembrança preciosa.

Ele dá risos baixos enquanto olha para nós, nossos rostos também esboça-se um sorriso em nossa face, ao que parece, será um belo conto.

— Contarei uma história realmente belíssima, porém trágica em seu mais perfeito enredo. — Em uma breve pausa de suspiro e expiro, continuou Duque. — O livro se chama "O Vilarejo das Sombras".

Hum... essa é nova. E a julgar pelas faces de minhas irmãs, também nunca ouviram falar.

— Há muito tempo, uma menina saiu com a mãe atrás de frutas para o pai que estava trabalhando. Mas a floresta as recebeu com um silêncio frio e sombrio... e arbustos vazios. — Enquanto estava ditando a história, olhara pela janela mostrando a neve percorrendo fora do castelo. — A garota determinada a encontrar frutas, a capetinha saiu de perto da mãe e desapareceu entre as árvores.

Tanto quanto a história, o tom de fala de Duque puxa totalmente nossa atenção em cada palavra a ser ditada.

— Os chamados da mãe logo ficaram para trás, enquanto a menina corria sobre videiras, sobre galhos... foresta adentro. — Seu olhar retornou para nós, com um sorriso de canto. Sinceramente não sei o que aquele sorriso demonstrara. — Ao sentir-se observada por olhos estranhos, a garota se lembrou das histórias de terror que sua mãe contava de noite e sua garganta ficou seca. O Lorde dos Morcegos se fez presente no momento.

"Lorde dos Morcegos"?

— Ele a recebeu com afeto e mordeu a própria asa, onde seu sangue escorria pela mesma dando à garota ter o que beber. Porém... antes de pegar seu sangue viscoso e escuro para cessar sua grande sede, perguntou ele: "Permita-me receber um nome?". A garota pensativa dentro de seus pensamentos logo obteve a resposta para sua pergunta: "Alcina Dimitrescu". Disse ela junto a um sorriso caloroso e alegre em seu rosto.

De queixo caído assim como minhas irmãs, nos pegamos muito mais animadas com o decorrer do conto e ao mesmo tempo perplexas.

— É... é nossa mãe! — Disse Daniela animada, apontando para o Duque e vendo eu e Bella ao seu lado.

Heller DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora