Capítulo 10 - Observação e conversação I

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Chris Redfield
(Flashback - 7 anos atrás)

Na Corporations Blue Umbrella, entro no prédio apressado e ofegante pela grande notícia que acabei de receber alguns minutos atrás.

Capitão. — Alpha se dirige até mim com uma mesa digitadora, mostrando-o que há nos relatórios. — O desenvolvimento do vírus está indo como o planejado, sem interrupções, efeitos que podem causar negatividade no processo nos hospedeiros. A garota que relataram estar dentro e assimilada com o mofo foi encontrada sua coincidência com um dos mofados.

Finalmente... — Digo suspirando recordando o quanto tempo que tivermos de procurar ela. — De fato uma arma biológica é difícil de mantar, não? — Ao concluir o relatório e ver as imagens, me pego contente em tê-la encontrado de vez.

Vamos até a ala de experimentos e cada cubículo pequeno contendo algo similar à uma cela de detenção. Chamamos esta área de "Sala Branca". Cada cela contendo uma cama, mesa, cadeira no canto e vidros à prova de balas. Estamos vendo eles, mas eles não vêem nós aqui fora.

Desde garotos e garotas não passando dos 12 anos de idade.

Chegando na área de administração e observação pelos hospedeiros que estão presentes nas celas, relatamos de minuto a minuto sobre o que aconteceu ou irá acontecer.

Capitão. — Alpha chama minha atenção me direcionando até o mofado, onde contém a consciência daquela arma biológica.

Saindo da ala das salas brancas, descemos as escadas no subsolo. Depois de senhas, paredes de aço reforçada enfim chegamos.

Assim como as celas da sala branca, esta em sí é tres vezes mais reforçada, seja chão, teto, parede e principalmente o vidro. Vêmos o mofado andando de um lado para o outro junto com os pesquisadores com seus olhos fixados e focados. Fazem seu relatório com os comportamentos ao decorrer da observação.

Percebo o solo completamente cheio de mofo, o ar que se reside lá dentro não é capaz de manter um ser humano com sua consciência se estiver contato direto com ela.

E-001. — Disse Alpha e continuou sua explicação. — Um humano geneticamente modificado, criada e projetada para eliminar inimigos sem necessidade do combate corpo á corpo... uma garotinha como ela pode fazer atos inimagináveis para com a humanidade.

Mesmo todos sabendo disso, ainda sim criaram. A existência de um monstro em certas circunstâncias é aceitável, porém a criação... o processo em sí é algo que dependerá de como irá criar. — Ao término de minha fala, sinto o olhar do Alpha em minha direção, correspondo da mesma forma encarando-o e segundos depois, retorna seu olhar para o mofado adentro da cela.

Acho que não temos o direito de falar uma coisa dessas, Capitão. — Afirmou Alpha.

Pegando um fone de comunicação para dentro da cela de E-001, todos se preparam pegando uma garota na sala branca e deixando-o a mesma adentro da cela do mofado.

A garota começa a enlouquecer batendo sua cabeça na parede, sangue jorrando e escorrendo de sua testa aberta. Sua morte veio com danos graves em sua cabeça, comprometendo a área cerebral. O cadáver se funda adentro do solo mofado, em questão de segundos retorna para a superfície como um.

Perambula pela cela assim como o outro, enviamos mais e mais crianças para lá, mas o resultado não mudou. Até que chegou o momento de um único garoto, dois minutos antes de sua entrada, dentro da cela se residem agora oito mofados.

Tem certeza disso, Capitão? — Perguntou Alpha olhando em minha direção, esperando para dar a autorização da passagem.

Sim. — Respondi sua pergunta e vejo meu próprio filho entrando na cela.

Segundos, minutos... horas. Sua consciência instável, a assimilação com o T-vírus o apropriou, se apoderou e permitiu a adaptação? Me perguntei.

O garoto matou todos os sete alí apenas por terem o atacado e assim revidou-se, exceto por um. O mesmo mofado pertencente à E-001 e o garoto permaneceram parado alguns minutos se encarando.

Em um piscar de olhos meus, Eveline aparece em sua forma de uma garota lá dentro. Com seus passos lentos, caminha com estilo até o garoto. Testa por testa, olho por olho. Não sei por qual motivo, os batimentos cardíacos do garoto não mudam ao vermos no monitor que compartilha seus sinais vitais.

Calmo é a melhor palavra para descrevê-lo no momento.

Meu. — Uma voz feminina ecoa de dentro da cela. — Você agora é meu. — Afirmou Eveline com clareza nas palavras enquanto acaricia o rosto do garoto e chegando mais perto.

Eveline toca os lábios do garoto junto aos seus, depois de alguns segundos, uma pequena e brilhante corda de saliva conecta seus lábios enquanto a garota se afasta lentamente. Porém o que mais me chamou atenção, era que a saliva era de cor preta.

Mofo? Me pergunto...

Por que fez isso? — Perguntou o garoto ainda parado, olhando fixamente para Eveline com um tom de voz calmo.

A mesma pega suas mãos e a vira para cima, mostrando suas palmas.

Suas mãos não mentem, elas revelam cada imperfeição de seu carácter. — Eveline se conforta nos ombros do garoto olhando para o lado oposto do mesmo. — Comigo não é diferente... aliás, com ninguém no planeta.

Por este motivo você se culpa? — Perguntou o garoto apoiando seu queixo acima da cabeça de Eveline.

Não. — Disse ela. — Eu culpo os Estados Unidos e os burocratas cheios de políticas levando nós dois a beira de um precipício sem fundo. Ainda sim... você vai lutar por eles?  E se não for, será... o que? Seu pai que o impele de ir a batalha com tanta paixão ao ver você morrer dolorosamente?

Apenas eu e todos que se residem aqui ficamos em silêncio, gravamos e prestamos atenção em cada palavra e cada ação que reforça os argumentos.

Um diálogo mais que importante, eu diria. Creio que Eveline não está controlando-o.

A verdade é que não tive tempo para a família.

— Você não teve tempo ou eles não queriam compartilhar seu próprio tempo com você? — Perguntou Eveline para o garoto. — Vamos lá... quero ser sua amiga, Heller.

Heller DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora