Capítulo 31 - Indiferente

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Alcina Dimitrescu

— Não entendo o motivo, ou se deveria ter uma razão, mas... — Por um breve momento de silêncio, ouço as palavras de Heller atrás de mim. — Você não me é estranha. — Concluiu o próprio.

— ... O... O que...? — O tom de Miranda é de tamanha surpresa, mas um resquício de algo que não pude diferenciar em seus batimentos cardíacos.

— Heller, não acha que está confuso? — Perguntou Bela. Seu tom de voz parecia... emulação talvez?

Um palpite por estar brincando com Miranda ou curiosa também após declarar um afeto que a própria tem por Heller? É boa manter esta possibilidade, afinal, eles estão quase sempre juntos.

Contudo, é melhor eu parar esta conversa brega e sem complexidade no momento. Pois no agora, nem um, nem outro sabe se isso é real ou imaginário.

— Quando não se tem certeza de algo, é melhor parar e pensar antes de dar o próximo passo, não acham? — Aleguei com postura ereta ainda sentada no sofá, tomando na xícara de chá um pouco do que resta do sangue humano.

Os passos atrás de mim logo se fizeram presentes ao meu lado, Miranda retornou para o sofá. A mesma explicou o motivo dos frascos estar sob nossa tutela, a proteção dos Lordes. Parece que todos aqui percebem o que há neste frasco.

São membros de uma criança, um bebê. Não sei se Heller pode percebe-los, mas pude sentir um olhar atravessando em minhas costas. Isso é raiva? Por que tal sentimento por algo deste tipo?

— De qualquer forma... — A fala de Miranda me interrompeu de olhar para trás, olhar para o que quer que esteja causando isto, pois seria rude conversar com alguém sem olhar em seus olhos, alguém de suma importância. — O objetivo é saber qual a força de vontade de uma pessoa, uma pessoa que espero ansiosamente. — Justificou referindo-se à alguém.

Então... esta pessoa terá que derrotar os quatro Lordes para conseguir os frascos, tal prêmio agora tem seu valor. Não precisa ser um gênio ao pensar que a pessoa que estar por vir tenha um apreço pela criança que agora, se encontra em recipientes.

— É claro. — Disse. — Eu e minhas filhas irão garantir que esta tarefa seja executada. — Decretei. Miranda esboçou um sorriso de canto ao término da minha declaração. Minhas filhas acentiram em concordância confiantes de que sim, não haverá ninguém capaz de pegar os frascos.

Em meio a conversação, um cheiro pouco agradável de se respirar. O homem que vestia uma blusa de moletom bege e calças jeans que estava preso em correntes horas atrás, agora estava segurando uma pistola.

— Oh... — Sua face demonstrou estar supreendida. O semblante de comoção que dera denunciou qual seria esta pessoa. O próprio já havia chegado a tempos. — Ethan Winters. — Menciou seu nome.

Com uma pistola que não causaria efeito algum exceto em Heller, ordenei com uma expressão feita pelas mãos a proteção do próprio, pois ele não é imune à balas pelo que vimos. Bela toma sua posição em sua frente, pronta para receber os projéteis que não fazem significado algum em sua pele. Porém percebo um certo distanciamento de Cassandra e principalmente Daniela perto de Heller.

O motivo de tal perturbação é a face que o próprio está expressando. A hipótese e, talvez a mais provável... ódio. Desde o momento que Miranda relatou e explicou o que estava no frasco e o objetivo em sua mente, Heller transformou seu semblante. Com a cabeça erguida, os olhos arregalados fintando o chão, juntara ambas as sombrancelhas no centro da testa.

Sua pupila ganha uma cor em destaque. Seus olhos prateados e punhos cerrados onde suas veias pulsam em seus braços com tamanha força.

— Heller? — Indagou Bela, tentando chamá-lo à realidade com palavras, mas o que prevalece é o silêncio apresentando seu fracasso.

Heller DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora