30 💥 a minha pessoa

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"Oi, onde você está?" ─ Bakugou aperta o botão de enviar sua mensagem, perguntando pelo paradeiro da namorada. Ansioso no banco de carona ao lado de Shoto, os pés batem contra o tapete emborrachado do veículo, os olhos rubros não se desviam da tela do aparelho, esperando pela resposta.

"Estou aqui. Onde você está? 😥" ─ apesar da situação, e de entendê-la, o loiro tem vontade de rir por conta da escolha de emoji. Por isso, ele só faz suspirar, querendo saber porquê aquele meio-merda estava dirigindo tão devagar.

"Chegando. Abra a porta em cinco minutos.0 Mas não espere na sala, pode ser perigoso".

"Ok. Estarei lá em cima. Venha com cuidado".

"Certo".

Katsuki bloqueia o telefone outra vez, depois de visualizar a mensagem de aplicativo que seu pai havia lhe enviado, dizendo que o entendia e que em breve iria visitá-lo, dizia na mensagem que tentaria alguma coisa para reverter a situação, mas quanto a isso, Bakugou não se importou. A situação é irreversível, ele sabe disso.
Por isso ele se desprende do cinto de segurança, em frente à casa que costumava dividir com o Todoroki e o Midoriya. Shoto, calmo como sempre, apenas lhe assente, os olhos bicolores desejavam sorte e forças, porque nada era tão doloroso naquela situação que, a partir da manhã seguinte não fosse piorar.

─ Diga à Winry que seu dindo foi viajar. Estarei de volta antes que ela sinta minha falta
─ diz, à sua maneira de despedir-se.

─ Tome cuidado. Endeavor e Hawks acompanharão você amanhã de manhã. Veena vem fazer companhia para Alessa, se ela quiser.

Bakugou assente.

─ Ela está me esperando. Falamos amanhã ─ era a forma mais amigável que ele tinha de agradecer, depois disso apenas fechou a porta do carro, fazendo o coração de Alessa se contorcer no peito, ansioso para vê-lo depois de quase duas semanas sem notícia alguma, deprimido o suficiente para já sentir a saudade da separação eminente.

Assistindo o carro se afastar, Bakugou olha ao seu redor, tentando captar qualquer movimento estranho, porém, nada vê. Logo só caminha em direção à sua casa, o coração apertado querendo se apressar ao tocar a maçaneta, a um passo de encontrá-la.

Ao abrir a porta, Katsuki sente seu coração parar na garganta, os olhos se umidecem contra sua vontade, a pele, porém, se arrepia completamente ao sentir o calor do corpo menor que pulou em seu colo, agarrando e encaixando-se em si.

O gesto o faz suspirar, espalmando as mãos pela bunda, costas e pescoço dela.

─ Como você está? Está machucado? Está com dor? Está sentindo alguma coisa?

Alessa fecha os olhos a tempo de ser prensada na parede, a mão esquerda agarra sua cintura com firmeza, a direita, no entanto, apertava seu maxilar enquanto erguia seu rosto para pressioná-lo aos beijos e mordidas.

─ Tudo bem com você, minha linda?

Instantaneamente, a feição dela se desmancha. Alessa sentiu todo o rosto corado, os cabelos sendo bagunçados pelo toque quase descuidado dele. A faz, imediatamente, começar a chorar.

E quando Bakugou sente as lágrimas dela se formarem no peito vibrante, a desprende da parede, caminha com ela em direção ao quarto, as mãos que entravam para dentro da blusa dela se erguem e afastam a peça, ao passar por sua cabeça, Bakugou atém seu toque no rosto avermelhado, encaixando as duas mãos naquela imagem que parecia mais uma pintura delicada pra ele.

Katsuki quer marcar todos os detalhes daquele instante. Por isso é muito fácil se ater à sensação um tanto desconfortável do joelho de metal pressionado à sua lateral direita, os tornozelos enrolados em sua cintura, porém, ele adora isso nela.

Alessa encosta suas mãos no colchão, inclinando seu rosto para beijá-lo, as pernas continuam enroladas em sua cintura, puxando o namorado em sua direção até deixá-lo todo encostado nela.

Katsuki encosta a mão direita em seu ombro, ameaça arrastá-la pelo pescoço alvo, apenas para empurrá-la contra a cama.

─ Não precisa chorar ─ ele diz, beijando o rosto de Alessa ao deitá-la, o polegar esfrega o canto dos olhos escuros e agora pressionados, Alessa mantinha tanta força nos olhos cerrados que até parecia que por isso, talvez, tudo aquilo fosse passar quando abrisse seus olhos novamente.

Ao abrir os olhos, no entanto, o contorno bem feito do peito dele, e os ombros, a clavícula, tudo parecia doloroso demais de ser encarado. O que ela devia falar? O que devia fazer? Como reagir? A italiana se sentia impotente e confusa, tão, mas tão medrosa que não queria, de maneira nenhuma, encará-lo.

Katsuki poderia até pensar que tem a ver com suas cicatrizes novas, e os hematomas ainda em tons de roxo perto das costelas, porém, ainda assim precisava apenas se aproximar, beijando-a ternamente, os joelhos flexionados passavam por debaixo das coxas dela, a mão esquerda apalpa o seio direito, apenas para percorrer um caminho devoto até o joelho de metal.

Bakugou pousa sua mão no lado interno da prótese, empurrando-a levianamente, até afastar suficientemente as pernas dela, até que seu quadril pudesse se encaixar ali.

─ Não posso perder você ─ o sopro se abafa no beijo rápido que ele lhe dá. Mesmo assim, Alessa desvia o rosto, querendo que ele preste muita atenção no que é dito naquele quarto mal iluminado.

A contragosto, seu namorado cessa os movimentos e a observa, atento ao que a mais velha diria ao seguir.

─ Não sei mais viver sem você... não quero mais viver sem v ─ Você não precisa ─ Bakugou a interrompe, deslizando a ponta do seu nariz pelo maxilar dela. Queria prometer que estaria sempre com ela, e que jamais a deixaria sozinha, mas fato é que sua realidade estava pra se formar outra. O máximo que poderia lhe prometer era:

─ Você sempre terá a mim... ─ os lábios se pressionam contra a têmpora esquerda dela. ─ E demore o tempo que for, se você quiser, é claro, eu sempre vou querer estar com você.

─ Você é a minha pessoa... ─ Alessa exclama com propriedade, sente o peito fisgar um susto gostoso quando ele a olha tão fixamente, aquelas íris vermelhas tão brilhantes quanto rubis.

Percebendo o que havia pendente entre eles, mais urgente que sexo e mais necessário que oxigênio, Bakugou suspira pesadamente, sua respiração até alcança alguns fios do cabelo dela, movendo-os enquanto o homem ajeita o cotovelo entre o braço e costela dela, apoiando-se na cama, sem de fato desprendê-la do seu calor.

Em silêncio, Katsuki ergue a mão direita e subindo vagarosamente pelo queixo de Alessa, a pousa e pressiona um pouco sob seus cabelos, entre a nuca e atrás de sua orelha.

Haviam tantas instruções que ele queria lhe dar. E tantas lamentações que queria lhe desabafar. Queria ensiná-la sobre heróis, vilões, uniformes, equipes. Agora quer também, lamentar profundamente ter matado aquele desgraçado, porque nada nesse mundo, poderia fazê-lo querer sair daquele quarto quente, que tem o cheiro da otária, e as roupas dela pelos cantos.

No entanto, conformado, Bakugou sopra:

─ Você é a minha pessoa.

























Olá, minhas bombinhas!
Tudo bem com vocês?

Me deem um feedback da estória e uma sugestão, por favor, caso vocês estejam sentindo falta de algo. Além dessa situação de merda que eu nos meti sem conseguir atualizar direito, em geral, vocês acham que o ritmo da história tá legal? ou lento demais?

Em algum ponto eu me perdi e deixei uma ponta solta que vocês não conseguiram entender? Ou precisam urgentemente de algum refresquinho? fale para mim e eu voltarei para vocês.

Obrigada, amo vocês de todo meu coração!

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora