Max
- Como ela está doutor? - Pergunto pela milésima vez.
- Lauren ficará bem. - Ele coloca a mão em meu ombro.
- Tem certeza?
- Sim. - Ele exibe um meio sorriso. - Só precisa descansar.
Me sento na cadeira ao lado da cama e suspiro aliviado, mas ainda assim preocupado por ela não acordar logo.
- Tenho outros pacientes para olhar, volto mais tarde. - O médico fala. - Qualquer coisa só chamar uma enfermeira.
- Obrigado. - Aceno com a cabeça.
Ele não diz mais nada e sai do quarto e fecha à porta em seguida, e eu volto a minha atenção para Lauren deitada sobre a cama.
Pego sua mão e aperto de leve, a levo aos lábios e a beijo demoradamente, e alguns segundos depois eu sinto ela se mexer.
Me levanto da cadeira e me aproximo ainda mais da Lauren, só que ela continua com os olhos fechados e dormindo profundamente, e isso mesmo me deixa aliviado também muito preocupado.
Lauren já está dormindo faz muito tempo e parece que não vai acordar mais, mas ao mesmo tempo quero que ela continue adormecida, porque quando ela acordar irá sentir muita dor, porque o crápula do Charles quebrou algumas das suas costelas quando a agrediu.
Lauren está com hematomas por todo corpo, e vê-la nessa situação quebra meu coração em mil pedaços, e infelizmente não posso fazer absolutamente nada para amenizar sua dor.
- Acorde meu amor. - Peço baixinho.
Passo a mão por seu rosto inchado lentamente, e automaticamente meus olhos se enchem de lágrimas, e eu nem tanto me controlar, porque estou muito triste, e talvez as lágrimas ajude eu me livrar desse sentimento ruim.
Não fui capaz de protegê-la como eu queria, e agora tenho que ficar olhando para minha mulher toda machucada sobre essa cama, sem poder fazer nada para ajudar.
Como um ser humano é tão cruel a ponto de fazer isso com outra pessoa sem sentir remorso? Até que ponto pode chegar a maldade de uma pessoa?
Lauren sofreu muito na infância, passou por coisas que nenhuma criança deveria passar, mas ela foi forte apesar de tudo e continuou vivendo e acreditando em um futuro melhor, mas infelizmente no caminho voltou a encontrar outro crápula que a machucou.
Dessa vez não fui capaz de protegê-la, mas de agora em diante ninguém mais irá colocar as mãos sobre essa mulher, porque se alguém ousar chegar perto dela com más intenções estará acabado.
- Me perdoe. - Coloco a cabeça em seu peito. - Me perdoe.
- Te perdoar pelo quê? - Ouço sua voz bem baixinho.
Me levanto rapidamente e a olho de perto, e vejo que enfim Lauren acordou e isso me deixa muito aliviado.
- Você está bem? Como está se sentindo? Está com muita dor? Quer alguma coisa?
- Uma pergunta de cada vez. - Ela sorri fraco.
Me sento na beirada da cama, pego sua mão e a levo ao lábios e a beijo repetida vezes, mas Lauren puxa sua mão enquanto faz uma careta de dor.
- Poderia me ajudar a me levantar?
- Fique deitada...
- Ou me ajuda ou farei isso sozinha. - Ela me corta.
Pego o controle da cama e faço o que ela pede, porque sei o quanto Lauren é teimosa e cabeça dura quando quer.
- Estou com sede. - Ela sussurra.
Me viro para o criado mudo e lhe sirvo um pouco de água, e quando me volto para ela novamente lhe entrego o copo.
- Obrigada. - Ela agradece.
Lauren faz uma careta de dor ao tentar levar o copo a boca, então eu o pego de sua mão e em seguida me viro criado mudo novamente, e pego um canudinho e o coloco no copo e o aproximo dos seus lábios.
Lauren bebe o líquido lentamente, e parece que o mínimo movimento a faz sentir dores, e isso me deixo muito triste e irritado.
Se eu colocasse minhas mãos sobre o Charles nesse momento eu seria capaz de matá-lo, e eu não iria me preocupar nem um pouco com as consequências dos meus atos.
- Obrigada. - Lauren agradece após beber a água.
Coloco o copo sobre o criado mudo novamente, e quando me volto para ela tento pegar sua mão, mas Lauren se afasta do meu toque.
- Como está se sentindo? - Indago.
- Parece que até os fios dos meus cabelos estão doendo. - Ela faz uma careta de dor.
- Você vai ficar bem. - Digo com confiança.
Lauren encosta a cabeça na cama lentamente, e fecha os olhos suspirando bem baixinho, eu aproveito a oportunidade para tocá-la, e mais uma vez ela se afasta.
- O que aconteceu? - Lauren pergunta. - Como me acharam?
- Alguém viu quando Charles te pegou na rua. - Explico. - O rapaz o seguiu e ligou para a polícia quando ele te levou para o cativeiro.- Tenho que agradecer a ele pela ajuda. - Sorrio fraco.
- Já fiz isso.
- Me lembro de ouvir um disparo antes de desmaiar. - Percebo que seu corpo se estremece um pouco.
- A polícia acertou ele quando invadiram o lugar que ele te mantinha presa.
- Ele morreu? - Lauren questiona.
- Não. - Nego com a cabeça. - Acertaram seu braço.
- Que pena. - Ela sorri sombriamente.
É bem provável que a essa hora Lauren estivesse morta se caso alguém não visse Charles a sequestrando, por isso ela teve sorte quando foi encontrada com vida.
Depois que ela fugiu do apartamento eu a procurei por todos os lugares possíveis, mas não tive sorte de achá-la, e quando eu recebi a ligação da polícia, naquele momento meu mundo parou e eu não conseguia pensar em absolutamente nada.
Dei graças a Deus quando soube que Lauren estava bem apesar de muito ferida, e mais aliviado ainda por saber que Charles havia sido pego enfim.
Agora ela e Becca terão um pouco de sossego, mas mesmo esse homem estando preso sei que ele é capaz de continuar com suas maldades, e o único jeito da Becca se livrar completamente daquele traste será apenas após sua morte.
- Onde a Becca está? - Lauren pergunta preocupada.
- Está na casa da minha mãe. - Respondo. - Ela queria vir para o hospital, mas acabei a convencendo ficar em casa.
- Obrigada pela sua ajuda. - Lauren esboça um meio sorri.
- Não precisa me agradecer, sabe que faço tudo por você.
Ela não diz nada e fica me encarando com os olhos marejados, e eu posso ver o quanto ela está sofrendo nesse momento, e não é por estar machucada.
- Estou cansada, por isso...
- Por que está agindo assim? - A interrompo de continuar a falar. - Por quê está sendo fria comigo?
- Vá para casa Max, eu quero ficar sozinha.
- Eu não vou a lugar algum enquanto não me explicar o que está acontecendo. - A encaro com seriedade.
Lauren começou a agir estranha depois que conheceu meu pai, e eu nem tive a oportunidade de perguntar como eles se conheceram porque ela fugiu do nada.
Quando eu voltei para meu apartamento depois de ter procurado por ela meus pais já havia ido embora, e eu fiquei sem entender o que havia acontecido.
- Eu não quero conversar agora. - Ela fecha os olhos e vira a cabeça para o outro lado.
- Como conheceu meu pai Lauren? - Decido perguntar enfim. - Por quê está agindo assim depois que o viu?
Ela vira o rosto em minha direção novamente, e no mesmo instante vejo lágrimas escorrendo seu rosto, e mais uma vez me sinto triste por ela estar tão abalada.
- Adam... Adam... Adam é meu pai.
- Pai?! - Arregalo os olhos. - Como assim?
- Ele é meu pai. - Ela repete.
- Mas... mas...
Estou tão surpreso que não consigo formar uma frase sequer ou pensar direito, porque a única coisa que ecoa em minha mente é que Lauren acabou de dizer que meu pai também é seu pai.
- Nós somos irmãos droga. - Ela enxuga o rosto. - Quando eu decidi abrir meu coração e me apaixonar por alguém fiz isso logo por uma pessoa que não deveria. Estou me sentindo suja e...
- Você não é suja. - A corto.
Me sento na beirada da cama, pego suas mãos e levo as lábios e a beijo, e quando Lauren tenta se afastar de mim a seguro com ainda mais firmeza.
- Me solte por favor. - Ela implora em meio as lágrimas.
- Não somos irmãos Lauren. - Balanço a cabeça em negação enquanto sorrio.
- Como assim não somos irmãos? - Ela me olha sem entender nada. - Adam...
- Adam apenas me criou como seu filho. - Explico. - Meu pai faleceu quando eu era criança.
Ao mesmo tempo que vejo espanto e incredulidade seu olhar também vejo alívio, e depois de me encarar por um tempo tentando assimilar o que eu disse ela abaixa a cabeça e suspira baixinho, e quando olha para mim novamente Lauren está sorrindo.
- Então não somos irmãos? - Ela parece ainda não acreditar no que eu disse.
- Não meu amor, não somos irmãos.
Ela começa a chorar de novo, mas dessa vez parece ser de alegria e alívio, então eu me aproximo da mulher da minha vida e a abraço tomando cuidado para não machucá-la.
- Estou tão aliviada. - Ela sussurra em meu ouvido. - Achei que minha vida estava acabada porque pensei estar apaixonada por meu irmão.
- Ao invés de fugir deveria ter dito ou perguntado alguma coisa. - A repreende.
- Na hora eu não pensei direito e a única coisa que eu queria era sumir o mais depressa possível.
Me afasto um pouco, beijo sua bochecha rapidamente e colo minha testa na sua e fico apenas sentindo sua respiração pesada contra minha pele, enquanto mantenho meus olhos fechados.
- Nunca mais me dê um susto desses. - Minha voz soa mais como um sopro de desespero.
- Eu estou bem. - Lauren tenta me tranquilizar. - E o mais importante é que Charles foi pego.
Faço carinho em seu rosto com a ponta do nariz, e alguns segundos depois ouço um gemido de satisfação vindo da Lauren, então aproveito a oportunidade e beijo seus rapidamente.
Me afasto dela, olho em seus olhos fixamente para ela não ter dúvidas do que irei dizer agora, enquanto eu torço para que ela sinta o mesmo por mim e não me rejeite.
- Eu te amo. - Me sinto aliviado ao dizer isso enfim. - Eu te amo demais e quero que seja minha esposa Lauren.
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Um Maníaco Irresistível (Livro 10)
RomanceSéries Rendidos - Livro 10 Lauren é uma garota com um passado triste e conturbado, mas que ao longo dos anos decidiu não se tornar uma pessoa amargurada, mesmo que carregue algumas cicatrizes profundas na alma. Ela é uma mulher simples e amorosa, m...