Capítulo 16

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- Só posso estar ficando louca. - Digo a mim mesmo.

Jogo a bolsa sobre a cama e em seguida faço o mesmo comigo, e enfio meu rosto com força no colchão até quase não conseguir respirar.

Por que raios fui aceitar trabalhar com Max? Eu sei que não estou em condições de rejeitar algum emprego, mas no momento que assinei o contrato, também assinei minha sentença de morte.

Max não gosta de mim, e eu sei que ele fará de tudo para infernizar minha vida até eu perder a paciência e me demitir, só que se eu ousar fazer isso estarei ainda mais acabada.

Da onde irei tirar dinheiro para pagar a multa de quebra de contrato? Eu sei que nem comecei a trabalhar e já estou pensando no pior, mas se tratando do Max não tem como pensar em coisas boas ou um emprego maravilhoso.

Ele é tão idiota que nem ao menos me avisou da nova cláusula que Daniel havia colocado no contrato sobre eu me demitir, e eu sou mais idiota ainda por assinar um documento sem ler.

Tenho certeza que ele fez isso de propósito apenas para me ferrar mais uma vez, porque ele não me suporta, mas parece que ama me ver estressada e furiosa.

Daniel também é um cretino, porque ele sabe que não tenho como pagar uma multa nem agora nem nunca, e usou minha fraqueza a seu favor.

Eu até tinha gostado dele, mas agora quero que aquele imbecil e Max se explodam bem longe de mim, e me deixem em paz.

Como que vou aguentar trabalhar com Max durante seis meses sem matá-lo? Tenho certeza que será preciso apenas um dia de trabalho para eu querer largar tudo e ir embora, mas infelizmente não tenho para onde fugir.

Terei que olhar para aquele idiota todo dia com um lindo sorriso nos lábios, e ainda abaixar minha cabeça e ficar com minha boca fechada para suas grosseiras.

Eu não sei quando comecei a odiar Max, mas eu sei que foi por sua culpa que isso aconteceu, só que eu já estou tão cansada dessa guerra besta que gostaria de colocar um ponto final nisso.

Eu só revido as grosserias do Max porque eu não vou ser humilhada e ficar calada, mas se ela parasse e começasse a agir como um ser humano e não um robô, eu iria agradecer muito.

Ser amigos eu sei que isso jamais vai acontecer, e na verdade nem quero, apenas desejo paz, sossego e harmonia entre nós, e parar com essas brigas sem sentido.

Alguém toca a campainha e me tira dos meus devaneios, então me levanto contra minha vontade e começo a caminhar em direção a saída do quarto.

- Quem será? - Indago a mim mesmo.

Após sair do quarto ando rapidamente até à porta, porque quem quer que seja que esteja do outro lado não para de tocar a campainha.

Se for o Max eu juro que arranco sua cabeça, porque eu não estou com paciência para suas brincadeiras sem graça.

Ao me aproximar da porta a abro sem ao menos olhar no olho mágico, e então dou de cara com uma mulher de cabeça baixa.

Ela percebe que à porta está aberta, mas continua cabisbaixa, e apesar de não ver seu rosto eu já sei de quem se trata por causa dos seus cabelos escuros, e sua barriga enorme.

- Becca?

Após eu falar seu nome ela levanta a cabeça lentamente, e no mesmo instante meu corpo gela ao ver um hematoma em seu rosto.

- O que aconteceu? - Pergunto de olhos arregalados.

A puxo para dentro do apartamento e fecho à porta, já com a resposta para a minha pergunta mesmo que ela não tenha aberto a boca para dizer nada.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora