Capítulo 31

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- Fiquem a vontade. - Max fala.
 
- Obrigada. - Becca e eu agradecemos em uníssono.
 
Ele nos dá espaço para entrarmos em seu apartamento, e então fecha à porta logo em seguida.
 
- Tem certeza que não vai se incomodar com a nossa presença? - Becca indaga.
 
- Tenho sim. - Ele confirma com a cabeça.
 
- Aquele é o único lugar que pode encostar em todo apartamento. - Aponto para a poltrona mostrando para Becca.
 
- Sério? - Ela arregala os olhos.
 
- Foi o que um narcisista me falou quando eu vim para o apartamento pela primeira vez. - Faço uma careta enquanto olho para Max.
 
- Esse cara deve ser maluco não? - Ele sorri largo.
 
- Não o chamaria de maluco, e sim um maníaco.
 
Max começa a gargalhar alto achando graça no que falei, mas eu não estava brincando, Max sabe ser um psicopata quando quer.
 
- Não dê ouvidos a ela Becca. - Max fala. - Pode ficar a vontade, e pode se sentar onde quiser, contando que esteja sempre limpa.
 
- Isso não será um problema.
 
- Por que não disse a mesma coisa para mim quando vim ao seu apartamento pela primeira vez? - Pergunto.
 
- Porque eu queria te deixar brava, e eu sempre conseguia. - Ele sorri de canto.
 
- Idiota. - Resmungo entredentes.
 
Max se aproxima de mim e me abraça, e apesar de estar irritada com ele começo a me acalmar aos poucos com seu abraço.
 
- Irei te compensar por toda raiva que já passou comigo. - Max fala.
 
- E como pretende fazer isso? - Indago.
 
- Você verá com o tempo. - Ele pisca para mim.
 
- Desculpe me intrometer na conversa de vocês, mas eu gostaria muito de me  deitar um pouco, minhas costas estão me matando. - Becca faz uma careta de dor.
 
- Irei te mostrar seu quarto. - Max fala.
 
Ele começa a caminhar e nós o seguimos de perto, e após alguns segundos Max para em frente uma porta e a abre.
 
- Fique a vontade. - Max aponta para dentro do recinto.
 
- Obrigada. - Becca agradece.
 
Ela entra no quarto, e após alguns segundos Max fecha à porta, e eu fico o olhando esperando ele me mostrar onde irei ficar, e quando ele não fala nada pergunto:
 
- Onde irei dormir?
 
Max sorri de canto, e então começa a caminhar e novamente e o sigo a uma distância segura, mas tenho a sensação que ele está aprontando alguma coisa.
 
- Pode entrar. - Ele diz ao parar em frente a uma porta.
 
Fico olhando para Max por alguns segundos, porque na verdade estou com um pouco de medo da forma que ele está me encarando.
 
- Pare de me olhar assim. - Peço.
 
- Assim como? - Pergunta.
 
- Como se estivesse...
 
- Não seja boba, entre no quarto. - Ele me corta.
 
Faço o que Max pede, e após alguns segundos me assusto quando ele fecha à porta e vem até mim.
 
- Você irá ficar aqui. - Ele fala.
 
Olho em volta e só então percebo que esse é o quarto do Max, porque tem alguns objetos pessoais que ele não colocaria em um quarto de hóspede.
 
- Esse é o seu quarto? - Questiono.
 
- Sim. - Confirma com a cabeça.
 
- Se irei ficar em seu quarto, você irá ficar onde? - Pergunto.
 
- Iremos ficar juntos.
 
- O quê?! - Arregalo os olhos.
 
Max pega minha mão, em seguida caminha até a cama e se senta, e me puxa para eu me sentar em seu colo.
 
- Quero aproveitar e ficar pertinho de você. - Ele fala.
 
Envolvo meu braço em volta do seu pescoço e o abraço, e então lhe dou um beijo no topo da cabeça.
 
- Está carente? - Sorrio largo.
 
- Estou. - Ele suspira alto.
 
Talvez não seja uma má ideia dividir o mesmo quarto que ele, porque isso irá nos aproximarmos ainda mais como um casal.
 
- Então irei ficar com você, mas é claro se você se comportar.
 
- Não posso prometer nada. - Ele sorri com malícia.
 
- Você...
 
- Estou brincando com você. - Ele me corta.
 
- Idiota. - Sorrio abertamente.
 
Max encosta a cabeça em meus seios e me abraça com força, e eu também o abraço e ficamos em silêncio por um bom tempo.
 
- Você é tão neurótico com limpeza, então por quê está me tocando sem problemas? - Indago.
 
- Faz um tempo que comecei um tratamento, e pelo jeito está tendo resultados.
 
- Isso é muito bom. - Lhe dou um beijo na bochecha.
 
- Passei toda minha vida achando que não tinha nenhum problema comigo, só que com o tempo eu estava ficando cada vez pior com minha mania de limpeza, e foi então que Daniel me convenceu a procurar tratamento. - Max explica. - Não aceitei inicialmente, mas depois de muita insistência concordei com ele e agora sei que fiz uma das melhores escolhas da minha vida.
 
- Fico muito feliz que esteja melhorando.
 
- Ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas eu não irei desistir. - Diz.
 
- Estou muito orgulhosa. - O abraço.
 
Max está conseguindo vencer um grande obstáculo em sua vida, e eu fico muito feliz por ele, e ao mesmo tempo torço para que ele melhore cada vez mais.
 
Espero que algum dia eu também consiga deixar os traumas que carrego na alma no passado, porque só então eu serei completamente feliz.
 
- Ainda bem que escutei o Daniel e comecei o tratamento, caso contrário eu não iria conseguir te tocar.
 
- Vou dar um beijo nele como forma de agradecimento. - Digo.
 
- O único homem que pode beijar sou eu. - Max semicerra os olhos.
 
- Não sei, acho que irei...
 
- Apenas eu e mais ninguém. - Ele me corta.
 
Max fica muito fofo com ciúmes, e só porque eu o provoquei um pouco ele está emburrado como uma criança pirracenta.
 
- Tá bom, você será o único homem que irei beijar. - Digo segurando o riso.
 
- Melhor assim. - Ele sorri largo.
 
Max me abraça novamente, e eu também faço o mesmo, porque todas às vezes que estou no aconchego dos seus braços me sinto confortável.
 
- Vai acabar me deixando mal acostumada desse jeito. - Falo. - Não irei querer ir embora depois.
 
- Essa é a intenção. - Ele me olha e sorri.
 
Me afasto um pouco e coloco ambas as mãos em seu rosto, e então o beijo rapidamente e me distância novamente.
 
- Acho que não te deixarei ir embora. - Max diz baixinho.
 
- Gosta tanto assim de mim que não quer ficar longe? - Sorrio de canto.
 
- Você não faz ideia do quanto eu gosto de você Lauren.
 
Meus olhos se enchem de lágrimas, porque eu nunca imaginei que iria ouvir isso algum dia, e agora que tem alguém que gosta de mim da forma que eu sou me deixa muito feliz.
 
Em tão pouco tempo Max me fez mudar de ideia sobre as escolhas que havia feito para minha vida, e fez eu me apaixonar pelo cara incrível que eu descobri que ele é.
 
Tem apenas um problema, serei capaz  de me entregar a ele por completo? Porque eu havia escolhido nunca me relacionar com alguém pelo que sofri no passado, e agora que tenho um namorado eu realmente não sei o que irá acontecer quando decidirmos ficar mais íntimos.
 
Acho que Max entenderá meus medos, pois ele é muito compreensível e gentil, por isso acho que ele será bem paciente comigo.
 
- Por que ficou estranha de repente? - Max indaga.
 
- Tem coisas sobre minha vida que ninguém sabe. - Suspiro algo.
 
- E pela forma que falou isso não são coisas muito agradáveis não é?
 
- Nada agradável. - Assumo.
 
Se eu tivesse condições eu iria em uma psicóloga e falar sobre tudo que venho guardando para mim a vida toda, mas eu não posso me dar ao luxo de ter mais gastos porque estou sobrevivendo com nada.
 
Acho que posso confiar em Max e lhe contar algumas coisas, talvez assim eu consiga me libertar um pouco, porque estou me sufocando pouco a pouco por carregar tanto peso em minhas costas.
 
Eu quero ser livre das lembradas horríveis que me perseguem, quero deitar e dormir sem ter pesadelos, quero confiar completamente em alguém sem pensar que serei abandonada algum dia, e a última coisa que eu quero é  deixar meu passado interferir no meu futuro mais uma vez.
 
Já estou cansada de sempre fugir e viver com medo, e pelo menos uma vez na vida quero me arriscar sem pensar nas consequências, e é exatamente isso que estou fazendo agora.
 
- Irei te contar meu pior pesadelo, então talvez depois disso você não me queira mais por perto. - Digo me levantando do seu colo.

Um Maníaco Irresistível (Livro 10)Onde histórias criam vida. Descubra agora