Um Maníaco Irresistível (Livro 10)

Capítulo 24

- Me desculpe a pergunta, mas por acaso você está grávida? - Dimitri indaga.
 
Max olha para mim assustado, e parece não querer que eu responda a pergunta do Dimitri, mas essa é uma excelente chance de fazê-lo acreditar em nossa farsa.
 
- Não. - Max nega com a cabeça. - Ela não está grávida.
 
Dimitri olha para mim de forma curiosa, e parece esperar por minha resposta, mas eu continuo calada, porque eu sei que isso vai deixá-lo com ainda mais curiosidade. 
 
- Talvez Lauren só não tenha te dito nada. - Dimitri fala.
 
Coloco uma expressão de medo em meu rosto enquanto suspiro alto, e tento ao máximo parecer assustada com algo.
 
- Tenho certeza que ela não me esconderia algo tão importante. - Max fala.
 
- Na verdade eu estou grávida. - Minto na maior cara de pau.
 
Max começa a tossir freneticamente, e está tão assustado que até da vontade de rir da sua cara, mas é óbvio que não faço isso.
 
- Como assim? - Ele questiona.
 
- Me desculpe por não ter te contado antes amor. - Abaixo a cabeça. - Queria te fazer uma surpresa.
 
- Mas...
 
- Eu sinto muito. - O corto.
 
Dessa vez tento demonstrar que estou me sentindo culpada, e para meu completa espanto  começo a chorar do nada. Estou surpresa por eu estar conseguindo fingir tão bem que até estou chorando, por isso acho bom a empresa do Max me contatar como atriz.
 
- Me desculpe amor. - Max também entra na farsa. - Não chore por favor.
 
- Mas eu...
 
- Estou feliz por saber que serei papai. - Ele me corta.
 
- Sério? - Indago.
 
- Sério.
 
Para deixar a cena ainda mais dramática eu pulo no Max e o abraço com força, e apesar dele inicialmente ficar parado como uma estátua de gelo, logo ele também me abraça.
 
- Estou tão feliz. - Sorrio em meio as lágrimas.
 
- Não mais do que eu.
 
Posso até estar errada, mas acho que Max até que está gostando dessa nossa aproximação, pois ele me segura tão junto de si que mal consigo respirar.
 
Não sei o porque ele ainda não se afastou, porque eu mal podia tocar nele que Max já estava espirrando seu produto nele mesmo e em mim.
 
- Me rodopie no ar e finja estar radiante. - Cochicho baixinho.
 
- Eu vou te matar. - Ele cochicha de volta.
 
Max se afasta um pouco, leva as mãos ao meu rosto e aperta minhas bochechas com força, enquanto sorri fingindo estar feliz.
 
- Você me faz o homem mais feliz desse mundo amor.
 
Max nem deixa eu falar alguma coisa e então me pega nos braços com facilidade e começa a rodar com seu sorriso nos lábios.
 
Ele me roda tanto que até começo a ficar tonta, e dessa vez se eu fazer ânsia ou acabar vomitando sobre ele não será fingimento.
 
- Já chega amor, estou ficando enjoada. - Falo.
 
Max para no mesmo instante, mas continua comigo nos braços, e a forma que ele me encara me deixa levemente constrangida.
 
Max me olha tão profundamente, e parece que ele está observando minha alma, e uma coisa que eu não gosto é de me sentir exposta para qualquer pessoa que seja.
 
- Você está linda. - Ele fala de repente.
 
A forma que ele me elogiou dessa vez não parece fingimento da sua parte, e isso me deixa surpresa e curiosa ao mesmo tempo. Será que estou imaginando coisas?
 
Depois de alguns segundos acho que ele acabou se tocando do que falou, então Max me coloca no chão, mas segura minha mão e me mantém perto dele.
 
Ao olhar para Dimitri percebo que ele parece realmente feliz com esse namoro, o que me pega completamente de surpresa porque antes ele queria Max com a  sua filha. Ele estará apenas fingindo, ou realmente está torcendo por nossa felicidade?
 
Ao contrário do pai, Dafini está me fuzilando com o olhar, e se antes ela me odiava, agora está querendo minha cabeça em uma bandeja, pois para ela lhe tomei seu namorado, o homem da sua vida.
 
Mesmo após saber da minha falsa gravidez, ela não parece disposta a desistir do Max, mas ela sabe muito bem que está mexendo com a pessoa errada, porque eu não tenho intenção alguma de deixar essa megera se aproximar do Max como ela quer.
 
Não sei porque, mas não gosto e estou me sentindo incomodada como o fato dele ter várias mulheres aos seus pés, e isso é muito preocupante, pois Max e eu não somos absolutamente nada um do outro.
 
- Você me perdoaria se deixássemos o jantar para outro dia? - Max pergunta ao Dimitri.
 
- Claro que não. - Ele nega com a cabeça. - Leve sua mulher para casa.
 
- Obrigado, e me desculpe pelo incômodo.
 
- Não foi incômodo alguns. - Ele sorri largo.
 
Ainda segurando a minha mão, Max começa a caminhar em direção à porta da casa, e Dimitri e Dafini nos seguem de perto.
 
- Quando nos veremos novamente? - Dafini pergunta para Max.
 
- Não sei. - Ele responde. - Minha agenda essa lotada, e agora tenho que dar ainda mais atenção para minha mulher.
 
- Isso mesmo garoto. - Dimitri da um tapinha no ombro do Max. - Cuide muito bem dela.
 
Por que é tão agradável ouvir Max me chamando de sua mulher e amor? Parece que eu gosto dessa sensação de ser importante e amada por alguém mesmo que seja apenas fingimento, e isso me assusta.
 
Há alguns anos escolhi nunca entregar meu coração a alguém, ou construir uma linda família, mas agora eu começo a desejar isso, porque parece que não é tão ruim ceder para alguém que realmente se importa com você.
 
Sempre tive medo de me abrir, e no final das contas acabar sendo magoada, porque todas às vezes que confiei em alguém fui apunhalada pelas costas, só que no momento uma parte de mim parece querer se arriscar, e isso me deixa com medo.
 
Minha vida solitária nunca foi perfeita, mas por escolher viver assim evitei muito sofrimento ao longo dos anos, porém eu nunca fui complemente feliz.
 
Talvez o que falta em minha vida é o amor sincero de outra pessoa, uma pessoa que vai me amar com minhas feridas e cicatrizes e ainda permanecerá ao meu lado quando ver o pior em mim, ou talvez eu apenas esteja abalada no momento, e amanhã tudo isso já vai ter passado e eu voltarei ser a mesma pessoa de sempre.
 
- Dirija com cuidado. - Dimitri fala ao saímos da casa.
 
Max acena com a cabeça e se despede de ambos e eu faço o mesmo, e então lado a lado caminhamos até o carro de mãos dadas.
 
Assim que nos aproximamos do veículo ele solta minha mão e abre à porta para mim, e após eu me sentar no banco Max a fecha novamente. 
 
Fico olhando para minha mão por alguns segundos, sentindo falta do toque do Max, mas trato de ignorar esse sentimento porque agora a farsa acabou.
 
- Você está louca Lauren?!
 
Estava tão imersa em meus pensamentos que nem vi Max se sentar ao meu lado e começar a dirigir, e só saio dos meus devaneios porque ele gritou comigo.
 
- Poderia falar mais baixo? - Reviro os olhos. - Não estou surda.
 
- Por que falou que estava grávida? - Questiona.
 
- Eu não disse nada, Dimitri que...
 
- Mas você confirmou. - Ele me corta.
 
- Volte na casa do Dimitri que eu digo que menti, se é isso que tanto deseja. - Falo. - Ou melhor, espere alguns dias e diga a ele que sou uma golpista safada, que mentiu apenas para pegar seu dinheiro.
 
- É óbvio que não farei isso.
 
- Por que não? - Indago. - Não sou nada para você, apenas sua empregada descartável e nada mais.
 
Max olha para mim por alguns segundos e volta sua atenção ao trânsito, e apesar de parecer que ele quer dizer algo Max não fala nada.
 
- Que merda. - Ele pragueja baixinho.
 
Sei que Max está bravo porque Dimitri não irá manter isso em segredo por muito tempo, e se isso vier a público não será nada bom para a imagem de bom moço e respeitador que Max adquiriu ao longo dos anos.
 
- Vamos nos casar e ter um bebê de verdade. - Max fala do nada.