Capítulo 36

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Max

- Como ela está doutor? - Pergunto pela milésima vez.
 
- Lauren ficará bem. - Ele coloca a mão em meu ombro.
 
- Tem certeza?
 
- Sim. - Ele exibe um meio sorriso. - Só precisa descansar.
 
Me sento na cadeira ao lado da cama e suspiro aliviado, mas ainda assim preocupado por ela não acordar logo.
 
- Tenho outros pacientes para olhar, volto mais tarde. - O médico fala. - Qualquer coisa só chamar uma enfermeira.
 
- Obrigado. - Aceno com a cabeça.
 
Ele não diz mais nada e sai do quarto e fecha à porta em seguida, e eu volto a minha atenção para Lauren deitada sobre a cama.
 
Pego sua mão e aperto de leve, a levo aos lábios e a beijo demoradamente, e alguns segundos depois eu sinto ela se mexer.
 
Me levanto da cadeira e me aproximo ainda mais da Lauren, só que ela continua com os olhos fechados e dormindo profundamente, e isso mesmo me deixa aliviado também muito preocupado.
 
Lauren já está dormindo faz muito tempo e parece que não vai acordar mais, mas ao mesmo tempo quero que ela continue adormecida, porque quando ela acordar irá sentir muita dor, porque o crápula do Charles quebrou algumas das suas costelas quando a agrediu.
 
Lauren está com hematomas por todo corpo, e vê-la nessa situação quebra meu coração em mil pedaços, e infelizmente não posso fazer absolutamente nada para amenizar sua dor.
 
- Acorde meu amor. - Peço baixinho.
 
Passo a mão por seu rosto inchado lentamente, e automaticamente meus olhos se enchem de lágrimas, e eu nem tanto me controlar, porque estou muito triste, e talvez as lágrimas ajude eu me livrar desse sentimento ruim.
 
Não fui capaz de protegê-la como eu queria, e agora tenho que ficar olhando para minha mulher toda machucada sobre essa cama, sem poder fazer nada para ajudar.
 
Como um ser humano é tão cruel a ponto de fazer isso com outra pessoa sem sentir remorso? Até que ponto pode chegar a maldade de uma pessoa?
 
Lauren sofreu muito na infância, passou por coisas que nenhuma criança deveria passar, mas ela foi forte apesar de tudo e continuou vivendo e acreditando em um futuro melhor, mas infelizmente no caminho voltou a encontrar outro crápula que a machucou.
 
Dessa vez não fui capaz de protegê-la, mas de agora em diante ninguém mais irá colocar as mãos sobre essa mulher, porque se alguém ousar chegar perto dela com más intenções estará acabado.
 
- Me perdoe. - Coloco a cabeça em seu peito. - Me perdoe.
 
- Te perdoar pelo quê? - Ouço sua voz bem baixinho.
 
Me levanto rapidamente e a olho de perto, e vejo que enfim Lauren acordou e isso me deixa muito aliviado.
 
- Você está bem? Como está se sentindo? Está com muita dor? Quer alguma coisa?
 
- Uma pergunta de cada vez. - Ela sorri fraco.
 
Me sento na beirada da cama, pego sua mão e a levo ao lábios e a beijo repetida vezes, mas Lauren puxa sua mão enquanto faz uma careta de dor.
 
- Poderia me ajudar a me levantar?
 
- Fique deitada...
 
- Ou me ajuda ou farei isso sozinha. - Ela me corta.
 
Pego o controle da cama e faço o que ela pede, porque sei o quanto Lauren é teimosa e cabeça dura quando quer.
 
- Estou com sede. - Ela sussurra.
 
Me viro para o criado mudo e lhe sirvo um pouco de água, e quando me volto para ela novamente lhe entrego o copo.
 
- Obrigada. - Ela agradece.
 
Lauren faz uma careta de dor ao tentar levar o copo a boca, então eu o pego de sua mão e em seguida me viro criado mudo novamente, e pego um canudinho e o coloco no copo e o aproximo dos seus lábios.
 
Lauren bebe o líquido lentamente, e parece que o mínimo movimento a faz sentir dores, e isso me deixo muito triste e irritado.
 
Se eu colocasse minhas mãos sobre o Charles nesse momento eu seria capaz de matá-lo, e eu não iria me preocupar nem um pouco com as consequências dos meus atos.
 
- Obrigada. - Lauren agradece após beber a água.
 
Coloco o copo sobre o criado mudo novamente, e quando me volto para ela tento pegar sua mão, mas Lauren se afasta do meu toque.
 
- Como está se sentindo? - Indago.
 
- Parece que até os fios dos meus cabelos estão doendo. - Ela faz uma careta de dor.
 
- Você vai ficar bem. - Digo com confiança.
 
Lauren encosta a cabeça na cama lentamente, e fecha os olhos suspirando bem baixinho, eu aproveito a oportunidade para tocá-la, e mais uma vez ela se afasta.
 
- O que aconteceu? - Lauren pergunta. - Como me acharam?
 
- Alguém viu quando Charles te pegou na rua. - Explico. - O rapaz o seguiu e ligou para a polícia quando ele te levou para o cativeiro.

- Tenho que agradecer a ele pela ajuda. - Sorrio fraco.

- Já fiz isso.
 
- Me lembro de ouvir um disparo antes de desmaiar. - Percebo que seu corpo se estremece um pouco.
 
- A polícia acertou ele quando invadiram o lugar que ele te mantinha presa.
 
- Ele morreu? - Lauren questiona.
 
- Não. - Nego com a cabeça. - Acertaram seu braço.
 
- Que pena. - Ela sorri sombriamente.
 
É bem provável que a essa hora Lauren estivesse morta se caso alguém não visse Charles a sequestrando, por isso ela teve sorte quando foi encontrada com vida.
 
Depois que ela fugiu do apartamento eu a procurei por todos os lugares possíveis, mas não tive sorte de achá-la, e quando eu recebi a ligação da polícia, naquele momento meu mundo parou e eu não conseguia pensar em absolutamente nada.
 
Dei graças a Deus quando soube que Lauren estava bem apesar de muito ferida, e mais aliviado ainda por saber que Charles havia sido pego enfim.
 
Agora ela e Becca terão um pouco de sossego, mas mesmo esse homem estando preso sei que ele é capaz de continuar com suas maldades, e o único jeito da Becca se livrar completamente daquele traste será apenas após sua morte.
 
- Onde a Becca está? - Lauren pergunta preocupada.
 
- Está na casa da minha mãe. - Respondo. - Ela queria vir para o hospital, mas acabei a convencendo ficar em casa.
 
- Obrigada pela sua ajuda. - Lauren esboça um meio sorri.
 
- Não precisa me agradecer, sabe que faço tudo por você.
 
Ela não diz nada e fica me encarando com os olhos marejados, e eu posso ver o quanto ela está sofrendo nesse momento, e não é por estar machucada.
 
- Estou cansada, por isso...
 
- Por que está agindo assim? - A interrompo de continuar a falar. - Por quê está sendo fria comigo?
 
- Vá para casa Max, eu quero ficar sozinha.
 
- Eu não vou a lugar algum enquanto não me explicar o que está acontecendo. - A encaro com seriedade.
 
Lauren começou a agir estranha depois que conheceu meu pai, e eu nem tive a oportunidade de perguntar como eles se conheceram porque ela fugiu do nada.
 
Quando eu voltei para meu apartamento depois de ter procurado por ela meus pais já havia ido embora, e eu fiquei sem entender o que havia acontecido.
 
- Eu não quero conversar agora. - Ela fecha os olhos e vira a cabeça para o outro lado.
 
- Como conheceu meu pai Lauren? - Decido perguntar enfim. - Por quê está agindo assim depois que o viu?
 
Ela vira o rosto em minha direção novamente, e no mesmo instante vejo lágrimas escorrendo seu rosto, e mais uma vez me sinto triste por ela estar tão abalada.
 
- Adam... Adam... Adam é meu pai.
 
- Pai?! - Arregalo os olhos. - Como assim?
 
- Ele é meu pai. - Ela repete.
 
- Mas... mas...
 
Estou tão surpreso que não consigo formar uma frase sequer ou pensar direito, porque a única coisa que ecoa em minha mente é que Lauren acabou de dizer que meu pai também é seu pai.
 
- Nós somos irmãos droga. - Ela enxuga o rosto. - Quando eu decidi abrir meu coração e me apaixonar por alguém fiz isso logo por uma pessoa que não deveria. Estou me sentindo suja e...
 
- Você não é suja. - A corto.
 
Me sento na beirada da cama, pego suas mãos e levo as lábios e a beijo, e quando Lauren tenta se afastar de mim a seguro com ainda mais firmeza.
 
- Me solte por favor. - Ela implora em meio as lágrimas.
 
- Não somos irmãos Lauren. - Balanço a cabeça em negação enquanto sorrio.
 
- Como assim não somos irmãos? - Ela me olha sem entender nada. - Adam...
 
- Adam apenas me criou como seu filho. - Explico. - Meu pai faleceu quando eu era criança.
 
Ao mesmo tempo que vejo espanto e incredulidade seu olhar também vejo alívio, e depois de me encarar por um tempo tentando assimilar o que eu disse ela abaixa a cabeça e suspira baixinho, e quando olha para mim novamente Lauren está sorrindo.
 
- Então não somos irmãos? - Ela parece ainda não acreditar no que eu disse.
 
- Não meu amor, não somos irmãos.
 
Ela começa a chorar de novo, mas dessa vez parece ser de alegria e alívio, então eu me aproximo da mulher da minha vida e a abraço tomando cuidado para não machucá-la.
 
- Estou tão aliviada. - Ela sussurra em meu ouvido. - Achei que minha vida estava acabada porque pensei estar apaixonada por meu irmão.
 
- Ao invés de fugir deveria ter dito ou perguntado alguma coisa. - A repreende.
 
- Na hora eu não pensei direito e a única coisa que eu queria era sumir o mais depressa possível.
 
Me afasto um pouco, beijo sua bochecha rapidamente e colo minha testa na sua e fico apenas sentindo sua respiração pesada contra minha pele, enquanto mantenho meus olhos fechados.
 
- Nunca mais me dê um susto desses. - Minha voz soa mais como um sopro de desespero.
 
- Eu estou bem. - Lauren tenta me tranquilizar. - E o mais importante é que Charles foi pego.
 
Faço carinho em seu rosto com a ponta do nariz, e alguns segundos depois ouço um gemido de satisfação vindo da Lauren, então aproveito a oportunidade e beijo seus rapidamente.
 
Me afasto dela, olho em seus olhos fixamente para ela não ter dúvidas do que irei dizer agora, enquanto eu torço para que ela sinta o mesmo por mim e não me rejeite.
 
- Eu te amo. - Me sinto aliviado ao dizer isso enfim. - Eu te amo demais e quero que seja minha esposa Lauren.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora