Capítulo 37

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- Eu te amo. - Max fala do nada - Eu te amo demais e quero que seja minha esposa Lauren.
 
Estou tão incrédula com o que acabei de ouvir, que não consigo esboçar reação alguma ou até mesmo falar alguma coisa nesse momento.
 
- Não vai falar nada? - Ele me olha esperando que eu diga algo.
 
- Bem... Bem...
 
- Se não me ama não precisa se justificar. - Ele sorri tristemente.
 
Percebo que eu o magoei por não ter dito o mesmo, porque Max não consegue disfarçar sua decepção, e está bem visível em seu lindo rosto.
 
- Eu também te amo. - Confesso.
 
- Não precisa mentir só para me agradar.
 
- Não estou mentindo. - Balanço a cabeça em negação. - Eu realmente te amo.
 
- Não...
 
- Só fiquei surpresa com o que disse. - O corto. - Então até eu assimilar o que tinha ouvido demorou um pouco.
 
Max se levanta da cadeira, senta na beirada da cama, pega minha mão entre as suas e aperta lentamente.
 
- Está falando a verdade? - Ele parece ainda duvidar de mim.
 
- Pode ter certeza absoluta que eu te amo demais. - Sorrio abertamente.
 
Max também abre um largo sorriso, e quando se aproxima mais de mim beija meus lábios repetidas vezes, e ao se afastar novamente ele fica me olhando de um jeito que faz eu me sentir a mulher mais especial do mundo.
 
Quando Charles me pegou eu achei que seria meu fim, e para falar bem a verdade eu o provocava na esperança dele me matar, porque para mim era doloroso demais suportar o fato deu estar apaixonada por meu irmão, mas ainda bem que eu tive a chance de descobrir que não somos meio-irmãos, e ouvi-lo dizer que me ama.
 
- Caramba. - Max leva as mãos ao rosto. - Sou um homem de sorte por ter você ao meu lado.
 
- Você tem toda razão. - Pisco para ele. - É um homem de muita sorte.
 
Max tira uma mecha de cabelo do meu rosto e coloca atrás da orelha, e volta a me encarar em silêncio por um longo tempo.
 
- Por que está me encarando? - Decido quebrar o silêncio.
 
- Eu sei que eu deveria fazer algo romântico para lhe propor casamento, porque você merece o melhor, mas estou tão feliz que não estou tendo paciência para esperar. - Max beija minha testa e se afasta. - Você aceita se casar comigo? Aceita passar o resto de nossas vidas juntos?
 
Estou tão feliz que a minha vontade é aceitar me casar com ele, mas existe algo que poderá interferir em nosso relacionamento, e até Max saber sobre meu pai eu não posso aceitar seu pedido de casamento.
 
- Você não faz ideia do quanto fico feliz por me amar tanto a ponto de querer viver ao meu lado, mas... mas... - Abaixo a cabeça e suspira baixinho. - Se eu me casar com você terei que conviver com o Adam, e em hipótese alguma quero aquele homem fazendo parte da minha vida.
 
- Por que diz isso? - Max me olha confuso.
 
- Adam era casado com minha mãe, mas sempre a maltratou e fazia muita pressão psicológica para deixá-la em suas mãos. - Começo a falar sobre o real caráter dele. - Alguns anos se passaram e nós vivendo naquele inferno, e então um dia Adam roubou todo dinheiro que minha mãe havia conseguido guardar depois de anos e anos trabalhando muito e fugiu.
 
Max está de olhos arregalados e parece não acreditar no que está ouvindo, e isso deve ser porque para ele e sua família Adam deve ter sido um homem exemplar.
 
- Depois que ele foi embora minha mãe entrou em depressão e começou a praticamente vegetar, e vivemos assim até ela falecer. - Meus olhos se enchem de lágrimas com as tristes lembranças.
 
- Eu... eu sinto muito.
 
- Se não bastava Adam ter sido um cretino a vida toda, ele ainda conseguiu ser ainda mais desumano quando tomou a casa de mim quando minha mãe faleceu e me jogou nas ruas. - Continuo a falar. - Tudo que eu passei foi culpa do Adam por ter me abandonado, porque se ele fosse um bom pai eu não teria ido para o orfanato e sofrido tanto.
 
Eu o culpo por tudo mesmo, pois meu sofrimento teria sido evitado se ele fosse um pai presente e amável, mas ele era egoísta demais e sempre pensou apenas em si mesmo, enquanto eu sofria na mão de pessoas ruins e podres.
 
- Tem certeza disso? - Max questiona. - Adam sempre foi um bom pai para mim e minha irmã, tem certeza que são a mesma pessoa?
 
- Eu tenho certeza. - Confirmo com a cabeça.
 
Não culpo Max por ter sido criado pelo homem que se dizia meu pai, não o culpo por tê-lo por perto para defendê-lo quando necessário, não o culpo por ter tido um pai presente enquanto eu era agredida e abusada, porque Max realmente não tem culpa de termos o mesmo pai.
 
Talvez no passado eu o culparia por ter algo que deveria ser meu, mas eu amadureci muito ao longo dos anos, e agora eu sei reconhecer uma pessoa inocente.
 
Ele também era uma criança como eu quando tudo aconteceu, então não pode carregar a culpa dos atos de adultos inconsequentes, e eu digo isso porque sou madura o suficiente para não agir por impulso e magoar alguém.
 
- Acho isso algo impossível de acontecer. - Max balança a cabeça em negação. - Meu pai é um bom homem.
 
- Acha que estou mentindo? - Pergunto incrédula.
 
- Bem...
 
Max se cala e não fala nada, mas a forma que ele me olha mostra que ele está duvidando de mim, e isso me magoa mais do que eu imaginei que magoaria.
 
- Se acha que estou mentindo vá perguntar a ele. - Falo com irritação. - Mas pensando bem Adam poderá falar que estou mentindo e você irá continuar acreditando nele.
 
- Não...
 
- Tudo bem. - O corto. - Você viveu sua vida toda com ele sendo um bom pai, e só me conhece há alguns anos, então eu serei a mentirosa do mesmo jeito no final das contas.
 
Por que tudo na minha vida tem que ser complicado? Há alguns minutos eu estava tão feliz por ouvir Max dizer que me ama, e agora eu estou brava e magoada por ele não confiar em mim.
 
Está certo que para ele foi um choque ouvir coisas ruins sobre o homem que o criou, cuidou dele e foi um bom pai, mas por quê eu iria mentir agora? E é isso que Max acha que estou fazendo, e só pelo jeito que ele me olha mostra isso.
 
- Eu não estou duvidando de você, só não acho que meu pai seria tão baixo a ponto de abandonar uma filha.
 
- Está estampado em seu rosto que me acha uma mentirosa. - Sorrio fraco.
 
- Eu não estou...
 
- Não precisa mentir para mim Max. - O corto.
 
Quanto mais ele tenta me dizer que confia em mim, mais triste eu fico porque vejo que ele está mentindo, e isso me magoa muito.
 
- Acho que você deveria ir embora. - Digo calmante.
 
- Lauren...
 
- Estou cansada Max.
 
Viro a cabeça para o lado quando meus olhos começam a formigar pelas lágrimas não derramadas, porque eu não quero que ele me vê chorar agora.
 
- Tem certeza que quer que eu vá embora? - Ele questiona.
 
- Sim. - Respondo sem olhá-lo.
 
Max beija o topo da minha cabeça, e alguns segundos depois escuto ele se movimentar e quando eu viro minha cabeça e olho para à porta do quarto se fechando as lágrimas banham meu rosto.
 
Eu não queria que ele se fosse, queria que ele ficasse ao meu lado mesmo eu o mandando embora, queria que ele confiasse em mim, mas infelizmente Max não fez nada do que eu desejava e por isso estou mais uma vez machucada por alguém que amo e confio.
 
Era por isso que eu nunca me permitia amar alguém, era por isso que havia escolhido ter uma vida solitária e sozinha, mas pelo Max eu mudei de ideia e o que recebi em troca? Sua desconfiança.
 
Sou idiota demais por sempre achar que dessa vez tudo seria diferente, e isso nem é porque eu me acho uma pessoa pessimista pois eu não sou, mas nada, absolutamente nada dura muito em minha vida.
 
- Que merda. - Enxugo as lágrimas com o dorso da mão.
 
Sinto dores em minhas costelas e em todo meu corpo, mas o que mais dói é meu coração, e a única coisa que posso fazer para aliviar um pouco essa dor e chorar e chorar.
 
- Está se sentindo bem moça?
 
Olho para o lado e vejo uma enfermeira vindo até mim me olhando com preocupação, então enxugo minhas lágrimas rapidamente e tento disfarçar.
 
- Me empresta seu celular? - Pergunto apreensiva.
 
- Claro. - Ela esboça um largo sorriso.
 
Ela enfia a mão no jaleco, pega o celular e desbloqueia a tela, e logo em seguida me entrega.
 
Disco os números do celular da Mia e ligo para ela, e depois de algumas chamadas ela atende a ligação.
 
- Oi Mia é a Lauren. - Me identifico para ela. - Você pode vir me buscar no hospital?

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora