Uma guerra? Algum tipo de apocalipse? Apenas um rascunho do que seriam os próximos dias? De imediato, não se dá para distinguir.
A névoa cinzenta que subia, o silêncio que pairava e maneira em que o chão se abriu, engolindo qualquer das pessoas que estivessem ali. Fossem elas civis, heróis, vilões...
Os olhos purpúreos se abrem significativamente, e para o bem da verdade, apenas a expressão daquele par escarlate é mais do que o suficiente para moldar toda a ira e o terror estampados no rosto selvagem do herói.
Quando a cena cinzenta da televisão se torna carmesim, o uníssono não consegue alcançar os ouvidos de Bakugou: ─ Kacchan! ─ é o que eles gritam, mas não por isso ele se manteve imóvel.
Agora não só suas palmas pareciam suar nitroglicerina, mas todo o corpo treme. Não, convulsiona em espasmos de desespero ao se deparar com a velha chata, no lugar errado, na hora errada.
Quando correu para fora do hospital, quase quatro horas depois de chegar ali, atendendo ao chamado de Endevor, Bakugou não conseguia assimilar o exército de heróis que o seguia, outros iam surgindo pelas avenidas, de seus carros ou de dentro dos estabelecimentos já abertos ao público.
Ele não conseguia entender. Tampouco aceitar. Sua cabeça não processava a situação.
Por que Mitsuki estava lá? Por que parecia tão machucada? As mãos do maldito... o que faziam em volta do seu pescoço delicado?
─ BAKUGOU! ─ SHINEEEE! ─ o som explosivo engole a voz que o chama e imediatamente, Alessa cobre sua cabeça, protegendo-se dos estilhaços de vidro quando a individualidade de seu namorado estouram as vitrines que estavam entre ele e sua mãe.
O caos, a poeira, os gritos; todo o cenário combinava com a raiva expelida em estrondosa explosões. Explosões estas que, por um milésimo de segundo, serviram de isca para Endevor agir, incendiando aquilo que por instinto selvagem, jogou Mitsuki em direção ao loiro que voava em seu encontro.
Bakugou amorteceu a queda com seus joelhos, e envolvendo seus braços ao redor de sua mãe, ele usa sua explosão para equilibrar o peso dos dois corpos. Quando percebe que Mitsuki ainda respira, o subconsciente procura ela com os olhos.
Apenas as órbes encarnadas se movem, e se movem freneticamente, sentia sua presença naquele caos, mas o caos literal de Veena lhe dificultava a visão. Tudo o que era cinza e terra se tornou vermelho e caótico.
─ Merda ─ balbucia ele, erguendo-se para deixar aquele batalha.
Já não importava mais. Bakugou ainda tem uma batalha para lutar, e um inimigo desconhecido para vencer. Mas não importava. Sua mãe respirava, e finalmente os olhos puderem se fixar em Alessa.
─ Kacchan ─ Midoriya gritou esperando que ele pusesse a vítima no solo em segurança e tornasse para lhe cobrir, Bakugou, porém, sequer escutou.
Agarrou Mitsuki em si, e só agora percebendo onde está, encosta a testa de sua mãe na curva de seu ombro, desencaixando o arsenal que eram as armaduras em seus antebraços.
Tão rápido quanto tirou as braçadeiras, agarrou-a pela nuca, afundando o rosto de Alessa doutro lado de seu peito.
Katsuki só a liberta quando sem conseguir respirar, Alessa ofega empurrando-o minimamente.
─ Você tá bem? ─ ela pergunta com a voz trêmula.
─ Que porra você tá fazendo aqui, caralho? ─ esbraveja, parecia até mais irritado do que preocupado. Logo se ergue pisando com força, puxando Alessa pela mão e conduzindo-a a ficar atrás de suas costas.
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanficHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...