Heller Dimitrescu
Um ranger de dentes capaz de dar-me dor na mandíbula, um punho cerrado capaz de quebrar meus próprios dedos pela pressão que faço, um olhar fixo com ambas sombrancelhas juntas no centro da testa capaz de deixar a razão como a última opção.
Sabia desde o início o tipo de família que me acolheu neste imenso castelo, sabia desde o início que essas vampiras, lobisomens e dentre outros monstros seguiam seus instintos e/ou ordens de um superior. Cuja a própria agora está bem diante de mim, a pessoa que todos reconhecessem como mãe Miranda.
Donna Beneviento e Angie também, afinal, como não estariam? Que tipo de fantasia eu estava tentando imaginar neste castelo? Que infantilidade da minha parte, droga!
Monstros sempre serão monstros, não importa se é pelas ordens ou por seus próprios instintos. Em questão do capitão atrás de mim que inúmeros soldados trago pelo próprio é outro. Um homem cuja suas intenções tem como base seu próprio benefício, como também seu objetivo. Não dá pra pensar em outra coisa além disso.
— Parece que nosso tempo acabou aqui, garoto. — Declarou Alcina Dimitrescu. Ao término de sua fala, parte dos soldados mirando suas armas em Dimitrescus, Heisenberg, Donna, Angie e principalmente Miranda.
Porém o que me deixou atualizado sobre a situação, é que outra parte estava atento com o lado de fora do castelo. O capitão perguntou o motivo de alguns deles estarem fazendo isso, e o motivo é que há um peixe enorme rondando a parte de trás do castelo pelo que um dos soldados relatou. Talvez um dos quatro lordes? Não me recordo do nome.
— Mesmo que saía do castelo, terá que lidar com Moreau que está lá fora, querido. — Em um tom de brincadeira, Miranda esboça em seus lábios um sorriso, ficando por um fio de dar risada.
— Me pergunto... — Uma breve pausa antes de retornar a falar, olhando nos olhos de Miranda. — Se ele agonizar à beira da morte por ter sua garganta dilacerada, tamanha dor pode compensar seus pecados? — Perguntei com semblante nada a expressar, porém o suficiente para tirar aquele sorriso do rosto.
Parece que falamos muito, tá na hora de encerrar esta reunião. Tomarei como prioridade a coleta dos frascos, pegar o homem que está sob tutela de Chris e encontrar um jeito de recuperar corpo e mente da criança.
Lembro-me que o frio afeta as filhas de Dimitrescu, cujo o maior erro de sua mãe foi deixar anotações pelo castelo, grande parte deles sobre experimentos, fraquezas e relatos dos que já se residiram aqui. Tamanho frio pode endurecer sua pele até ficar duro igual pedra, no fim, basta quebrar e deixá-las aos pedaços. Porém com Dimitrescu possa ser diferente, seu corpo é forte, seu organismo não é igual de suas filhas. Tampouco sei sobre suas habilidades senão suas unhas que se transformam em garras, mas tenho a plena certeza que sua força bruta possa ser um problema, cujo até pode ser usada para cortar os membros humanos com facilidade.
Com ela tenho que focar em agilidade, se eu for pego uma única vez e a própria quebrar meus ossos, não será um problema grande, o problema é ela arrancar. O fator de cura por mais que seja impressionante, vai me desgastar por dentro e não sei quanto tempo até a regeneração for o suficiente para eu estar fora de perigo.
Dimitrescu é o real perigo aqui. Heisenberg utiliza metais, tampouco tem na presença fora os candelabros no ambiente iluminando o local. Donna e Angie se sentem inseguras diante a mim, Miranda por outro lado não fala e não demonstra nada. Calma é a palavra ideal para ela no momento.
Tomei minha postura, no mesmo instante, Heisenberg e Alcina correspondem. Qual forma é a melhor para atacar? E qual serão os primeiros que terei de eliminar para que minha fuga não seja um problema? Não pretendo manter a luta aqui por muito tempo.
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Heller Dimitrescu
AdventureSob neves intermináveis que tocam o solo em todos os anos desde que um enorme castelo fora construído em frente ao nosso vilarejo. Nada e nem ninguém sabe o que aquelas paredes feitas de pedra guardam em seu interior. Luzes de velas sempre eram vist...