13 💥 o silêncio de um amigo

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Ela estaria com medo dele? Ele pode tê-la assustado com toda sua violência? Bakugou encosta a cabeça na cela da delegacia, irritado com o fato de lhe terem tirado a focinheira, mas as algemas, porém, continuam o prendendo.

Pela primeira vez na vida ─ pensa consigo ─, Katsuki vai a um campo de batalha completamente desestabilizado. Pela primeira vez na vida, ele cai em um erro de precipiante, chega ao embate e não faz de tudo para resgatar sua vítima, preocupando-se mais em ferir seu inimigo.

Como ela estava? Muito machucada? Ah! Como deve tê-la magoado por sequer ter olhado em sua direção.

Durante toda a madrugada, Bakugou pensou em todos os aspectos ridiculamente errados e controversos da sua intervenção. Quanto tempo ele ficaria suspenso? Ele perderia definitivamente sua credencial? Porra, ele lutou muito pra conseguir essa credencial.

Ele não foi acionado por um civil qualquer. Nem foi a liga dos heróis quem o mandou. Ou o seu encarregado na agência de heróis. Na investigação, muito provavelmente já sabem que ele tem contato particular com Alessa, e isso estaria ali apenas pra complicar ainda mais sua ficha. O que iria parecer?

A verdade.

Ele se deixou levar pelos sentimentos pessoais e matou um civil impulsionado pela ira desmedida. Este é o grande cerne da questão.

E durante toda a noite, Katsuki quis pensar em todos os problemas que a sua reação causaria, mas durante toda a noite, sua mente parecia apagada pra isso. Seu pensamento coerente estava nela. E ele só pensava nela. E só queria saber dela. Quando se arrepende do que fez, se arrepende por ela.

E completamente em claro, sequer distinguiu a noite do dia, os olhos vermelhos mais fundos do que o normal, as mãos presas ainda manchadas de sangue, Bakugou afasta as costas da parede fria e ergue os olhos cansados em direção a sua mãe.

Antes de vê-lo, Mitsuki desce do carro no banco carona ao seu marido bem calma. Assim que se aproximou do pai de Bakugou nos fundos da delegacia, ri, dizendo: ─ Ah, bons e velhos tempos...

Extremamente angustiado, Masaru olha a esposa sem entender o que a loira diz. Falsamente entusiasmada, Mitsuki pergunta:

─ Lembra quando ele tinha 13 anos, um pouco antes de entrar na Academia ─ sorri, e independente da situação, Masaru ainda acha o sorriso de sua esposa mais brilhante e caloroso que o Sol. ─ Ele estava pra fazer 14 anos e tivemos que pagar fiança porque ele explodiu alguns carros, não sabia controlar direito sua peculiaridade... ─ ri, visivelmente nervosa.

Deixando-a ainda pior, Masaru não fala nada. Apenas pega a mãoda esposa, indo para onde Aizawa, Shoto e Midoriya os esperavam para anunciar a liberdade provisória do Herói até o dia do seu julgamento.

Assim que ela adentra seu campo de visão, a tempo de ver os guardas abrirem sua cela, desalgemando-o, Mitsuki morde o lábio com força.

Faz Bakugou prender a respiração percebendo-a muito nervosa, então, antes de qualquer coisa, pede um minuto com sua mãe.

A mulher segue seu único filho para o fim do correr, percebendo que Katsuki estava mais do que familiarizado com o ambiente. Ele a conduz a uma área com grama verde de videiras, onde heróis e policiais geralmente saem para fumar ou falar ao telefone.

Voltando-se para sua mãe, ele é direto:

─ Me desculpe ─ era a única coisa que se tinha pra falar. Mitsuki olha aquele cenho franzido, os lábios repuxados como estivesse constantemente irritado, faz imediatamente os seus olhos se embaraçarem com lágrimas.

─ Você lutou tanto pra ser um herói, meu amor ─ toca o rosto dele, sentindo seu coração de mãe em pedaços.

─ Não se preocupe com isso, velha ─ ele diz, afastando as mãos dela. ─ Eu dou um jeito.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora