68 💥 para ter respostas e matar a saudade

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O trajeto de volta para casa foi exatamente como Bakugou imaginou que seria: melancólico, deprimido e tão silencioso que ele quase não suportou. Quase. No fim, estava irredutível, como se a mulher da sua vida não estivesse beirando à uma crise ansiosa. Ele decidiu esperar um pouco, e ver se aquilo não passaria ou ao menos amenizaria assim que ela entrasse pela sala.

Enquanto o noivo dirigia pelas ruas da cidade, Alessa fechava os olhos com o rosto virado para a janela. Havia tantos motivos para estar radiante, então por que se sentia tão abatida? Ele acabou de se sentar em sua frente, extremamente bonito e atraente, gentil e atencioso, dizendo literalmente que queria trocar o amor da sua vida ─ seu porsche cayanne ─ por um carro de família. 

Então... Se as coisas estão indo tão bem, por que ela estava se sentindo assim? Como se... como se faltasse uma parte dela? Uma pequena, específica e preciosa parte... Que Alessa tem a impressão de que nunca irá recuperar...

Alguns minutos depois, Bakugou estacionando na garagem. Os olhos escuros dela passam rapidamente para a maserati guardada ali. Estava tão angustiada que se perguntou "por que diabos comprei um carro desses?".

Mas, ignorando um pouco sua feição horrível, Katsuki desce do carro e espera ela descer também, abrindo a porta de casa para entrarem. Já na sala, acende a luz e como quem não quer nada, fica para fechar a mesma depois que Alessa entrar.

Ela entra e seu coração se contrai. Se contrai e acelera.

Seu tapete preferido na sala dele. E um vaso de flor que ele já tinha chamado de "a coisa mais brega que eu já vi na vida", num pilar posto exclusivamente para o artigo decorativo dela.

Katsuki a assiste prender a respiração, mordendo o lábio com força ao captar tudo o que havia  de diferente ali. 

As almofadas ─ Alessa quase grita consigo mesma dentro da própria cabeça. ─ Sim, ele comprou almofadas chinesas... ─ repara nisso e também no novo porta-retrato na sua estante. A foto era sem dúvidas a melhor que capturaram deles na cerimônia de casamento dos Midoriya.

Bakugou achou que se misturasse um pouco das suas coisas, sem destoar nem do que ele gosta,  nem do que ela gosta, as coisas ficariam legais na casa nova. Decidiu fazer um teste e quando liberou a casa que ela alugava, mesclou um pouco nas peças de onde eles ficariam até a mudança para a casa nova.

─ Que merda! ─ era uma forma estranha de ela dizer que estava emocionada, ficando na ponta do pé para abraçar-lhe o pescoço. ─ Ficou lindo... 

─ Lindo vai ficar em Nakameguro ─ era o que ele estava pensando, mas ouvi-lo dizer em voz alta a abalou de todas as maneiras possíveis.

Alessa começou a chorar, incontrolavelmente. E vendo claramente que não era apenas por causa do processo deles, Bakugou a deixou. 

─ Sobe ─ ele disse baixo, Alessa o percebeu um pouco perturbado. ─ Vou pegar umas roupas confortáveis pra gente. 

Ela apenas balança a cabeça freneticamente, sobe as escadas secando suas lágrimas enquanto entra no banheiro.

Ao entrar no seu quarto, Bakugou percebe que talvez ela só iria notar os detalhes deste cômodo pela manhã. Mas por agora, ele não se importa. Todas as roupas que ela tinha na antiga casa estavam ali, em um espaço ajeitado para ela. 

E os armários tradicionais, de cores frias e perfeitamente envernizados que eram do antigo quarto de Shoto agora estão ali, servem de sapateira para ela e mesmo que ela brigue com ele, tanto por ter gastado um dinheiro desnecessário quanto por ter arrumado de um jeito que não é o jeito dela, ele fez o que pôde catando todas as partes daquela casa que havia uma maquiagem espalhada, acabou guardando na penteadeira nova, junto com aquelas luzinhas idiotas que ela disse que queria.

Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora