Karl Heisenberg— Seu enterro. — Apertando o cabo do machado em ambas as mãos, analiso a situação.
O garoto com estatura média parece estar pronto para a briga. O cubo que fiz prendendo nós dois aqui não mudou sua expressão, apenas seu olhar amedrontador para cima de mim é a única coisa que fica em seu semblante.
Sua postura é impecável e o segurar de sua espada na mão pode muito bem defender ou atacar como quiser e da forma que o próprio quiser.
Então o que eu encontrei lá atrás na área do celeiro, foi obra dele. Suas mudas de roupa de couro ensopadas de sangue denunciam isso. Não há humanos se residindo no vilarejo, nenhum dos Lordes tem motivos para atacar os Licanos, sendo que os mesmo podem controlar cada um deles, seria motivo desnecessário.
Mesmo com o corte que há no braço ter se estendido até a perna do garoto, provavelmente pelo arame farpado ou pelos Licanos terem o atacado, ainda sim, continua forçando os músculos. Para um humano, estaria gemendo de dor pelos cortes.
Olho por olho, o garoto avança direto em minha direção, tento interromper sua ação com um golpe na vertical, mas ele se esquiva usando as paredes tentando manter o ritmo de sua corrida, e próximo a mim, manipulo uma placa de metal abaixo do queixo evitando que minha mandíbula seja quebrada pelo seu soco feroz que é executado por um gancho.
Porém mesmo com a placa de metal protegendo, fiquei de joelhos atordoado. Me recupero levantando do chão segundo depois. Percebo um grande buraco aberto no cubo de metal e não vejo mais o garoto no meu terreno. Seja para onde quer que tenha ido, a escuridão da noite me impossibilita ter essa visão.
Nenhuma expressão ou palavras que foram ditas, mas agora eu percebo que aquela postura de ataque e defesa era com intuito de lutar, fez seu próprio tempo de fuga quando deixou-me atordoado. Não tenho o direito de chamá-lo de covarde após abrir um buraco em um metal.
Suspiro dando as costas para a floresta atrás do portão na esquerda e a cerca destruída na direita. Adentro na fábrica e no primeiro cômodo pude perceber os itens que me foram roubados.
Anotações de opiniões de todos os Lordes e da própria mãe Miranda. Artigos de relatórios que obtive usando meus soldados modificados para vigiar cada um deles, exceto aquela vadia de vestido branco. Aquele castelo é muito fácil de entrar, o difícil é permanecer vivo.
Não sei o que a Alcina Dimitrescu tem naquela merda de castelo, pois mesmo quando ela não está presente, tudo que entra, não retorna para fora.
Seria Licanos sob seu comando? Armas criadas para proteger seus bens?
Seja o que for, não fica muito tempo naquele castelo. O garoto provavelmente não deve ter nenhuma aliança feita para com os Lordes. Ele não ficaria no ambiente daquele peixe sórdido, sequer sobreviveria aos jogos de Donna Beneviento e a Alcina como eu pensei, tudo que entra naquele castelo não fica por muito tempo.
Provavelmente deve estar se residindo em algum lugar da floresta ou até mesmo no vilarejo. Seja onde estiver, eu vou caçá-lo.
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Heller Dimitrescu
PertualanganSob neves intermináveis que tocam o solo em todos os anos desde que um enorme castelo fora construído em frente ao nosso vilarejo. Nada e nem ninguém sabe o que aquelas paredes feitas de pedra guardam em seu interior. Luzes de velas sempre eram vist...