Heller Dimitrescu
Assim como Bela que estava a degustar do sangue que dei, sua mãe e irmãs viram a oportunidade para também fazer o mesmo. Eu achava isso até Bela entrar em um estado de transe e Lady Dimitrescu começar a falar. Disse ela que o sangue no qual estavam bebendo era uma garantia para que, caso fossem atacadas, dito que incluiriam Heisenberg e Moreau, os danos recebidos seriam a menor das preocupações SE, o sangue perdido não fosse tão agravante. O fator de cura que à mim foi concedido, todos agora tem tal benefício incluindo outros demais fatores.
Estava exausto o suficiente para adormecer em alguns minutos depois de fazer uma "doação de sangue".
Acordei na cama, ainda cansado, mas não tanto quanto a última vez que estava de pé. Foi preciso eu encarar o teto por alguns minutos, piscando inúmeras vezes para que minha visão embaçada fosse embora.
Meu corpo ainda permanecia virado na mesma direção à janela. A cama de casal se encontrando no meio. Levantei a parte superior do corpo com força nas mãos, me sentando em meio a cama. Senti uma presença antes da própria porta do quarto se abrir. Ainda olhando para frente, da esquerda avisto em minha visão periférica uma presença, segurando com ambas as mãos uma bandeja de madeira.
— Boa tarde. — Direcionando seu caminhar até a mesa, Bela se senta na poltrona de costas para mim.
Correspondi da mesma forma seu cumprimento. Em um pulo para a frente saindo da cama e indo em direção ao sofá calmamente e me sentando lentamente.
— Você disse mesmo "boa tarde" ou entendi errado? — Perguntei tendo a certeza de que ontém ainda era mais ou menos meio-dia antes de adormecer.
— Boa tarde, Heller. — Repetiu Bela dando uma mordida em uma carne crua ensanguentada.
O silêncio prevaleceu no quarto, enquanto comia alguns pães e carnes cozidas trazidos por Bela. Não pensava olhar em sua direção, mas não foi isso que ela também pensou. Sentia Bela me fintando de cima pra baixo, e sei o motivo dela estar fazendo isso, em suma estava querendo respostas.
— O que você quer saber? — Perguntei direcionando meu olhar para Bela e não vejo nenhum expressão dada à mim ou palavra citada afirmando querer algo. — Sua mãe queria uma garantia para todas as suas filhas; visto que o cheiro do meu sangue que sentiram no castelo, era o momento ideal para a distribuição do sangue.
— Obrigada. — Bela levantou suas sombrancelhas, e ví seus lábios se curvarem em um sorriso mostrando os dentes.
Assustadora.
Enquanto comia, por impressão minha, ou não... avisto resquícios de humor em seus olhos. Bela não estava apresentando sinais de estresse, pelo menos não agora. Só pelo simples fato de ela não estar pensando em assuntos que deixa seu eu desagradável, era um alívio.
— Humf. — Forcei a garganta com um baixo som feito voluntariamente, esboçando um leve sorriso com os lábios curvados.
Enquanto mastigava, percebia um olhar direcinado à mim com dúvida, mas ao mesmo tempo, transmitindo um apavoro.
— Qual é a desse sorriso? — Juntou suas sombrancelhas ao perguntar.
— Ainda com repreendimento, hã...? — Murmurei e Bela desfez as sombrancelhas que estava juntas, substituindo e levantando-as, expressando dúvida.
— Como assim "repreendimen..." — Conforme falava, sua voz aos poucos foi se dissolvendo, e percebendo ao que estava me referindo. — Eu sou uma piada pra você?
— É claro que não. Mas cortando de vez este assunto, o sorriso foi apenas um leve alívio. — Analisando minhas palavras, reformulei da forma na qual quis me expressar mesmo. — Quero dizer... um grande alívio. Creio que não só por... por parte de mim, imagino.
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Heller Dimitrescu
AdventureSob neves intermináveis que tocam o solo em todos os anos desde que um enorme castelo fora construído em frente ao nosso vilarejo. Nada e nem ninguém sabe o que aquelas paredes feitas de pedra guardam em seu interior. Luzes de velas sempre eram vist...