Capítulo 30

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- Não é bom ficarem sozinhas. - Max fala.
 
- Vamos ficar bem. - Digo.
 
- Enquanto Charles não for pego estarão em risco.
 
Max tem razão, mas para onde iríamos? Nem Becca e nem eu temos dinheiro, por isso não podemos nos esconder mesmo que quiséssemos.
 
Charles não foi pego ainda, por isso Becca está com muito medo, porque ele pode querer voltar no apartamento para continuar com suas maldades.
 
Mesmo eu sabendo que não aguento comparar minha força com a dele não estou com medo, porque essa não será a primeira vez e nem a última que tenho que lidar com um homem sem escrúpulo.
 
Querendo ou não essa a realidade que vivo há anos, por isso eu não me abalo com qualquer coisa ou pessoa, pois eu aprendi a ser forte com o tempo.
 
- Acho que seria uma boa ideia ficarem no meu apartamento por enquanto. - Max fala.
 
- Não queremos incomodar. - Becca suspira alto.
 
- Iremos ficar bem. - Forço um sorriso.
 
- Ou vocês vão para o meu apartamento, ou irei para o seu Lauren.
 
Max está com medo de que algo ruim possa acontecer com nós duas, e por isso ele não quer nos deixar só, e nada fará ele mudar de ideia.
 
Fico muito contente por ele estar tão preocupado comigo, porque eu nunca tive ninguém para cuidar de mim, e agora que tenho estou muito feliz.
 
Essa sensação de ser importante e amada é muito boa, e isso faz com que eu me sinto levemente arrependida por nunca ter me dado a chance de amar alguém e ser amada, mas ao mesmo tempo sei que fiz a escolha certa ao me permitir sentir algo por alguém.
 
Talvez eu nunca havia pensado na possibilidade de ter um relacionamento antes, porque Max e eu já estávamos destinados a ficarmos juntos, pois foi ele que me fez mudar de ideia.
 
- Você é tão teimoso. - Semicerro os olhos. - Não irá mudar de ideia até aceitarmos não é?
 
- Só sou um namorado prestativo tentando proteger sua mulher. - Ele sorri de canto.
 
- Então estão namorando? - Becca olha para nós toda animada.
 
- Sim. - Max responde.
 
Ele se senta na beirada da cama e então me abraça, e me da um beijo na bochecha, e quando se afasta fica me olhando de forma carinhosa.
 
- Por que está me olhando assim? - Pergunto.
 
- Assim como? - Ele arqueia a sobrancelha.
 
- Você sabe. - Reviro os olhos.
 
Olho para à porta quando escuto uma movimentação, e então vejo o médico que me atendeu vindo em nossa direção.
 
- Como se sente? - Ele questiona.
 
- Estou bem. - Sorrio largo.
 
- Já está liberada para ir para casa. - Ele fala. - Repouse e não esqueça de tomar seus remédios.
 
- Obrigada doutor. - Agradeço.
 
Ele acena com a cabeça, mas após terminar de falar ele não sai do quarto e fica me encarando por um longo tempo.
 
- Bem... Tem mais alguma coisa que preciso saber? - Pergunto.
 
- Aceita sair comigo? - Ele joga a bomba de repente.
 
- Desculpe, mas eu tenho namorado.
 
- Não sou ciumento. - Ele sorri de canto.
 
Olho para Max que está com os punhos fechados, então eu seguro sua mão antes que ele acabe fazendo alguma burrice.
 
- Não tenho interesse, mas obrigada pelo convite.
 
- Você é quem sabe. - Ele fala. - Mas se mudar de ideia sabe onde me encontrar.
 
- Eu não mudarei de ideia.
 
Ele apenas sorri com malícia e começa a caminhar em direção à porta do quarto, e enquanto eu o observo sair do quarto fico tentando entender o que acabou de acontecer.
 
Esse cara deve ser louco por me fazer essa proposta, porque até onde eu sei vários hospitais proíbem relacionamentos entre médico e paciente.
 
- Idiota. - Max resmunga entredentes.
 
- Cara ousado. - Becca também se irrita.
 
- Eu deveria ter socado a cara dele. - Max da um murro no ar.
 
- Vocês dois relaxem e vamos embora.
 
Max me ajuda a me levantar da cama, enquanto Becca pega minhas roupas e me entrega. 
 
- Irei pagar a conta do hospital enquanto se veste.
 
- Obrigada. - Suspiro alto. - Irei te pagar...
 
- Vou fingir que não ouvi isso. - Ele me corta.
 
- Mas...
 
- Mas nada. - Ele me corta novamente.
 
Por esse motivo eu não queria aceitar namorar com ele, porque eu não tenho dinheiro para acompanhar o Max, então ele gastará o seu comigo, e eu não quero ser uma namorada sanguessuga.
 
- Eu já volto.
 
Ele me beija rapidamente e sai do quarto em passos largos, e eu fico o observando se distanciar e me sentindo levante solitária por ele não estar mais ao meu lado.
 
- Parabéns pelo namoro minha amiga. - Becca fala. - Estou feliz por você.
 
- Obrigada. - Agradeço.
 
- Max parece ser um cara bacana.
 
- Ele é sim. - Digo enquanto começo a vestir minhas roupas. - Ele é um cara legal.
 
Ao mesmo tempo que é legal saber que agora tenho um namorado, também  levará algum tempo até eu me acostumar com essa ideia, porque é tudo novo para mim.
 
Eu sempre pensei o pior do Max porque ele sempre me mostrou seu lado cretino, mas depois que eu comecei a ver que ele era um cara legal, e que apenas se escondia atrás daquela máscara, foi que eu me interessei por ele.
 
Nunca na minha vida passou pela minha mente que algum dia eu iria ter um namorado, e muito menos que seria o Max, e isso me deixa meio assustada.
 
Como de inimigos mortais passamos a ser um casal? Quando diziam que acabaríamos juntos eu ria com desdém porque eu realmente achava uma piada tal coisa, e agora aqui estou eu, namorando o cara que eu jurei odiar pelo resto da minha vida.
 
- Decidiu se vai ficar no apartamento do Max? - Becca indaga.
 
- Sim. - Confirmo com a cabeça. - É mais seguro para você.
 
- Eu não quero que faça nada obrigada por minha causa.
 
- Na verdade não acho que será uma má ideia ficar no apartamento do Max por enquanto. - Digo.
 
- Já entendi. - Becca sorri com malícia.
 
- Não é nada do que essa sua cabecinha está imaginando.
 
- Vou fingir que acredito. - Ela ri baixinho.
 
Ainda acho que será incômodo para Max receber eu e Becca em seu apartamento por causa das suas manias, mas no momento é mais seguro ter um homem por perto, porque enquanto Charles não for pego estaremos em perigo.
 
Não sou hipócrita em dizer que quero ir para seu apartamento apenas por esse motivo, porque eu também quero ficar ao seu lado por mais tempo, e essa será uma boa oportunidade para nós conhecermos mais.
 
Estamos no nosso primeiro dia de namoro, mas eu quero começar a aprofundar ainda mais nossa relação para vermos se combinamos, e então decidiremos se é melhor continuar com o relacionamento ou cada um seguir seu rumo.
 
- Estão prontas? - Max aparece do nada.
 
- Que susto. - Levo as mãos ao peito.
 
Ele sorri largo enquanto caminha até mim, e ao se aproximar pega minha mão e segura com firmeza.
 
- Vamos?
 
- Tem certeza que quer que eu e Becca vamos para seu apartamento? - Pergunto.
 
- Tenho sim. - Ele balança a cabeça em confirmação. - Protegerei as duas.
 
- Você não vai surtar? - Indago. - Porque será impossível não tocar em nada no apartamento.
 
Max é tão neurótico com limpeza, que eu não sei como ele deitou em uma cama de hospital comigo, e está me tocando e me beijando sem fazer ânsia de vômito.
 
- Sejam higiênicas que não teremos problemas. - Ele sorri largo.
 
- Você me conhece e sabe que sou bagunceira por natureza, então...
 
- Vamos ficar bem. - Ele me corta. - Se necessário eu mesmo lhe dou banhos.
 
- Que homem abusado. - Arqueio a sobrancelha.
 
Max ri baixinho e Becca faz o mesmo, e então começamos a caminhar para fora do quarto com ele ainda segurando minha mão.
 
- Preciso ir no apartamento pegar algumas roupas. - Falo.
 
- Não se preocupe. - Max olha para mim. - Tudo que forem precisar já foi levado para meu apartamento.
 
- Mas...
 
- Estava na esperança de que aceitasse ficar comigo por enquanto, por isso mandei meu motorista pegar tudo que vão precisar. - Diz.
 
- Tão prestativo.
 
Max coloca a mão na minha cintura e me puxa para mais perto de si, e logo em seguida dá um beijo em meu rosto, e tenho que assumir que nunca me cansarei disso.
 
- Irei ficar de vela. - Becca suspira alto.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora