Havia seis meses que o padrinho de Alessa ligou para Katsuki. No telefonema, um sotaque italiano muito carregado dizia que a perícia do sul siciliano tentava o contato com ela, com o intuito de notificá-la quanto ao mau súbito do homem de 55 anos. Tito, seu padrasto, havia falecido no quarto de hotel, fora da temporada de veraneio. Na ocasião Alessa estava grávida de quase seis meses e aconselhado por sua mãe, Katsuki achou que essa notícia podia esperar um pouco mais se isso significasse que uma alteração em seu sistema nervoso pudesse afetá-la ou às meninas.
Faltando poucos dias para o fim do resguardo, seu marido lhe contou. E assim que soube, Alessa ligou para o Don Falantini e conversou por mais de duas horas com ele. Seu padrinho prometeu que ela não precisava se preocupar com absolutamente nada, que ele faria tudo por ela, desde a papelada para o óbito de Tito, quanto a regularização da rede de hotéis e o veículo que o homem tinha e, apenas quando ela achasse que estava pronta, deveria ir até Palermo para assinar uma papelada que ele havia deixado pronta para ela. Nenhum deles queria ir, isso porque as gêmeas não têm imunidade o suficiente para uma viagem desse porte, mas no fim, quando dois meses desde o falecimento do padrasto se passaram, a justiça italiana notificou o fim do prazo para regularização dos bens em nome de Alessa.
Antes disso, Katsuki nunca pensou que montaria uma mala toda apenas com fraldas, lenços, pomadas e mamadeiras. Sequer precisaram acionar a ajuda de Mitsuki e Masaru, antes mesmo de eles pedirem, o sogro já havia reservado as passagens e a loira estava chegando com presentinhos para a primeira viagem das netas. Eram cobertores felpudos e antialérgicos, além de muitos boddys, meias minúsculas e touquinhas para protegê-las totalmente dos termômetros que com certeza, em janeiro, estavam abaixo de zero na Itália.
Se agasalharam perfeita ─ e olhando como as meninas dormiam afundadas naquele mar de roupas e cobertas, Alessa acha que perfeita e até exageradamente ─ e embarcaram no voo para sua terra natal.
Apesar de estarem indo resolver problemas de adultos, foi muito rápida a maneira em que outra faceta daquela viagem ficou explícita e atingiu eles em cheio. Se olhassem com outros olhos, estavam retornando para o início de tudo, exatamente para onde se conheceram, depois de uma década.
Essa consciência os fez entrelaçar os dedos, deitados no encosto do avião enquanto apenas olhavam um para o outro, em silêncio, com as meninas bem presas aos bercinhos que as comissárias montaram para que pudessem viajar com segurança e confortavelmente sob os olhos dos pais.
A medida em que se aproximavam do destino, uma ansiedade extremamente gostosa crescia dentro deles.
Katsuki não achou que ficaria nervoso, mas estava. E Alessa não pensou que depois das meninas, algo a emocionaria de novo. Bem... Já que tinham que voltar à Itália, e isso significava que estariam outra vez onde tudo começou, decidiram que era hora de ler os seus votos de casamento que estavam guardados justamente para isso, uma ocasião que poderia ser totalmente especial e como combinado, seria lido depois do seu primeiro filho.
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanfictionHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...