76 💥o início do resto de nossas vidas

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Nem tudo pode ser superado

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Nem tudo pode ser superado. E ela soube, depois de 19 anos, que nem sempre o melhor é se ter um pai, seja ele biológico ou adotivo. Olhando agora em retrospectiva, seu padrasto é um quadro totalmente insuperável. Katsuki sabe disso, e ele é o único que sabe.

Com 27 anos, ela entende os motivos de Antonella. Conversando no escuro da madrugada com seu noivo ─ na época era seu namorado ─, Alessa e ele consentiram que ela como mãe, jamais faria o que sua mãe fez, jamais optaria por deixar tudo inclusive a filha para trás, mas a jovem também disse para o loiro que olhando de fora é fácil falar, e sendo ela uma das maiores prejudicadas, o cérebro sempre vai pender para o rancor.

A julgada em questão havia perdido o amor da sua vida, de repente, no auge do seu casamento perfeito. O matrimônio apressado com Tito foi consequência do desequilíbrio mental e a fuga para fora do país foi o estopim. Enfim, isso é mais ou menos o que ela pensa sobre Antonella.

Depois vieram as coisas com ele. E mesmo que traços da sua personalidade tenham sido perdidos, mesmo que autossabotagens tenham se desenvolvido, mesmo que aquele tempo tenha deixado marcas tão severas e um rastro de sangue, agora as feridas estão curadas, fechadas e as cicatrizes são apenas para lembrá-la que acabou.

Tudo começa aqui. O início é aqui.

O início para um cara que sempre teve a si próprio como maior inimigo e hoje legitimamente se pode chamar Herói. Aquelas frustrações da juventude já não podem alcançá-lo, porque de maneira nenhuma ele se tornaria um vilão.

Com Veena, Uraraka e Mitsuki na sua retaguarda, Alessa sopra um vento quente para frente, deixando transparecer todo seu nervosismo, há três horas de ouvir a marcha nupcial.

Suas madrinhas estavam prontas. Veena só estava com os bobes pendentes em seus cabelos extremamente pretos e brilhosos e Mitsuki já não conseguia disfarçar sua emoção. Apesar da maquiagem ser elaborada para a mulher de 49 anos parecer intimidadora e com um olhar matador, na verdade tudo o que se dava para ver eram olhos chorosos que, na tentativa de não deixá-los escorrer, tornaram o rosto vermelho como uma pimenta, explicitando seu estado emotivo.

Ochacko sim, estava impecável. 

O tom dos vestidos iguais, todas de vermelho marsala - exceto Alessa -, dava para saber que aquele era o toque indicativo do gosto de Katsuki. Não foi ele quem escolheu a cor. Mas sim, Alessa escolheu pensando nele.

Falando nela... A noiva estava tão desesperadamente ansiosa que esqueceu completamente do que havia comentado com sua sogra, sobre ir se certificar pessoalmente que o clima na praia estava perfeito, nem que ela tivesse que controlar todos os cantos térmicos de Tóquio, seu dia não seria arruinado com chuva ou vento. 

Bom que para com isso, não precisava mesmo se preocupar.

O dia 30 de Setembro do ano 2045... seria o dia da sua vida. Não haveria um grão de areia sequer que fosse fazê-la lembrar desse dia com qualquer sentimento que não seja plenitude. Amor. Realização.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora