Capítulo 35

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- Lauren? - Adam me olha todo confuso.
 
- Vocês se conhecem? - Max também parece bem confuso.
 
Fico olhando para todos em silêncio, porque não consigo nem abrir minha boca para dizer alguma coisa ou perguntar o que está acontecendo.
 
Como assim Max é filho do Adam? Se isso for verdade somos meio-irmãos, e eu acabei me apaixonando por ele, e agora estou me sentindo mais suja do que nunca.
 
Minhas pernas estão tão trêmulas, que eu acabo desabando no chão, enquanto lágrimas quentes banham meu rosto, e apesar da minha vontade de sair correndo desse lugar o mais depressa possível, não consigo mover um músculo sequer.
 
- O que está acontecendo? - Max pergunta ao se aproximar de mim. - Por quê está chorando?
 
Ele tenta me levantar, mas eu empurro suas mão, porque eu não quero ser tocada por ele, não mais.
 
- Lauren...
 
- Não me toque. - Peço baixinho.
 
Max ignora meu pedido e mais uma vez se aproxima de mim, e mesmo eu tentando me desvencilhar dele ele continua tentando segurar minha mão.
 
- Não me toque droga! - Grito de desespero.
 
Ele se afasta e me olha assustado, e se antes eu estava até conseguindo me manter controlada, agora começo a chorar desesperada.
 
Minha vida estava boa demais para ser verdade, então eu deveria prever que algo ruim iria acontecer como sempre, e o pior é que eu estava tão feliz pela primeira vez na minha triste vida, e agora estou mais uma vez no buraco que nunca consegui sair completamente.
 
- Você está me deixando preocupado. - Max fala.
 
Ele se aproxima de mim novamente e me abraça, e mesmo eu tentando empurrá-lo Max continua me segurando com força.
 
- Me solte. - Peço em meio as lágrimas.
 
- Eu não vou te soltar. - Ele me aperta ainda mais.
 
- Por favor me solta.
 
Max ignora meu pedido e me segura com firmeza, e isso faz com que eu me sinta ainda pior, porque eu me sinto confortado nos braços do homem que amo, mas que acabo de descobrir que é meu irmão.
 
Como vou continuar com minha vida depois disso? Como vou superar o que está acontecendo? Sempre fui forte para lidar com muita coisa ruim que já aconteceu ao longo dos anos, mas isso é demais até mesmo para mim.
 
- Pare de chorar por favor. - Max pede baixinho.
 
O empurro com tanta força que Max cai no chão, e mais do que depressa me levanto e corro em direção à porta do apartamento, e assim que me aproximo a abro e fujo em direção as escadarias.
 
- Lauren!
 
Max grita por meu nome, mas eu continuo fugindo o mais depressa que consigo, porque nesse momento eu quero colocar a maior distância possível entre nós dois.
 
Não sei de onde estou tirando forças para continuar correndo, mas estou conseguindo mesmo sentindo que Max está atrás de mim e irá me alcançar a qualquer momento.
 
Após sair do prédio olho para trás rapidamente e fico aliviada por não ver Max, então aproveito a oportunidade para continuar fugindo.
 
Não sei por quanto tempo eu corri, e só parei apenas quando senti que não conseguiria dar mais um passo sequer, pois já estava completamente esgotada.
 
Me sento na calçada da rua antes que eu acabe caindo, porque minhas pernas estão tão bambas que mal consigo me manter de pé.
 
Coloco a mão no peito pois sinto meu coração batendo tão forte, que parece que ele saltara do meu corpo a qualquer momento, e essa não é uma sensação nada agradável.
 
Alguns minutos se passam, e como a adrenalina do momento também está se acabando começo a sentir meus pés doendo, e quando olho para eles vejo o motivo.
 
Como eu fugi rapidamente não me preocupei em calçar nada, e para minha infelicidade eu devo ter pisado em algo cortante enquanto corria, pois meus pés estão sagrando e doendo muito.
 
- Merda. - Praguejo baixinho.
 
Algumas pessoas passam por mim e me olham com curiosidade, mas como era de se esperar ninguém oferece ajuda, só que eu também não estou me importando com absolutamente nada.
 
Estou tão cansada de tudo que nesse momento eu queria fechar meus olhos e dormir, e quando acordasse tudo não passasse de um pesadelo horrível, mas eu não sou tão sortuda assim.
 
Eu já deveria estar acostumada com coisas ruins acontecendo em minha vida, por isso foi burrice achar que dessa vez seria diferente, foi burrice achar que enfim eu seria completamente feliz, e agora minha triste realidade bateu à porta novamente.
 
Encosto a cabeça na parede e fecho os olhos, e eu não sei por quanto tempo fico assim, porque quando começo olhar em volta novamente vejo que as ruas enfim estão ficando vazias, o que indica que faz um bom tempo que eu fugi do Max. 
 
Decido que já está na hora deu voltar para meu apartamento, então seguro na parede e me levanto lentamente, mas minha vontade é de continuar sentada, porque no momento que dou o primeiro passo meus pés começam a doer ainda mais.
 
- Você está bem moça? - Alguém pergunta atrás de mim. - Precisa de ajuda?
 
- Estou bem. - Respondo.
 
Me viro para olhar quem é o homem que está me oferecendo ajuda, mas antes que eu tenha a chance de ver seu rosto sinto uma pancada forte em minha cabeça e eu desmaio.
 
🌻
 
Abro os olhos lentamente para me acostumar com a claridade das luzes do ambiente, e olho em volta vejo que estou em um quarto todo sujo e bagunçado.
 
Minha cabeça está doendo muito, e quando levo minhas mãos amarradas a minha cabeça percebo que estou sangrando.
 
Me sento no colchão sujo e fico olhando em volta tentando assimilar o que está acontecendo, e o único nome que me vem a mente nesse momento é Charles.
 
Olho para o lado quando escuto uma movimentação, e então vejo Charles entrando no quarto com um largo sorriso nos lábios.
 
- A bela adormecida acordou.
 
Me mantenho em silêncio enquanto ele pega uma cadeira no canto do quarto, se aproxima de mim e se senta na minha frente.
 
- Onde estamos? - Pergunto.
 
- Por que quer saber? Não sairá daqui com vida.
 
- Está tentando me assustar? - Sorrio de canto. - Porque se for não está dando muito certo.
 
Sou surpreendida quando Charles me dá um tapa no rosto com tanta força, que acabo caindo no colchão.
 
Sinto gosto de sangue na minha boca, então me levanto rindo e cuspo ao seus pés, o isso o deixa ainda mais bravo.
 
- É o máximo que consegue fazer? - Pergunto debochada. - Meu tapa é mais forte que o seu.
 
Charles me dá outro tapa no rosto, mas dessa vez eu me mantenho no mesmo lugar e eu começo a gargalhar alto, e ao fazer isso percebo que ele fica ainda mais irado.
 
- Você mexeu com a pessoa errada garota. - Ele resmunga entredentes. - Você acabou com a minha vida e eu irei fazer o mesmo com a sua.
 
- Você mesmo acabou com sua vida no momento em que colocou suas mãos podres sobre a Becca. - O olho com repulsa.
 
- Eu nunca a machucaria, porque Becca é a mulher que eu amo e a mãe do meu filho.
 
- Você é mais doente do que pensava. - Sorrio incrédula. - Um homem de verdade nunca levantaria a mão para uma mulher.
 
Charles se levanta tão rapidamente que a cadeira até cai para o lado, e então ele se aproxima de mim, leva as mãos ao meu pescoço e aperta levemente.
 
- Cale sua maldita boca! - Ele grita. - Eu a amo sim, e você a tirou de mim!
 
- Você é um monstro incapaz de amar alguém.
 
Charles começa a apertar meu pescoço com força, e apesar de não estar conseguindo respirar eu não me movo, porque não darei a ele o gostinho da vitória.
 
Se ele for me matar agora eu permanecerei imóvel, pois eu sei que ele quer que eu lute, porque isso irá lhe dar prazer.
 
Charles solta meu pescoço e então se afasta, e eu começo a tossir freneticamente enquanto respiro com dificuldade, e quando olho para ele Charles está andando de um lado para o outro com as mãos na cabeça.
 
- Eu vou te matar. - Ele fala baixinho. - Eu vou te matar.
 
- Não fique apenas nas ameaças, me mate logo.
 
Charles para e me olha, e eu vejo que ele está surpreso com o que eu disse, porque ele deve pensar que irei implorar por minha vida, e eu não farei isso.
 
- Você não consegue não é? - O provoco. - É tão machão para bater em uma mulher indefesa, mas na verdade é um covarde.
 
- Cale a boca! - Ele grita.
 
- Me mate logo seu desgraçado! - Também grito com ele.
 
Charles caminha até mim, e eu permaneço o olhando nos olhos, porque nem que ele me mate irei abaixar minha cabeça para ele, mas ele é covarde demais, e a única coisa que faz e me agredir novamente.
 
Ele esmurra meu rosto com força, e mais uma vez caio no colchão sujo, e apesar de estar sentindo muita dor começo a gargalhar alto.
 
- Você é um bosta covarde. - Falo ainda rindo. - Não é homem para cumprir suas ameaças.
 
- Não vai implorar por sua vida? - Ele questiona.
 
Apesar de estar sentindo muita dor me levanto mais uma vez e olho para ele, e vejo o quanto ele está surpreso por eu não estar amedrontada ou chorando, e sim rindo como uma maluca.
 
- Eu nunca irei implorar nada para você. - Falo com seriedade. - Absolutamente nada, ouviu bem seu verme escroto?
 
Se eu queria deixar Charles furioso eu consegui, porque ele pula sobre mim e começa a esmurrar, e eu não faço questão nenhuma de me defender, porque parece que uma parte de mim quer que ele me mate.
 
Não sei por quanto tempo Charles me agrediu, porque quando ele se afasta eu o vejo todo sujo de sangue, e apesar de não ter forças para fazer absolutamente nada eu sorrio para ele e digo baixinho.
 
- Seu covarde de merda.
 
A última coisa que vejo antes de sentir meus olhos fechar lentamente é Charles apontando uma arma para mim e ouvir um disparo, e então tudo se apaga.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora