55 💥 um colo afetivo e compras

565 55 107
                                    

Os passos lentos de Bakugou o tiram de dentro da loja feminina, atento ao que Ashido pergunta, vem sua resposta quase às portas de seu carro: ─ Agora é dezesseis horas, Alessa deve estar na sua consulta com a psicóloga.

E trocando de assunto da água pra o vinho, ela vai direto ao ponto para saber: ─ Kirishima falou com você ontem à noite? Perto de umas 23 horas... ─ sim, ele havia ido até lá, Katsuki pensa; Alessa já estava dormindo quando ele saiu da cama, indo atendê-lo na varanda, já que o ruivo buscava um conselho referente ao seu relacionamento com a cor-de-rosa.

─ Eu não vou me meter. Isso é coisa de vocês  ─ ele já corta ocasionando uma lufada de ar irritadiça.

─ Problema é seu. Ninguém mandou você ser melhor amigo dele e meu também, eu só quero saber se foi você quem aconselhou ele a continuar.

Bakugou suspira, mandando-a pôr o cinto de segurança ao entrarem no seu carro.

─ Você quer educação ou delicadeza?

─ Você não tem nem um nem outro ─ ela observa já fazendo uma carinha chorosa pelo que ouviria.

─ Ash ─ ela o olha pôr o cinto, dando partida tão concentrado quanto pensativo. ─ Gosto de vocês dois juntos. Pareciam muito parceiros e brilhavam mais do que quando apenas amigos. Sim, eu aconselharia ele a te reconquistar, se isso significasse mantê-lo ocupado ao ponto de exterminar seus sentimentos pela minha namorada, mas... ─ ele pausa, demoradamente.

─ Mas...?

─ Não foi o caso. Você ainda não superou o que ele fez e Kirishima ainda parece confuso, ao menos quanto aos sentimentos românticos dele. Então ontem à  noite ─ Você foi quem o aconselhou a não tentar de novo ─ ela o interrompe, deduzindo o que Bakugou diria.

─ Seria mais fácil pra mim?! ─ o loiro retoma perguntando e ele mesmo responde: ─ Sim, óbvio! Mas você sabe que eu sou um idiota ─ Quando se trata dos seus amigos ─ ela aperta a mão dele, pausada sobre a marcha. Por algum motivo, Katsuki se sente um tanto desconfortável. Ashido, no entanto, estava tão absorta que sequer percebeu a garganta do mais velho engolindo em seco.

Por outro lado, Alessa rolou os olhos bloqueando a tela do iPhone e o jogando para o canto, assim que suas redes a atualizam, trazendo fotos do namorado com a melhor amiga no carro.

─ Eu avisei que olhar o celular iria te deixar mais estressada ─ a voz do colo que ela deitava sua cabeça ansiosa e angustiada diz, voltando a mexer nos cachos dela.

─ Acho que a senhora só falou do Instagram pra eu ver e ficar assim...

─ Assim como? Com ciúmes? ─ Mitsuki se diverte, tentando agora amenizar as questões que fizeram Alessa furar a terapia para literalmente pedir um colo à mãe dele.

─ Eu não tenho ciúmes dela ─ a morena rola os olhos, o tom de voz era ofendido, encarando seu celular desbloqueado. ─ Eu só...

─ Óbvio que você não tem ciúmes dela ─  a loira fala enquanto enrola uma mecha cacheado dela em seu dedo. ─ É dele que você tem.

Alessa suspira encarando o teto do antigo quarto de Bakugou.

─  Eu também me sinto estranha com esse assunto ─  confessa, querendo que Mitsuki assumisse logo as rédeas dessa conversa.

─  Bom, que aquele idiota morre de ciúmes de você, todos já sabem, até porque Katsuki nunca teve um exemplo negativo do que é ciúmes dentro dessa casa. 

"Um pouco de ciúmes é bom de vez em quando" ─ ela lembra até de como seu corpo reagiu quando Bakugou lhe sussurrou isso.

─ Então, se você não agir como uma maluca possessiva que realmente o ofende o tempo todo com suposições e as vozes da sua cabeça, não vejo o porquê de não perturbá-lo um pouco.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora