98 💥 o nosso eclipse perfeito

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Duas semanas foi mais do que suficiente para que o cenário mais caótico ─ adoravelmente falando ─ da sua vida fosse exposto.

Exatamente hoje, quando as meninas fazem dezesseis dias de vida, e quatorze de casa, Alessa fecha os seus tão esperados quatro dias sem lavar os cabelos.

Quer dizer, todo dia ela fala que hoje é o dia em que, sem falta, com certeza, eu vou lavar meu cabelo. Ontem inclusive até fez um pequeno cronograma com Bakugou, que estava mais do que disposto a ajudá-la com isso. O que aconteceu é que o banho programado para às 21 horas do dia, se realizou apenas às 03 horas da manhã, em um curtíssimo intervalo da amamentação. Problema é que antes mesmo de soltar os cachos emaranhados da piranha que os prendia, ouviu o choro de Yoko.

Sabia que Katsuki estava ali com ela para ampará-la, mas quando o colo do papai não conseguiu acalmá-la, pelo contrário, seu choro apenas se intensificou acordando Lumi, Alessa se viu obrigada a finalizar o banho, até porque elas estavam começando a entrar na tão sonhada rotina de sono e amamentação, ela não se daria o luxo de atrapalhá-las.

No fim da noite de ontem perceberam que apesar de ser mais silenciosa e paciente que sua irmã, Yoko não era nada independente. Katsuki vinha de vinte em vinte minutos ver se estava com a fralda seca, se dormia bem, se queria ser embalada, porque podia estar até com dor, seu chorinho às vezes não era suficiente para alarmá-los.

Enquanto isso, uma ínfima gota de xixi na fralda de Lumi era o suficiente para ela berrar, mandando-os vir trocá-la. Se queria um toque na sua bundinha para embalá-la, chorava. Se estava se sentindo desconfortável com a luz, chorava. Se apenas queria qualquer tipo de atenção, enfim, ela sabia se comunicar. Muito bem por sinal.

Acabou que ao contrário do que Katsuki imaginou, a caçula acabou requerendo mais atenção. Depois que a casa estava um caos, haviam roupas sujas para todos os lados, ele abriu mão totalmente da cozinha - e com isso disse que se sua mãe queria tanto ajuda-lo, porque o ligava todo dia, ela podia enviar comida de verdade, sempre porção para três -, as meninas estavam de banho tomado, cheirosas, alimentadas e num recente sono profundo, ele sempre preferia tomar banho e para ficar de olho nelas, Alessa o esperava e a sua espera a fazia dormir; depois de tudo isso, ele sempre abre o cercado do berço, sentando-se ao lado. Ele põe um braço levianamente em volta do corpinho de Lumi e encosta seu nariz no rosto dela, e ali ele fica, por pelo menos dez minutos.

Percebeu que algo estava errado com sua atitude porque sempre começava por Lumi. E este não era o problema. O problema é que ele começava por Lumi porque depois abriria o cercado de Yoko, e Yoko ele pegaria no colo, sentando-se na poltrona posta para ele ao lado da cadeira de Alessa. Ali ele fica olhando a garota dormir em seu colo, por muitos e muitos minutos.

Já falou com ela sobre isso, e mesmo que chore e tenha tido até uma crise de ansiedade há uma semana, a esposa jurou que ele não está sendo injusto ou coisa parecida. Não é como se ele amasse mais uma do que a outra.

A verdade é que Katsuki tem se sentido miseravelmente obcecado. E isso o deixa frustrado porque não sabe a origem da sua obsessão. Yoko o preocupava porque, para o bem da verdade, não via meios para ser normal uma filha sua e de Alessa ser tão tranquila assim. Ela parecia um anjo, mas então ele percebe que Lumi também é um anjo, então fica agoniado, com a sua teoria de que provavelmente sua pequena caçula esta doente ou coisa parecida. Por isso tem passado tanto tempo com ela. Por isso chega e se vai o horário de sua esposa dormir, e ele ainda está ali com ela.

Quando ele contou, Alessa riu. Claro, primeiro ela chorou, achando que sua filha realmente estava doente. Depois foram às consultas com elas e com a notícia de que estavam perfeitamente bem e até um pouquinho maiores que o esperado, ela descartou a possibilidade e disse:

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora