Capítulo 43 - Desejos III

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Donna Beneviento

Depois que fui ressuscitada após ter meu crânio despedaçado contra uma parede, o sangue do próprio que decretou minha morte, agora corre em minhas veias. E de certa forma, Alcina Dimitrescu tem a certeza que o sangue presente atualmente regenera e elimina quaisquer malefícios à saúde. O que antes sofria de uma doença mental debilitante e com um abcesso mutante sobre o olho direito, no agora não há mais nada disso em mim.

Porém ela não sabe ao certo o que faz o sangue do próprio ser tão especial ao ponto de possuir um fator de cura poderoso. Podendo regenerar ou até mesmo recriar um novo DNA semelhante para substituição de novas células e tecido muscular.

Mas isso não passa de especulações.

Não sei se posso ficar grata ou não por Heller ter me matado, claro que é idiotice pensar desta forma. Mas de certo modo, isso não seria possível se tal ação dele contra mim me desse o privilégio de ter meu olho direito de volta. Uma visão restaurada, além é claro da doença mental já não mais residir-se em mim.

No castelo, Angie por dias ficou mais com Heller do que comigo. Ela simplesmente se senta ao topo da cabeça dele e, onde quer que Heller vá, Angie o acompanha. Quanto mais tempo passa-se ao seu lado, mais e mais o vínculo entre ambos aumenta e a insegurança da minha boneca não fica mais presente, isso foi em questão de dias.

Meu lado social se desperta quando estou com ele. A vergonha em mostrar minha persona para as pessoas é no mínimo uma tremenda insegurança e desconfiança, mas ao seu lado é uma amizade na qual tanto desejei por tempos ao lado de Daniela.

Agora, aqui estamos, no provador que se encontra no segundo andar. As paredes com adornos e enfeites, trazendo o dourado a tona sobre paredes revestidas de um tom mais avermelhado-escuro. Em suma, a mais bela decoração. No cômodo se encontrava dois guarda-roupas. Por mais que sejam pequenos, haviam muitos vestidos formais. Agulhas e linhas, panos e algodão. Minha face transparecendo fascínio ao imaginar de quais que eu poderia fabricar das mais variadas roupas e vestidos.

— Bom, eu iria provar alguns vestidos, mas como Heller está aqui... — Olhou para o próprio com desgosto e desdém.

— Possiv-

— Impossível. — Interrompeu Daniela, impedindo Heller de terminar a palavra, tal que certamente reforçou o semblante de Daniela.

Heller cruzou os braços e olhou para o lado, tentando esconder sua face de nós. Daniela ao me ver deu um sorriso em direção à mim, talvez por não deixar o ambiente com um clima tenso.

Ouvimos a estalar da maçaneta da porta, e lá avistamos Cassandra fazendo sua aparição no Provador, ela tem nossa atenção.

— Estou interrompendo algo? — Perguntou Cassandra sem ultrapassar a porta, tendo a clara certeza antes de adentrar no cômodo.

— Daniela vai trocar de roupa.

— JÁ DISSE QUE NÃO! — Daniela se aproximou de Heller gritando próximo ao seus ouvidos com força. — Há algo de que precise, irmã? — Perguntou olhando sua irmã com ânimo, totalmente diferente com Heller.

— A mãe perguntou sobre os vestidos dela, então pensei que o Provador seria um dos lugares de onde os próprios estariam. — Explicou Cassandra. — Então... posso entrar?

— Pode sim, Daniela só vai trocar de roupa.

— Eu... eu vou te matar, seu perneta. — Daniela juntou ambas as mãos, estralando seus dedos, junto com o tom de voz engrossada e cortante.

Heller balançou a cabeça em negação e Cassandra sorriu ao notar o clima do ambiente. Angie ainda se permanecia ao topo da cabeça de Heller, imóvel.

Heller DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora