Capítulo 23

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- Bem... - Dafini sorri como se estivesse prestes a matar alguém. - Agora somos só nós duas.
 
Apenas forço um sorriso e não digo nada, pois se eu abrir minha boca nesse momento pode sair coisas não tão agradáveis.
 
- Então... Você trabalha ou estuda Lauren? - Dafini pergunta.
 
- Não estudo, mas começarei a trabalhar com o Max. - Respondo.
 
- Sério? - Ela sorri debochada. - Preciso de um namorado para conseguir um emprego?
 
- Acho que você não tem muita moral para dizer nada, já que é sustentada por seu pai não é verdade?
 
Seu sorriso antes debochado da lugar a irritação, e vê-la assim é colírio para meus olhos.
 
- Eu não sou sustentada por meu pai. - Ela resmunga entredentes. 
 
- Você estuda Dafini? - Indago.
 
- Sim. - Ela responde toda orgulhosa.
 
- Quem paga seus estudos? É você?
 
Ela morde o lábio inferior e não responde a minha pergunta, porque ela sabe que quem banca tudo é seu pai.
 
Dimitri é quem paga suas roupas caras, e lhe dá essa vida luxuosa, e a bonitinha ainda vem querer dar uma de independente.
 
Se eu tivesse um pai que faz todos os meus gostos e banca todas as minhas despesas eu também teria estudado, mas sempre fui eu sozinha, ou pagava estudos ou comprava alimentação, e entre estudar ou morrer de fome eu preferi viver.
 
- Max merece uma mulher a sua altura, você é tão... tão... - Ela me olha com desdém. - Tão pobre.
 
- E quem seria a mulher ideal para ele? Você? - Pergunto rindo?
 
- Exato. - Ela responde. - Sou linda e rica.
 
- Na verdade seu pai é rico, você é apenas uma sanguessuga.
 
- Você...
 
- Você nunca foi e nunca será boa o suficiente para o Max, porque ele gosta de mulher de verdade, e não de uma jovenzinha que é mimada e não sabe nada da vida.
 
Essa mulher deve precisar da ajuda de alguém até para limpar a própria bunda, e está se achando o centro das atenções.
 
- Acha que Max vai aguentar uma desocupada como você por muito tempo? - Ela pergunta. - Ele só está se divertindo com você Lauren, e quando se cansar irá te substituir por outra.
 
- Você pode até ter razão, mas se isso acontecer você não será uma opção para ele minha querida. - Sorrio largo. - Porque como eu disse antes Max gosta de mulheres maduras, e não de garotinhas cheirando a leite. 
 
- Eu...
 
- Eu tenho que concordar que você é bonitinha, e provavelmente deve ter alguns idiotas cegos que te vê e pensa que você é uma garota legal e um bom partido, mas pode esquecer o Max, porque ele nunca te olhará como uma mulher, porque ele já tem uma maravilhosa ao seu lado. - Aponto para mim mesma. - E adivinha quem é? Sou eu mesma minha linda.
 
Dafini está vermelha de tanta raiva, e parece prestes a pular em meu pescoço e me esganar, mas como eu sou muito educada não continuo a provocando.
 
Tenho certeza que ela achou que iria me humilhar quando ficamos a sós, só que ela não imaginava que eu sei ser uma megera bem pior do que ela quando tentam pisar em mim.
 
- Max merece alguém como eu, e não um peso morto como você. - Ela fala brava.
 
- Até onde me lembro Max também é um homem rico, então para que exatamente ele iria precisar de você? - Pergunto calmamente.
 
- Bem... Eu... Eu preciso dele.
 
- Para que? - Começo a rir. - Trocar suas fraudes ou arrumar sua mamadeira?
 
- Já chega!
 
Dafini se levanta brava, aponta para à porta da casa e fala:
 
- Vai embora.
 
- Por que eu faria isso? Ainda nem jantei. - Sorrio largo.
 
- Não vou permitir que me falte com respeito dentro da minha própria casa.
 
- Se me lembro bem que começou a destilar veneno aqui foi você, eu apenas me defendi. - Dou de ombros.
 
Agora que a florzinha percebeu que não pode comigo quer que eu vá embora, mas não vou mover um dedo sequer até que Max volte.
 
Dafini quis dar uma de arrogante para cima da pessoa errada, porque eu não aceito ser tratada como lixo por ninguém, absolutamente ninguém.
 
- Vou contar tudo para meu pai.
 
- É assim que você resolve as coisas? - Indago. - Contando tudo para o papai?
 
- Você...
 
- Cresça Dafini. - A corto. - Você não é mais uma criança, então pare de agir como uma e ser infantil.
 
Não tem nem graça discutir com uma pessoa assim, porque quando eu entro em uma briga quero que seja de igual para igual, mas eu estava esperando demais dessa garota.
 
Dafini parece prestes a chorar e chamar pelo pai, e isso é um saco, porque eu queria continuar nossa conversa de forma adulta.
 
Ela já é uma mulher feita, mas age como uma adolescente imatura, e isso deve acontecer por ter nascida em um berço de ouro e desde sempre sendo tratada como uma princesa, e recebendo tudo na mão.
 
Se Dafini não amadurecer com o tempo seu futuro poderá ser bem trágico, porque hoje ela tem o total apoio do seu pai, mas e quando ele não tiver mais ao seu lado?
 
Hoje eles são ricos e ela tem tudo o que quer, mas amanhã é outro dia e tudo pode mudar, então seria bom ela começar a agir como um ser humano, e aprender a dar valor as pequenas coisas, porque nada nessa vida é eterno.
 
Alguns pais não sabem colocar limites em seus filhos, e Dimitri é um deles, porque pelo jeito nunca disse não a filha, e olha o tipo de mulher que ela está sendo.
 
Dafini quer que Max seja seu a todo custo, mas ele é um humano e tem escolhas, mas pelo jeito ela apenas o vê como mais um objeto para sua coleção, e não terá descanso até conseguir o que quer, e toda vez que ele fala não, a deixa ainda mais eufórica para tê-lo, porque ela não conhece a palavra não, e limites.
 
- Você vai se arrepender por isso. - Ela fala baixinho.
 
Me levanto calmante, e então caminho em direção a Dafini que não move um dedo sequer, mas a sua feição indica que está se cagando de medo.
 
- Está me ameaçando garota? - Pergunto seriamente.
 
- Eu...
 
- Eu sou muito boa, mas não me irrite não, porque eu sou capaz de fazer coisas que você não pode imaginar Dafini. - Sorrio sombriamente. - Então se está me ameaçando eu sugiro que repense isso, porque eu no seu lugar não iria gostar nem um pouco de ver meu lado ruim.
 
Coloco uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha, e então aproximo meu rosto do seu e cochicho em seu ouvido:
 
- Apenas cuide da sua vidinha medíocre e deixe meu homem em paz, antes que algo ruim aconteça com esse seu rostinho lindo.
 
- Está me ameaçando? - Ela pergunta com a voz trêmula.
 
- De maneira alguma. - Sorrio largo. - Só estou lhe dando um aviso de amiga.
 
Me afasto da Dafini ao mesmo tempo em que Max e Dimitri voltam para a sala, e ao ver nos duas de pé Max pergunta:
 
- Está tudo bem por aqui?
 
- Está se sentindo bem querida? - Dimitri pergunta para Dafini. - Você está pálida.
 
- Não estou me sentindo muito bem amor. - Levo a mão a cabeça.
 
Tento trazer a atenção de todos para mim, antes que percebam que algo está errado com a assustada megerinha.
 
- O que está sentindo? - Max pergunta fingindo preocupação.
 
- Meu estômago...
 
Começo a fingir estar fazendo ânsia de vômito, enquanto Max me ampara e passa a mão por minhas costas de forma carinhosa.
 
Deveriam trazer um troféu para mim, porque estou me saindo melhor que muita atriz famosa nesse papel de namorada falsa, e agora fingindo estar passando mal
 
- Beba um pouco de água. - Dimitri surge do nada com um copo de água na mão e me entrega.
 
- Obrigada. - Agradeço.
 
Com as mãos trêmulas levo o copo a minha boca e bebo um pouco do líquido, e depois de alguns segundos entrego o copo para Dimitri.
 
Olho de relance para Dafini e vejo um sorriso cínico em seus lábios, porque ela sabe muito bem que estou fingindo passar mal nesse momento.
 
Eu sei que ela não irá desistir do Max mesmo depois da minha pequena ameaça, então terei que estar preparar para enfrentá-la cara a cara se necessário.
 
- Me desculpe a pergunta, mas por acaso você está grávida? - Dimitri indaga.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora