Capítulo 48

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- Pare de andar Lauren. - Max bufa alto. - Está me deixando tonto.
 
- Estou nervosa. - Digo mordendo a unha.
 
- Eu sei amor, mas Becca e seu bebê vão ficar bem.
 
Max me estende a mão e eu pego mais do que depressa, e me sento ao seu lado, mas isso não quer dizer que meu nervosismo acabou, porque fico batendo o pé no chão freneticamente.
 
- Por que está demorando tanto? - Indago receosa.
 
- Não entendo nada sobre partos, mas eu acho que deve demorar um pouquinho mesmo.
 
Quando Becca disse que eu seria titia, fiquei alguns segundos a encarando de olhos arregalados e sem reação alguma, e só voltei em si quando ela apertou meu ombro com força por estar sentindo dor.
 
Arrumei as roupas do bebê e da Becca em tempo recorde, e viemos para o hospital o mais depressa possível, e agora não sei quanto tempo já se passou e até agora nada do Frank aparecer para nós dar notícias.
 
Se eu fosse uma pessoa corajosa teria ficado ao lado da minha amiga, mas eu não sou forte o suficiente para ver sangue e não acabar desmaiando, e isso acabaria sendo um problema para todos, por isso decidi ficar com o Max e esperar.
 
- Será que vai demorar? - Pergunto aflita. - Será que a Becca e o bebê estão bem?
 
Max coloca as mãos em meu rosto e me encara de perto, e tê-lo tão próximo a mim automaticamente me deixa um pouco menos nervosa, mas é só um pouco.
 
- Becca é saudável e seu filho também, por isso tenho certeza que vão ficar bem. - Max fala.
 
- Você tem razão. - Suspiro alto.
 
Partos podem ser perigosos, e é por isso que estou com medo por minha amiga, mas eu tenho que ser confiante e otimista, e não ficar pensando no pior.
 
Olho para o lado quando escuto uma movimentação, e então vejo Frank vindo em nossa direção em passos largos.
 
Me levanto mais do que depressa e praticamente corro em sua direção, e ao me aproximar o suficiente pergunto:
 
- Como Becca está? E o bebê?
 
- Ambos estão ótimos. - Frank responde.
 
- Que bom. - Levo a mão ao peito aliviada.
 
- Joshua é um garoto lindo e saudável.
 
Me aproximo ainda mais de Frank e o abraço com força, e ele retribui o carinho apesar deu sentir seu corpo meio rígido pela surpresa.
 
- Obrigada. - Agradeço me afastando dele alguns segundos depois.
 
- Não precisa agradecer. - Ele sorri abertamente. - Só estou fazendo o meu trabalho.
 
- Eu sei, mas mesmo assim quero agradecer.
 
Max se aproxima de mim e me da um beijo na fronte enquanto abraça minha cintura de lado, e ao olhar para ele me sinto ainda mais aliviada por ele estar ao meu lado.
 
- Becca será levada para o quarto, então poderão ir até ela. - Frank fala.
 
- Obrigado cara. - Dessa vez Max agradece.
 
- Fiquei muito surpreso quando Camy me contou que estavam juntos. - Frank sorri de canto. - Desejo que sejam tão felizes quanto eu sou com minha Camy.
 
- Nós seremos. - Encosto a cabeça no ombro do Max.
 
- Bem... Agora tenho que ir. - Frank fala. - Uma enfermeira irá vir avisá-los quando puderem ir até Becca.
 
- Obrigada. - Agradeço mais uma vez.
 
Frank acena com a cabeça e começa a se afastar de nós, e eu fico o observando até ele sumir de vista.
 
- Eu não disse que ia ficar tudo bem? - Max ri baixinho.
 
- Obrigada por estar ao meu lado e tentar me acalmar.
 
- Eu vou sempre estar do seu lado - Max fala.
 
- Sempre é uma palavra muito forte. - O provoco. - E se você se cansar de mim?
 
- Pode ter certeza que isso nunca irá acontecer.
 
E eu acredito nisso, porque eu vejo em seu olhos o quanto Max me ama e está sendo sincero nesse momento, e isso faz de mim a mulher mais feliz e sortuda desse mundo.
 
- No que está pensando? - Pergunto quando Max fica sério de repente.
 
- Você quer ser mãe?
 
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
 
Max nem tentou disfarçar seu nervosismo e medo antes deu responder a sua pergunta, mas agora suspira aliviado.
 
- Você quer filhos? - Indago.
 
- Com você eu quero tudo. - Ele beija meu rosto.
 
- Isso é ótimo. - Sorrio largo.
 
- Que tal competirmos com a Kathe e a Alice? - Max arqueia as sobrancelhas.
 
- Vamos ter que começar a treinar agora mesmo. - Lhe dou um rápido beijo nos lábios.
 
- Essa é uma ótima ideia.
 
Espero que Max esteja levando esse assunto na brincadeira como eu, porque quero ter no máximo dois filhos. Na verdade não sei cuidar nem de mim mesmo, então imagina uma criança indefesa? Esse assunto me assusta um pouco, mas não a ponto de me fazer desistir de ser mãe.
 
- Iria fazer o que se eu não quisesse ter filhos? - Questiono.
 
- Ficaria ao seu lado do mesmo jeito.
 
- Não quero que abra mão das coisas que você quer por mim. - Falo seriamente.
 
Eu ficaria bem triste sabendo que ele queria algo que eu não estaria disposta a dar, mas ainda bem que queremos as mesma coisas apesar de sermos tão diferentes um do outro.
 
- Vamos voltar ao assunto de começar a praticar nossos bebês. - Max sorri com malícia.
 
- Esse não é um lugar apropriado, então teremos que esperar um pouco mais.
 
- Estou ansioso para ficarmos sozinhos. - Max cochicha em meu ouvido
 
Meu coração se acelera, porque apesar de estarmos apenas nos provocando, sei que não vai demorar muito para dividirmos uma cama, e isso me assusta um pouco, apesar de também estar ansiosa de um jeito bom.
 
Alguém pigarreia alto, então nós afastamos um pouco e quando olho para o lado vejo uma enfermeira corpulenta olhando para nós com reprovação.
 
- Os pombinhos desejam um quarto? - Ela pergunta.
 
- Seria ótimo. - Max sorri provocador.
 
Lhe dou uma cotovelada nas costelas, e no mesmo instante o sorriso do seu rosto da lugar a uma careta de dor.
 
- Desculpe. - Peço sem graça.
 
Sua feição suaviza um pouco, mas ainda vejo uma carranca em seu rosto, e a forma que ela olha para o Max mostra como ela ainda está irritada.
 
- Me sigam. - Ela ordena.
 
Ela nos dá as costas e começa a caminhar, e Max e eu fazemos o mesmo, antes que ela nos expulse do hospital.
 
- Mulher amarga. - Max fala baixinho.
 
- Ela deve estar com inveja porque meu namorado é um gostoso. - Cochicho de volta.
 
- Por que estão falando não baixo? - Ela pergunta brava ao parar de repente.
 
- Estou mostrando ao meu namorado como essas paredes são tão... - Me calo por alguns segundos enquanto olho em volta. - São tão brancas.
 
- Devemos pintar nossa casa dessa cor amor? - Max pergunta.
 
- Acho uma ótima ideia.
 
Ela não parece acreditar em nossa conversa sem sentido, mas não fala mais nada e começa a caminhar novamente, e mais uma vez a seguimos, só que agora com as bocas fechadas.
 
Ela para em frente a uma porta e a abre, e faz sinal com a mão para entrarmos no recinto, e eu a obedeço mesmo que ela esteja nos levando para a morte.
 
Olho para dentro do quarto e vejo Becca sentada em uma cama com seu bebê nos braços, e rapidamente corro em direção a ela com um largo sorriso nos lábios.
 
- Como você está? - Pergunto ao me aproximar.
 
- Com dor e cansada, porém muito bem.
 
- Ela é lindo. - Digo olhando para o bebê.
 
Joshua tem os cabelos negros da mãe, mas não dá ao certo para saber com quem ele se parece, e espero de todo coração que a única coisa que ele terá do pai, é o sangue em suas veias.
 
- Quer pegá-lo? - Becca indaga.
 
- Por enquanto não. - Nego com a cabeça. - Ele é muito pequenino.
 
- Medrosa. - Becca me provoca.
 
- Eu sou mesmo. - Assumo sem vergonha.
 
Becca olha para o filho com admiração, enquanto seu olhos brilham, mas são lágrimas de alívio e felicidade por enfim ter seu filho nos braços.
 
- Ele não é lindo? - Ela pergunta admirando o filho.
 
- É sim.
 
Max me abraça por traz e ficamos calados por um tempo apenas olhando para o bebê que dorme tranquilamente nos braços da Becca, e ver minha amiga tão feliz me deixa emocionada.
 
- Não me canso de olhá-lo. - Becca funga alto.
 
- Espere até ele começar a chorar e sujar a fralda. - Max fala rindo.
 
- Não seja insensível. - Lhe dou um tapinha de leve no braço.
 
- Nem tudo é perfeito. - Becca sorri radiante.
 
Becca é uma mulher forte e guerreira, e depois de todo inferno que ela passou merece a felicidade que está desfrutando nesse momento.
 
Minha amiga será uma mãe maravilhosa, e Joshua vai crescer sabendo como é ser amado de verdade. Também tenho certeza que ela irá ensiná-lo a ser um homem honrado e respeitável, coisa que seu pai nunca foi.
 
- Estou muito feliz por você. - Falo com sinceridade. - Sei que será uma excelente mãe.
 
- Vou dar o meu melhor.
 
Becca passa a mão lentamente pela cabeleira do filho o admirando como se fosse a coisa mais importante do mundo, e para ela tenho certeza que Joshua é.
 
- Em breve vai ser você com nosso bebê nos braços. - Max fala baixinho em meu ouvido.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora