LUMI NASCEU COM 40 CENTÍMETROS e 2,1 gramas. Enquanto Yoko era um pouco menor, com 38 centímetros e 1,9 gramas.
Eram tão pequenas que, antes de serem levadas ao berçário, o pai pôde colocá-las uma ao lado da outra, quase abraçadinhas, e segurá-las do mesmo lado do seu braço, exatamente como faria se fosse apenas um bebê.
O choro de Yoko foi bem mais fraco e aparentemente preguiçoso. A primeira impressão dos pais foi que ela chorou só pra não assustá-los mesmo, só pra dizer "sim, meus pulmões estão funcionando". Depois voltou a dormir, deixando claro que, por ela, a gestação da mamãe chegaria aos 9 meses porque estava muito bem no seu casulo. Lumi que era um pouquinho maior e precisou sair antes porque estava incomodada com a falta de espaço.
Às 22 horas do dia 17 de novembro foi que Alessa deu à luz e ambas as três ficariam pelo menos 48 horas sob observação. As meninas por causa dos pulmões frágeis e todos os exames imediatos de um recém nascido e Alessa pela expulsão da placenta que causa sangramento e dor. Ela achou que o parto durou 20 horas, mas chegou a hora de fazê-la parar de sangrar então descobriu que só "finalizariam" o parto após a placenta e a parada - mesmo que mínima - do sangramento. Isso levou mais umas sete horas. 27 horas de parto.
Ela só queria banho e comida, além de dormir pelo menos 30 horas ininterruptas. Esse último ela sabia que nunca mais faria, pelos próximos trinta anos ou mais.
A última vez que viu as meninas faz pelo menos seis horas, pois pela manhã o exame do pézinho a fez morrer chorando, enquanto Katsuki imobilizava uma por vezes para o furinho no calcanhar e a coleta de sangue, Alessa soluçava de chorar. Isso porque ele pegou as meninas enquanto dormiam, tão serenas e angelicais e as "segurou brutalmente enquanto aquela carniceira furava o pézinho da nossa filha" segundo ela.
─ Você sabe que o exame era um dos mais importantes, né? ─ ele tenta conversar com a esposa, depois de seis horas de uma careta emburrada como se ele tivesse maltratado as meninas.
Alessa ignora.
─ Você pegou o casaco que eu pedi? ─ logo depois do exame, Katsuki deixou o hospital para ir para casa, tomar um banho, comer e substituir as roupas sujas da esposa por algo quente e apresentável. Demorou mais do que três horas e Alessa quase surtou por isso. Esse é o motivo de todo o desdém, além do estresse, cansaço e uma vontade incontrolável de ouvir que as gêmeas estavam liberadas.
─ Peguei sim, tá na minha mochila ─ o loiro diz, indo pegar para ela. ─ Você quer vestir agora?
Katsuki a aguarda respondê-lo, só depois de longos minutos de silêncio é que se atenta à ela, trazendo o casaco moletom na mão enquanto se aproxima para enxugar as lágrimas.
─ Quer falar? ─ ele pergunta, passando o anverso dos dedos vagarosamente pelas bochechas vermelhas da italiana.
Alessa balança a cabeça vagarosamente, circulando os braços pela cintura do marido que estava em pé ao lado da sua cama.
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanfictionHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...