75 💥 o último encontro

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Ambos queriam, mas seus padrinhos praticamente os obrigaram a ter seu tão desejado último encontro pela tarde, e não a noite como planejavam.

Katsuki preferia o dia, mas Alessa estava preferindo a noite e isso era justificativa suficiente para ele planejar um último jantar à luz de velas antes do seu casamento. Por causa dele, ela pensou que talvez esse momento pudesse ser marcado por algo que fosse totalmente a cara de Bakugou: um festival de música ou até mesmo uma pedalada aos arredores de Nakameguro que a esta altura das estações estava simplesmente deslumbrante.

No fim, era duas horas da tarde e Alessa não precisava passar nenhum tipo de pigmento nos lábios, porque sua ansiedade a faz mordê-los tanto ao ponto de cortá-los minimamente, avermelhando-os de imediato.

Seu coração batia apressado, na verdade, agora ela dá as costas à janela grande do seu novo quarto, fica frente à porta, o cenho totalmente franzido, toda a expressão numa tentativa inútil e emocionante de segurar seu choro quando os ouvidos captam as batidas leves na madeira.

Bastou vê-la para que aquele seu sorriso enorme se desfizesse, obrigando-o a prendê-lo entre os dentes para aplacar sua comoção. De repente aquela mulher era outra vez, a coisa mais brilhante que ele já teve a oportunidade de pôr os seus olhos. Claro que ele vê que ela tentava segurar o choro, no entanto quando o avistou, foi como se uma torneira se abrisse de seus olhos, afinal, estava ali, o causador de um dos seus sonhos realizados em aproximadamente 24 horas.

Durante a manhã, enquanto Kirishima e ele estavam no ateliê fazendo os últimos ajustes, Bakugou chegou a idealizar esse momento. Na sua cabeça, eles iriam rir, xingar, morder, beijar, transar lenta, mas também asperamente. No fim, ele estava totalmente sem palavras.

E aproximando-se devagar, abraçou-a, puxando para si, as mãos desceram pelas costas de Alessa, massagearam seu quadril, mas se mantiveram longe de serem maliciosas, erguendo-a em seu colo como se dessa vez quisesse fundir suas almas e não apenas os seus corpos.

O toque foi tão bom, foi tão íntimo, todo o corpo dela se encaixa tão perfeitamente no peito dele e a forma em que as pernas dela se uniram, circularam a cintura do loiro e ele ergueu a mão por seu pescoço, acariciando a nuca sob os cabelos soltos, apertou tão carinhosamente que Alessa escondeu o rosto na curva do seu pescoço, agora chorando de soluçar.

─ O que eu vou falar pra velha escrota se ela souber que vim te ver e só te fiz chorar? 

Mesmo banhada a lágrimas, a italiana acaba rindo em sua pele, erguendo logo o rosto e passando a mão por ali na tentativa de enxugar a poça de choro deixada no ombro do noivo.

Alessa ergue o rosto e Bakugou passa a mão por sua têmpora, afastando os cabelos que se grudavam ao lado dos olhos.

Bastou olhá-la agora, tão fixamente nas orbes castanhas para saber: sua noiva estava nostálgica e o misto de sentimentos estava fazendo o coração dela retumbar como um condenado na caixa torácica.

─ Como você está, minha linda? ─ quando Katsuki sopra entre eles, Alessa se afasta tanto que ele pensa que ela quer se desfazer daquele colo, mas um pouco a contragosto, ele a aperta um pouquinho mais, deixando claro que era contrário a ideia de pô-la no chão.

Quanto a isso, ela não protesta.

Apenas respira fundo para soprar embargada: ─ Eu não consigo parar de chorar... ─ e tudo é dito entre as novas lágrimas que descem como cachoeira e arrancam um riso quente e gostoso de Katsuki que, ao invés de devolvê-la ao assoalho, fica entre suas coxas pondo-a sentada na janela.

Agora Bakugou ergue o rosto dela entre suas mãos, mesmo com o choro, com a ansiedade, nervosismo e qualquer outra coisa que tenha entre eles agora, sua vontade falou mais alto e por fim acabou beijando-a.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora