Capítulo 27

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Abro os olhos lentamente e olho em volta, e então percebo que estou em um quarto de hospital, e sentada em uma poltrona no quanto do quarto está Becca dormindo.
 
Me sento na cama mesmo que eu sinta todo meu corpo doendo, e quando escuto uma movimentação olho em direção à porta vejo Max caminhando até mim rapidamente, e ao se aproximar o suficiente ele pergunta:
 
- Como está se sentindo?
 
- Dolorida. - Respondo.
 
Se não bastasse meu corpo estar dolorido, o meu pescoço também está doendo tanto que mal consigo engolir minha saliva.
 
- Por que estou no hospital? - Indago.
 
- Porque você desmaiou.
 
- Era só esperar eu acordar. - Sorrio fraco.
 
Eu não tenho dinheiro para poder pagar as despesas do hospital, por isso era melhor não ter me tirado de casa e esperado eu despertar.
 
- Não fale esse tipo de coisa. - Ele se irrita comigo.
 
- Desculpe. - Peço.
 
Para minha completa surpresa Max se senta na beirada da cama, e então me puxa em sua direção com cuidado e me abraça com carinho.
 
- O que está fazendo? - Pergunto sem entender nada.
 
- Você me deu um susto enorme.
 
- Bem... Não foi minha intenção. - Digo.
 
Max se afasta e fica olhando para meu rosto, e ao mesmo tempo que vejo raiva em seu olhar, também vejo alívio.
 
- Me desculpe por não ter chegado um pouco mais cedo. - Ele pede. - Poderia ter evitado...
 
- Não seja bobo Max. - O corto. - Se você não tivesse me salvado talvez eu não estaria mais viva.
 
Meu corpo todo gela, mas eu não sei o motivo, porque eu nunca tive medo da morte, e ainda não tenho.
 
- Não diga isso. - Ele pede.
 
- Obrigada por ter ido me salvar. - Agradeço. - Lhe devo minha vida.
 
Na hora que eu vi Charles no apartamento, a primeira coisa que pensei foi pular nele e agredi-lo, mas ele tem o dobro do meu tamanho, por isso seria perca de tempo tentar lutar, então eu escolhi correr até meu quarto para pegar meu celular, e a primeira pessoa que veio a minha mente foi o Max, ao invés da polícia.
 
Enquanto eu via a minha vida se esvaindo aos poucos eu torcia para que Max aparecesse não porque eu estava com medo de morrer, mas porque eu sabia que a Becca iria se culpar pelo que aconteceu.
 
Eu estava com medo, mas por ela e não por mim, porque eu já vivi tanta coisa ruim que se eu soubesse que iria morrer agora mesmo não faria diferença alguma, pois não tenho medo da morte.
 
Eu quero viver, quero ter uma vida melhor, mas eu não sou apegada a nada, porque eu sei que tudo se acaba uma hora ou outra.
 
- Charles foi preso? - Pergunto para Max.
 
- Não. - Ele nega com a cabeça. - Ele fugiu enquanto eu te socorria.
 
- Ele virá atrás da Becca novamente.
 
- Ela entregou a polícia as provas das agressões que sofria, e agora você é mais uma vítima dele. - Max fala. - A polícia te fará algumas perguntas sobre o que aconteceu, por isso esteja preparada. 
 
Charles é um homem esperto, mas foi burro quando invadiu o apartamento ao invés de mandar alguém fazer seu trabalho sujo, porque agora ele terá que ficar fugindo.   
 
- O que aconteceu Lauren? - Ele questiona. - Como ele entrou no apartamento?
 
- Acordei com um grito, aí fui no quarto da Becca para ver se ela havia entrado em trabalho de parto, mas dei de cara com ela amarrada sobre a cama. - Começo a falar. - Quando vi Charles eu corri para meu quarto para pegar meu celular, mas eu só consegui pedir sua ajuda e ele me pegou.
 
Charles me jogou no chão e começou a me chutar por todos os lugares possíveis, mas eu não fiquei apanhando parada e comecei a lutar, e foi aí que ele bateu minha cabeça no chão e eu apaguei.
 
Não sei por quanto tempo fiquei desacordada, e me lembro que eu só despertei quando Charles começou a apertar meu pescoço com as mãos, e naquele momento achei que eu iria morrer.
 
Ainda bem que Charles descontou sua raiva em mim e não na Becca, ou algo muito ruim poderia ter acontecido com ela e o bebê, mas graças a Deus os dois estão a salvo.
 
Eu deveria ter ficado mais atenta, porque Charles é um homem poderoso, era óbvio que ele iria descobrir onde eu moro uma hora ou outra, mas eu acabei não pensando nesse detalhe, por isso quase que algo trágico aconteceu.
 
Agora que Becca teve coragem para denunciá-lo, e juntando mais a agressão contra mim talvez ela tenha alguma chance de ser livre dele completamente, mas isso é claro se conseguirem capturar ele e a justiça for feita.
 
Becca merece ser livre, merece ter uma boa vida, mas enquanto esse homem não for preso ela não terá paz, e é disso que ela precisa. Paz!
 
- Nunca mais faça esse tipo de coisa Lauren.
 
- Que tipo de coisa? - Questiono sem entender nada.
 
- Você me deixou apavorado, por isso nunca mais se coloque em perigo novamente.
 
Max realmente parece assustado, o que me deixa bem confusa, porque para mim ele seria a última pessoa que iria se preocupar comigo nesse mundo. 
 
- Prometo que da próxima vez ligo para a polícia.
 
- Está louca? - Ele questiona bravo. - Não terá uma próxima vez.
 
- Estou brincando com você. - Sorrio largo.
 
Max está me deixando bem confusa agindo dessa forma, e tenho que assumir que isso está deixando meu coração meio balanceado.
 
Eu só posso estar ficando louca, só posso ter perdido completamente o juízo, caso contrário eu não estaria me sentindo dessa forma, e sim seria a mesma Lauren de sempre.
 
- Por que está tão preocupado comigo? - Questiono. 
 
- Eu também queria ter a resposta para essa pergunta. - Ele sorri fraco.
 
- Está apaixonado por mim Max?
 
Ele arregala os olhos surpreso com a minha pergunta, e em seguida abre a boca diversas vezes, mas não fala nada.
 
- Está apaixonado por mim? - Indago novamente.
 
- Claro... Claro... Claro que não. - Ele gagueja.
 
Aproximo meu rosto do seu lentamente, e eu vejo que quanto mais eu me aproximo, mais nervoso Max fica.
 
- Tem certeza? - Pergunto baixinho em seu ouvido.
 
Max parece prestes a sair correndo, e vê-lo assim me deixa com vontade de rir, porque ele nunca demonstra o que sente, mas agora ele está fazendo isso.
 
- Talvez eu esteja apaixonado por você.
 
- Interessante. - Sorrio largo.
 
Do nada ele já parece ser a pessoa mais confiante do mundo ao abrir a boca, e essa dualidade dele me deixa levemente atraída, e na verdade eu deveria querer a maior distância possível entre nós dois.
 
Em alguns momentos ele é tímido e mal consegue abrir a boca para falar alguma coisa, e em outros ele é um homem forte, sexy e confiante, que sabe exatamente o que quer.
 
- Você gosta de brincar com fogo Max? - Indago.
 
- Se for com você eu gosto sim. - Ele sorri de canto.
 
Max nem tenta disfarçar e fica olhando para meus lábios descaradamente, e eu gosto de ver esse lado mais ousado dele, e apesar de estar louca para beijá-lo eu não movo um dedo sequer.
 
Estou provocando Max sobre ele estar apaixonado por mim, mas estou desconfiada de que eu é que estou, porque todas às vezes que ele me olha e se aproxima de mim, eu quero estar em seu braços.
 
Talvez seja apenas atração, ou talvez meu idiota coração decidiu tomar certas decisões sem me consultar antes, e eu tenho quase certeza que é a segunda opção.
 
- Acho que deveríamos fazer uma loucura. - Max fala.
 
- Que tipo de loucura? - Pergunto.
 
- Por enquanto ainda é segredo. - Ele cochicha.
 
- Eu quero saber agora. - Semicerro os olhos.
 
Max passa a mão por meu rosto lentamente, e então aproxima seu rosto do meu, beija meus lábios rapidamente e se afasta um pouco.
 
- Não seja tão curiosa. - Ele sorri largo. - Em breve você saberá.
 
Estamos agindo com tanta intimidade um com o outro que está parece que somos próximos, mas na verdade nunca fomos nem colegas, muito menos amigos, e agora até estamos no beijando como se fosse algo normal para nós.
 
- Cansei de ficar fingindo que estou dormindo e vocês não se beijam logo. - Becca fala do nada.
 
Ela se levanta da poltrona com dificuldade por causa da barriga, e caminha até a cama com um largo sorriso nos lábios. Eu até havia me esquecido dela, e só me toquei agora que ela decidiu dar sinal de vida, caso contrário eu continuaria nesse jogo de gato e rato com o Max.
 
- Quando será o casamento? - Becca pergunta para Max e eu.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora