Às sete da manhã lhe trouxe um desconforto matinal um tanto cotidiano, não bastasse apenas a dor de cabeça absurda, deitado de lado, virado para onde Alessa deveria estar, Bakugou se sente dolorido, um tanto incomodado para não falar logo excitado. Parece que precisou retomar a visão, abrindo os olhos com dificuldade para ter o olfato de volta, com isso pôde sentir o cheiro de café em preparo, espalhado por todos os cômodos da casa.
O silêncio da matina deixa o barulho da água caindo no box onde ela estava mais evidente. E por conta da sua excitação, Bakugou não pode se demorar na cama. Logo ele decide descer em direção ao outro banheiro, tomar uma ducha, ajudá-la com o café da manhã.
Apenas pelo jeito que Alessa cantarolava debaixo do chuveiro e como Bakugou engolia com desprezo aquela aspirina, se dava pra notar que as têmporas dela não doíam tanto quanto as dele. Mas depois que saiu do banheiro, as mesmas a fizeram suspiram muitas e muitas vezes enquanto se vestia e depois, ao trocar os lençóis e estender roupas limpas na cama.
Em seguida os pés descalços dela tomam as escadas, os lábios mal conseguiram controlar seu sorriso ao encontrá-lo escorado no balcão da cozinha, de braços cruzados, literalmente monitorando a torradeira.
─ Bom dia, amor ─ quem cumprimenta primeiro é ela, sorrindo ao puxar a cadeira debaixo da mesa.
"Como eu me sinto em ela ser a primeira pessoa que eu vejo quando acordo?" ─ Bakugou pensa sobre isso e só interrompe seu pensamento para dizer: ─ Bom dia, velhota ─ faz a italiana rir lembrando que agora há um ano a mais na sua idade quanto a dele.
─ Você não precisava me lembrar disso ─ Alessa dramatiza segurando a mão dele quando Bakugou se aproxima para lhe alcançar uma caneca com café; acaba sendo puxado para um selinho demorado.
E aproveitando essa proximidade, afirma: ─ 27 é um número legal. Algum problema? ─ sim, claramente havia um problema, mas Alessa não queria lhe falar que estava se sentindo velha e como, sem ao menos que ela fale Bakugou havia entendido, achou melhor não perguntar.
─ Você ─ ela aponta o falso problema. ─ Está muito longe, vem aqui ─ numa frase o faz sorrir.
Antes de fazer o que ela pediu, Bakugou tira as torradas da eletro e sobre um prato, as leva para a mesa. Depois pega, sobre o balcão balcão que estava escorado, o presente que havia planejado para a namorada.
Sentando-se de frente para ela na mesa pequena, põe os quatro envelopes na frente dela e tem até tempo de beber seu café, achando graça do quão concentrada ela estava para comer, ao ponto de não ver seu presentinho.
Muito tempo depois, ela passa os olhos sobre os papéis e a curiosidade fala mais alto. ─ O que é isso? ─ quer saber ainda mastigando, arrastando sua caneca para mais longe. ─ Uh? O que é?
─ Abre.
Alessa desfaz um dos papéis carta rasgando suas bordas, tentando entender qualquer coisa que esteja escrita ali, mesmo que seja em seu idioma nativo.
─ Se você não gostar temos tempo de devolver at ─ Você tá brincando? ─ o grito que ela deu era definitivamente alto demais para ser escutado às 07:48 da manhã. A cabeça dele latejou e Bakugou precisou espremer os olhos para amenizar a dor, mas o sorriso nos lábios do loiro era inevitável.
─ Você tá brincando? Hein? É pegadinha? ─ agora ela estava de pé, com a respiração pesada, balançando os dois ingressos para o jogo do seu time preferido em uma mão, enquanto que na outra estavam as passagens de ida e volta para a Itália.
─ Não.
─ Você só pode estar brincando! ─ ela brada. ─ Como você sabia disso? Eu nunca falei isso pra você!
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanfictionHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...