Um Maníaco Irresistível (Livro 10)

Capítulo 41

- Acho que seria melhor nos afastamos por um tempo. - Falo calmamente.
 
- Não. - Max nega com a cabeça. - Não irei a lugar algum.
 
- Mas...
 
- Não vamos terminar Lauren. - Ele me corta.
 
Com toda certeza essa é a última coisa que quero fazer no momento, só que eu estou de mãos atadas e não sei o que fazer com essa situação.
 
- Me escute...
 
- É sério isso. - Ele me olha com incredulidade. - Na primeira dificuldade vai me deixar? Nosso amor é tão frágil assim? Que não suporta um problema e já acaba?
 
- Você não está me entendendo.
 
- Então me explique. - Ele pede.
 
- Sei que estou sendo covarde em fugir, mas eu não quero que você tenha que escolher entre eu e sua família, porque eu não quero e não vou conviver com o Adam mesmo que nosso relacionamento continue, e de alguma forma isso iria acabar nos afastando com o tempo.
 
Max pega minha mão, leva aos lábios e a beija demoradamente, e apesar de querer fugir do seu toque não faço isso porque eu amo a sensação de segurança que ele me transmite.
 
- Não tenho que escolher entre você ou minha família, porque eu amo ambos e isso não vai mudar. - Ele fala. - Poderemos conviver juntos com o tempo.
 
Puxo minha mão do seu aperto enquanto o encaro com incredulidade, porque ainda não consigo acreditar que ele acabou de dizer isso.
 
- Acha que depois de tudo que Adam fez eu quero conviver com o ele? - Pergunto. - Sua mãe, sua irmã e você não tem culpa de nada, mas Adam tem, e eu nunca irei querer ele na minha vida.
 
- Beatriz também é sua família.
 
Sei que tenho uma irmã porque quando fui fazer a entrevista na empresa do Adam ela apareceu, mas nunca tive interesse em procurá-la porque eu não queria ter nada haver com meu pai, nem mesmo uma irmã que não tem culpa de nada.
 
Às vezes me sinto culpada por saber que tenho uma irmã e não querer manter contato, mas ter ela por perto significaria ter que conviver com Adam, e eu não quero isso.
 
- Você falou para seu pai o que eu lhe disse sobre ele? - Mudo de assunto.
 
- Sim.
 
- O que ele disse? - Pergunto mesmo já sabendo a resposta.
 
- Negou tudo.
 
- Vindo dele já era de se esperar. - Sorrio ironicamente. - E como era de se esperar você acreditou nele.
 
- Meu pai disse que tudo era mentira, mas ele não me olhou nos olhos enquanto desmentia tudo, e isso me deixou com um pouco de dúvidas. - Max leva as mãos aos cabelos.
 
Max estaria começando a duvidar do pai? Ou só está falando isso com medo da minha reação? Mas de uma coisa eu tenho certeza, nenhum segredo sujo dura para sempre.
 
- Você disse que sua mãe tinha uma casa que havia deixado para você? - Max questiona de repente.
 
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
 
Ele se cala e fica pensativo por um longo tempo, e parece estar procurando alguma lembrança em sua mente, e quando volta olhar para mim vejo culpa em seu olhar.
 
Max enfia a mão no bolso da calça e pega seu celular, e depois de procurar por alguma coisa ele me mostra uma foto da minha antiga casa, o lugar onde fui feliz por um tempo.
 
- Mas como... - Arregalo os olhos.
 
- Depois de casar com minha mãe meu pai nos levou para morar nessa casa. - Max fala.
 
Agora ele irá acreditar em mim? Verá o quanto Adam é um cretino egoísta, porque ele tomou um único bem que eu possuía para poder viver na minha casa com sua família feliz.
 
- Enquanto você estava sofrendo estávamos vivendo em sua casa. - Max abaixa a cabeça. - Me desculpe.
 
- Você não tem culpa das ações do Adam. - Pego sua mão e aperto de leve. - Era apenas uma criança.
 
- Mesmo assim estou me sentindo culpado por estar no seu lugar.
 
- Não seja bobo Max, não tem culpa alguma. - Tento fazer ele mudar de ideia.
 
- Como ele pode fazer algo tão baixo? E como eu pude duvidar de você?
 
Adam é um cretino, e não tem nenhuma justificativa para as suas maldades, e a única coisa que espero um dia é ver ele pagando por tudo que fez.
 
- Não sei no que pensar. - Max me olha como se pedisse ajuda. - Não sei no que acreditar.
 
- É normal que esteja confuso. - Falo calmamente.
 
Max está descobrindo que seu pai não é a pessoa que ele pensou ser, e sim um verdadeiro crápula, por isso ele está perdido e confuso no meio dessa bagunça, e vê-lo assim me deixa com vontade de consolá-lo.
 
- Me perdoe por ter duvidado de você. - Ele pede mais uma vez. - Fui um idiota, mas agora sei que você nunca mentira para mim.
 
- Pode ter certeza que eu não faria isso mesmo.
 
Max se levanta da cama e depois de alguns segundos ele se deita de frente para mim, pega minha mão e fica segurando entre a sua no colchão da cama.
 
- Por favor me diga que não vai me deixar. - Seus olhos se enchem de lágrimas. - Eu te amo demais e não quero te perder.
 
Vê-lo tão frágil deixa meu coração na mão, e tudo que penso nesse momento é em achar uma forma de consolar esse homem por mais que eu ainda esteja brava por ele ter duvidado de mim.
 
Max tinha razão perguntou se nosso amor não era tão fraco que não suportaria o primeiro problema que tivemos, e se eu deixá-lo irei sofrer e também farei ele sofrer, e com toda certeza essa é a última coisa que quero para nós.
 
Iremos enfrentar tudo juntos, e apesar de estar morrendo de medo do que irá acontecer, fico ainda mais assustada com a possibilidade de ter que ficar longe desse homem.
 
- Me ama o suficiente para estar ao meu lado em qualquer circunstância? Me ama o suficiente para me aguentar nos meus piores momentos? Me ama o suficiente para querer passar cada segundo da sua vida ao meu lado? Porque é o que desejo, mas se não for...
 
- Tudo que mais quero é você na minha vida até o fim. - Ele me interrompe de continuar a falar. - Sempre estarei ao seu lado te apoiando e lhe mostrando o quanto meu amor por você é verdadeiro.
 
Sou uma mulher ferida e quebrada, e mesmo assim Max está disposto a ficar comigo porque me ama, e ao mesmo tempo que isso me deixa muito feliz, também me deixa triste porque ele merece alguém melhor que eu, uma mulher que irá somar em sua vida, mas eu sou egoísta e não irei abrir mão do homem que amo.
 
Mesmo com todos meus problemas ele ainda escolheu estar ao meu lado e me amar, por isso farei tudo que tiver ao meu alcance para fazê-lo feliz, e no processo eu também serei feliz, porque eu mereço isso no final das contas.
 
- Não vai mudar de ideia depois não é? - Ele me olha apreensivo.
 
- Só se você não me der motivos para mudar de ideia. - Esboço um sorriso zombeteiro.
 
- Pode ter certeza que eu não farei isso. - Ele afirma com convicção. - Nunca!
 
- Nunca é uma palavra muito forte.
 
- Eu sei, mas eu cumpro as promessas que faço. - Max pisca para mim.
 
Max fecha os olhos quando começo fazer carinho em seu rosto lentamente, e quando desenho seus lábios com a ponta do dedo ele abre os olhos de repente, pega minha mão e segura com firmeza enquanto me encara com se fosse me devorar a qualquer momento.
 
Max afrouxa um pouco o aperto em minha mão, e começa a aproximar seu rosto do meu lentamente, e como sempre meu coração começa a acelerar, porque ele tem esse poder sobre mim.
 
- Eu te amo. - Ele fala baixinho.
 
Seu olhar continua feroz quando ele diz me amar, e para falar bem a verdade se eu não estivesse toda machucada eu estaria correndo para longe dele nesse exato momento, mas mantenho a calma porque eu sei que Max nunca me obrigaria a fazer nada que eu não queira.
 
- Diga que me ama também Lauren.
 
Seu hálito quente faz cócegas em meu pescoço, o que faz eu me arrepiar de uma forma bem agradável, e como era de se esperar não consigo pensar em absolutamente nada que não seja beijá-lo até acabar meu fôlego.
 
- Diz que me ama Lauren. - Ele pede novamente.
 
Max começa a beijar meu rosto diversas vezes lentamente, e tenho certeza que ele está fazendo isso para me torturar, porque eu não consigo pensar ou falar com ele tão perto de mim.
 
- Se você não...
 
- Eu te amo. - Digo ofegante. - Agora me beije logo.  
 
Max sorri com malícia e me olha todo provocador, e quando penso que ele vai se afastar Max faz o oposto, aproxima seus lábios dos meus e me beija com sofreguidão e promessas silenciosas, e se ele me pedisse algo nesse momento, eu lhe daria qualquer coisa, qualquer coisa!