41💥 as cores do seu corpo

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DENTRO DO CARRO, Bakugou achava as avenidas de Tóquio trancadas demais para quase meia-noite de domingo

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DENTRO DO CARRO, Bakugou achava as avenidas de Tóquio trancadas demais para quase meia-noite de domingo. Os faziam percorrer um trajeto lento nos bancos de trás do carro de seu pai, porém, desse ínfimo momento, ele não poderia reclamar.

Alessa sentia sua coxa esquentar só por ele ter pousado a mão ali. A intenção da carícia era clara: puro e delirante aconchego. Bakugou espalma a mão que ele sabe estar quente à altura do joelho dela, enquanto sente o toque de dedos finos e unhas pintadas de preto desenhar círculos invisíveis nos ossos expostos da sua clavícula.

O carinho o faz afundar no banco de trás, encaixando-se perfeitamente no pescoço dela, sonolento e arrepiado. Mais de dez minutos depois, Bakugou desperta imediatamente ao captar as luzes da casa de seus pais todas acessas, o coração dispara com pressa, a mesma pressa com a qual ele salta do colo de Alessa, abrindo a porta do carro na garagem e correndo até a entrada da casa.

─ Não! ─ no caminho, ele sopra incrédulo. ─ Não brinca, porra! ─ Bakugou abre a porta de casa com força e se sente definitivamente anestesiado ao ser coberto por confetes nas suas cores, pequenos recortes em preto, vermelho e laranja.

Se Masaru e Alessa não estivessem assistindo, seria difícil descrever-lhes a feição do homem quando sua garganta embargou, deixando os olhos de aparência sempre raivosa tão dóceis e rosados quanto às bochechas da sua mãe, que o esperava para ser abraçada.

─ Como você está, amor da mãe?

─ Quando isso aconteceu? Como você tá? Por que já está em casa, inferno?! ─ tudo é questionado num tom muito confuso e surpreso, a voz ficava abafada pelo abraço que por nada se desfez, o qual literalmente tirou Mitsuki do chão, deixando-a suspensa no ar pelos braços do Herói.

─ Há alguns dias ─ fala, desta vez, sendo mais apertada por ele. ─ E eu estou em casa porque atormentei as vidas daquelas enfermeiras, coitadas ─ é inevitável que todos os quatro riam; Bakugou larga sua mãe, ─ faz Alessa relembrar o que já havia reparado: seu namorado não consegue ser o retrato cuspido da mãe. Isso porque é  literalmente, a releitura idêntica à obra original. Katsuki era, em tudo, como Mitsuki ─, agora agarrando o rosto dela, puxando-a novamente para si.

─ Quase matou o velho de saudade ─ Bakugo cospe, a denúncia ruboriza violentamente as bochechas de seu pai, arrancando uma gargalhada energética de Mitsuki que começava a sentir enxaquecas novamente.

─ Só ele, garoto de merda? ─ aperta o filho, chamando Alessa com a mão para sentarem-se um pouco na sala.

Mitsuki escolhe o sofá grande, puxando a menina para sentar ao seu lado, enquanto o mais novo dos Bakugou passava uma das pernas pela guarda do sofá, literalmente deitando-se no colo da mãe. Sentando de frente para eles, Masaru lembra de quando Katsuki ainda era um bebê, e caminhava ─ assim mesmo ─ sonolento como está agora ─ pela casa, de fralda e uma mamadeira nas mãos. Naquela época só conseguia relaxar totalmente quando Mitsuki terminava seus afazeres e sentava-se com ele no sofá. Katsuki dormia exatamente assim como está agora, com a cabeça no colo da mãe, amparado por um cafuné e uma caricia no rosto. A única diferença ─ ele repara ─ é que na mão esquerda, ao invés da mamadeira, o filho segura os dedos entrelaçados da sua primeira e única namorada.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora