Um Maníaco Irresistível (Livro 10)

Capítulo 43

- Seja bem vindo papai. - Sorrio sombriamente.
 
Adam invade meu apartamento sem eu ao menos o ter convidado para entrar, e acaba trombando em mim, e no mesmo instante faço uma careta de dor.
 
- Fique a vontade. - Falo com sarcasmo.
 
Fecho à porta e me volto para Adam, que não parece nem um pouco feliz em me ver, e só de saber que a minha presença o irrita me deixa bem animada.
 
No momento em que Max disse que ele estava do outro lado da porta eu sabia que ele veio aqui não para fazer as pazes, e sim provavelmente para me fazer ameaças, por isso pedi para Max se esconder.
 
Estou torcendo para que ele mostre suas garras, porque assim Max irá escutar tudo e terá certeza do tipo de homem que seu pai é, um verdadeiro canalha.
 
- Posso saber o motivo da visita? - Pergunto. - Não me diga que sentiu saudades papai.
 
- Não me chame assim.
 
- Por que não? - Sorrio de canto. - Até onde me lembro você é meu papai.
 
Adam da um passo em minha direção, mas eu permaneço no mesmo lugar mesmo que ele esteja me olhando de uma forma ameaçadora.
 
- Você não me quer como inimigo Lauren, então diga ao Max que tudo que você disse é mentira...
 
- Por que eu faria isso? - O corto. - Ele precisa saber o tipo de homem que você é.
 
- Acha mesmo que ele vai acreditar em você? - Ele gargalha alto. - Cuidei do Max e da sua mãe desde quando ele era criança, acha mesmo que vai acreditar em uma pessoa que mal conhece ao invés do pai?
 
Realmente Max duvidou de mim quando eu disse que Adam era um cretino, mas ele é inteligente e percebeu que havia algo errado antes mesmo do seu pai aparecer no meu apartamento.
 
- Acha que vai esconder o que fez comigo para sempre? - Pergunto.
 
- Eu consegui até agora não foi? - Ele sorri com sarcasmo. - Um verme como você não vai acabar com tudo que conquistei ao longo dos anos.
 
- Desse jeito você me deixa emocionada. - Levo as mãos ao peito de forma dramática. - Estou encantada com esse apelido carinhoso papai.
 
Há alguns anos eu ficaria magoada por ele estar chamando a própria filha de verme, mas agora eu não me importo com absolutamente nada vindo dele, porque para mim Adam não passa de um homem qualquer e o único sentimento que tenho por ele é pena.
 
- Estou muito feliz com sua visita, mas pode ir embora. - Aponto em direção à porta do apartamento. - Se veio aqui para fazer ameaças perdeu seu precioso tempo, porque se tem uma coisa que não tenho, é medo de você.
 
- Você deveria Lauren. - Seu semblante fica sombrio de repente. - Como eu disse antes você não vai me querer como seu inimigo, por isso fique bem longe da minha família.
 
- E como eu também já disse não irei deixar o Max. - O encaro com confiança. - Então não perca seu tempo tentando me deixar com medo.
 
- Você...
 
- Pode fazer o que quiser papai. - O corto. - Eu não tenho absolutamente nada a perder, ao contrário de você não é mesmo?
 
- Aguentei aquela família tediosa por anos, e agora que tenho tudo não irei permitir que uma vadia como você me faça perder tudo.
 
- Como pode ser tão cruel? - Fico incrédula com a forma que ele fala. - Como pode fingir amá-los por tanto tempo?
 
- Me sacrifiquei um pouco, mas agora estou no topo minha querida, e tudo graças ao pai da minha querida esposa.
 
Não sei porque depois de tudo eu ainda fiquei surpresa com sua maldade. Uma parte de mim realmente achou que Adam amava sua família, mas na verdade ele é ainda mais cretino do que eu pensava, porque só os manipulou até agora, e nunca amou eles de verdade.
 
- Aproveite enquanto pode, porque não vai demorar muito você vai perder tudo Adam, absolutamente tudo. - Sorrio de canto.
 
Adam diminui o espaço entre nós, pega meu braço e aperta com firmeza, e apesar de estar sentindo dor permaneço no mesmo lugar o encarando cara a cara.
 
- Você vai me deixar em paz, ou farei da sua vida um inferno Lauren. - Ele resmunga entredentes.
 
- Graças a você eu já passei pelo inferno, mas agora não sou mais uma menina indefesa e tenho pessoas para me defender, e uma dessas pessoas é o Max.
 
- Garota estúpida. - Ele gargalha de uma forma desagradável. - Acha mesmo que ele vai ficar com você? Só está se divertindo um pouco com seu novo brinquedinho, e quando ele cansar vai te descartar como sempre fez.
 
Adam me olha de cima em baixo com desdém, e ainda continua apertando o meu braço com força, porém não sou uma pessoa covarde, e se ele acha que agindo assim vai me deixar com medo está redondamente enganado.
 
Se eu não conhece bem o Max até iria acreditar que ele é um homem namorador e que esta apenas se divertindo um pouco, mas ele não suporta aproximação de pessoas e muito menos ser tocado por elas. É claro com exceção a minha maravilhosa pessoa.
 
Eu confio no homem que amo cegamente, por isso esse joguinho sujo do Adam não vai funcionar comigo, mas ele não precisa saber disso.
 
- Bem... Se o Max está apenas se divertindo um pouco comigo, acho que isso não é da sua conta. - Arqueio as sobrancelhas.
 
- Você...
 
- Não me diga que está temendo por sua filhinha papai? - O corto. - Tem um menino mal usando sua garotinha, e por isso está preocupado?
 
Adam fica furioso quando percebe que não consegue me desarmar, e mais furioso ainda por eu estar com um largo sorriso nos lábios, enquanto ele pensa estar me deixando receosa ou com medo.
 
- Me responda uma pergunta... - Me calo por alguns segundos. - Por quê quis me contratar quando fui na sua empresa? Estou curiosa para saber.
 
- Quando soube que você e o Max tinham os mesmo amigos eu quis me reaproximar de você, porque eu sabia que era questão de tempo até nos encontramos pessoalmente. - Ele assume. - Mas é óbvio que você tinha que dificultar minha vida.
 
- Achou que iria acontecer o quê? - Indago. - Que eu iria te perdoar e viveríamos uma linda família unida?
 
- Era meu plano, mas você não era tão fácil de manipular quanto achei que seria.
 
- Você fez um bom trabalho quando roubou tudo que eu e minha mãe possuía e nos abandonou. - Digo entredentes. - Uma coisa boa você fez na minha vida, graças a você me tornei uma mulher forte, e uma mulher que não é enganada facilmente.
 
Com toda certeza Adam não iria contar a sua família que havia me abandonado na infância, então iria inventar alguma história maluca e pedir para que eu mentisse, mas ele acabou se ferrando achando que seria fácil de me fazer de idiota, porque meu principal objetivo de vida não era viver ao seu lado, e sim destrui-lo, e será isso que irei fazer.
 
- Uma pena que seus planos não deram certo não é? Agora Max sabe o tipo de homem que você é de verdade, e não vai demorar nada até sua máscara cair na frente de todos, e quando esse dia chegar... - Me aproximo um pouco mais dele. - Estarei na plateia vendo você perder absolutamente tudo .
 
Vejo fúria em seu olhar, e nesse momento percebo que ganhei mais um inimigo mortal, porém isso não me assusta, porque eu deixei de me importar com o que acontece comigo há muitos anos.
 
Adam fará de tudo para me calar, e não duvido nada que ele até mande me matar, mas estou preparada para o pior, e a minha carta na manga está bem escondido ouvindo nossa conversa.
 
- Eu não queria ter que sujar minhas mãos. - Adam balança a cabeça em negação conversas vezes. - Mesmo sendo uma vadia inútil ainda assim é minha filha, e isso me deixa um pouco triste por ter que matar.
 
- Acha mesmo que tenho medo da morte? - Sorrio de canto. - Acha mesmo que suas ameaças me deixam com medo?
 
- Você pode até não ter medo de morrer meu bem... - Ele diz zombeteiro. - Mas está preparada para perder seu querido Max? Acidentes acontecem de vez em quando.
 
Meu sangue ferve nas veias e nesse momento quero voar sobre esse homem e lhe mostrar do que sou capaz, e apesar de estar morrendo de medo dele cumprir sua ameaça tento não deixar transparecer como estou me sentindo.
 
Ele sabe que Max é minha fraqueza, e não terá escrúpulo em usar isso contra mim, mas Adam está literalmente mexendo com a pessoa errada.
 
- A última coisa que você vai querer fazer é tocar no Max, porque ele é a pessoa que me mantém sã. - O encaro de frente. - Sabe o que aconteceria se eu o perdesse? No meu lugar eu não iria querer saber do que sou capaz, e pode ter certeza que posso ser bem pior que você quando quero.
 
Vejo um lampejo de pânico e dúvida em seu olhar, e isso faz com que um sorriso sinistro surja em meus lábios, porque agora eu sei que ele está se cagando de medo de mim. Sou tão maluca quanto ele, e se preciso for faço qualquer coisa para proteger quem amo, qualquer coisa.
 
- Somos muito parecidos afinal de contas. - Passo a mão por seu rosto e sinto ele estremecer levemente. - Se eu precisar agir como um monstro para te manter afastado, não tenha dúvidas que farei isso, por isso é melhor ficar bem quietinho no seu canto e me deixe em paz pelo seu próprio bem.