03 💥 a bagunça do passado

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New York, a cidade dos sonhos.

Onde tudo se torna possível, e não importa de onde você venha, sempre há espaço pra mais um.

Era assim que, da Itália, Alessa via a cidade que não dorme. Cheia de empregos, sem inflação do dólar, com muita neve no inverno e aquelas luzes extraordinárias em época de Natal.

Porém, o desembarque foi feito no auge do verão. Onde tudo era sorvetes, bermudas e crianças correndo nos parques, num calor quase tão insuportável quanto o da Europa.

Eram tantos turistas, tantos idiomas diferentes e tanta gente tão perdida quanto ela que, assim que desembarcou na estação do Brooklyn, vinda de trem desde o aeroporto, Alessa não havia escutado um sinal de inglês sequer.

As pessoas se abarrotavam para chegar à ponte do Brooklyn, e outras queriam uma brecha para entender qual lado seguir se quiser ir ao Bronx. Alessa olha para cima, cobrindo o Sol forte com a mão que não arrastava a mala enorme pelas ruas.

Sem um senso mínimo de direção, ela põe as duas mãos na cintura, respira fundo e sorri.

O sorriso tão grande e iluminado que chama atenção de algumas pessoas que passavam por ali.

E assim que percebe rostos estranhos e curiosos lhe olhando tão risonhos quanto, ela brada:

─ Bondiurno, signores ─ mesmo sem a entender, os turistas a sua volta sorriem para ela, acenando.

Alessa acena, caminhando em passos pesados de euforia em sua direção. As bochechas ruborizadas, os cachos desgrenhados, calças rasgadas e uma camisa que lhes diziam "i'm italian, damn".

─ Sai com'è Little Italy? ─ grita ela, querendo saber onde fica a Pequena Itália. O homem que compunha um casal provavelmente escosses ri, balançando a cabeça confuso.

─ Ospravedlnte ma! nehovorím vaším jazykom ─ que porra é essa? Esloveno? Alessa gargalha, sem entender uma palavra do que o homem lhe disse.

─ Grazie ─ diz ela, afastando -se. ─ Grazie, ffiglio de una putana, Grazie!

Ela andou por pelo menos duas horas, lanchou, tirou muitas fotos e decidiu, finalmente, arriscar ali, no coração econômico dos Estados Unidos, arranhar seu inglês europeu.

Quinze minutos depois ela estava chegada ao bairro Italiano, muito menor do que já fora em meados de 1920, quando a Máfia Italiana comandava o mundo com violência e espaguete.

Quase todos ali sabiam falar italiano e Alessa se surpreendeu quando os percebeu surpresos pela fluência dela. Havia grande diferença entre ser um italiano nascido na América e ser um legítimo italiano, com sangue, nome, língua, jeito, traços e espírito italiano.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora