KIRISHIMA SENTE SUA PELE INDIFERENTE ao toque dela agora. Como se, para o bem da verdade, as mãos não afetassem mais o seu cérebro como tem feito nos últimos sete anos. Mina o chamou mais uma vez, como tem o chamado todas as sextas pra uma tentativa frustrante de retomar o relacionamento onde ele ruiu. E pensar que ele realmente cogitava a ideia de morar com ela...
─ O casamento é amanhã. Você tem que decidir se vai ou não, pra eu poder me programar e passar aqui se for o caso ─ ele diz, o tom de voz ameno não camufla a exaustão. Kirishima baixa os olhos lendo a mensagem que Masaru-san lhe mandou no aplicativo, enquanto a cor-de-rosa lhe diz:
─ Na verdade, eu não sei mais se deveríamos insistir... ─ tem a total atenção do rapaz, que sentado no sofá da sua sala, encara a namorada por mais alguns instantes. E no silêncio dele, Ashido complementa: ─ Você só tem que admitir que está apaixonado por ela e ─ a voz que ecoa entredentes se entrecorta abruptamente quando ele se ergue, recolhe o capacete de sobre a mesa e vai embora.
Ela está certa ─ Eijiro reflete, subindo na moto para ir para sua casa. ─ Estamos saturados um do outro, e pra mim, há semanas, ela está apenas procurando motivos para terminar. Mas no fim, ele não consegue conversar. Não enquanto a mulher continuar agindo como uma covarde, tentando pôr a culpa do seu descontento pessoal nas necessidades sociais da europeia que se mudou recentemente.
─ Estou farto! ─ é que pensa ao passar pela casa de Katsuki e notar todas as luzes da mesma acessas.
Já na sala do loiro, Alessa prende os fios do seu cabelo novamente, o suor na sua testa grudando os cachos rebeldes e novos que tornavam a aparecer. A mulher se agacha na ponta do tapete clara, enrolando-o até sua outra extremidade. Ergue-o do chão, levando-o até a entrada da casa, onde o bate, várias e várias vezes, até decidir que já retirou todo o excesso de sujeira.
Antes disso, ela já havia limpado todo o chão, os sofás, a estante, a televisão. O banheiro estava em ordem e a lavanderia precisava ser reabastecida. Os cofres secretos de Bakugou, porém, foram todos descobertos. Agora era a vez de tirar as camisas que ela havia posto na secadora. Levando-as para serem dobradas no quarto, mais um esconderijo: com um pano úmido em mãos, Alessa entreabre seus lábios ao se deparar, debaixo de um bidê banhado a mármore, um fundo falso no chão.
─ Puto! ─ ela o xinga inconscientemente, sem mexer nas armas brancas que ele guardava ali, debaixo de um bolo de dinheiro.
Depois de guardar as roupas dele ali, separando algumas peças dela para que Kirishima pudesse pegá-las mais tarde, Alessa encara seu feito com um ar reprovatório. Fato é que ela era muito boa em limpeza, mas Bakugou era, no mínimo, mil vezes mais organizado que ela.
Ignorando seu descontento, Alessa retira do armário uma das camisas dele, dirigindo-se para o banheiro. Tira sua roupa, liga o chuveiro e fica ali, pelos próximos quinze ou vinte minutos. Saindo dali, tem apenas um objetivo em mente: arrastar-se preguiçosamente até a cama dele, enfiando-se embaixo dos lençóis e em poucos minutos depois, está dormindo pesadamente.
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanfictionHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...