NA TARDE PASSADA, o doutor Takeshi veio lhe atualizar sobre como tem se desenrolado o processo. Aparentemente, surgiu uma pequena possibilidade de Katsuki não cumprir a pena que, segundo seu advogado, seria acertada acima de vinte e cinco anos. Talvez quinze, se ele não arranjasse confusão.
Agora Bakugou não tem certeza de quantos dias faz que ele está confinado. Quarenta e seis, quarenta e sete, quarenta e oito talvez. Se perdeu nas contas há aproximadamente duas noites atrás, quando quis dormir e acabou tendo uns sonhos esquisitos. Acabou ficando com raiva e o efeito da droga usada pelos agentes penitenciários parecia, muito precocemente, começar a passar de seu organismo.
─ Dynamight ─ às dezesseis horas da tarde, o detento da cela ao lado ouviu o loiro ser chamado, sarcasticamente, pelo seu codinome heroico. Deitado com as mãos sob a cabeça, Bakugou encarava o teto, os coturnos do uniforme sequer havia saído de seus pés, comprovando que de fato ele já sabia que não conseguiria dormir.
Então, desinteressado, os olhos escarlates desviam-se do teto para as grades do seu lado direito, fixando-se no rosto pálido do agente que pretendia acordá-lo.
─ De pé ─ o homem ordena, e para o bem da verdade, não gosta da incumbência de dar ordens para um herói com uma individualidade como a dele, muito menos no corpo de uma personalidade tão agressiva e hostil.
No entanto, Bakugou não estava afim de briga. Apenas se ergueu, mostrando-se bem mais alto que o agente.
─ Os caras da 42 disseram que suas mãos estão faiscando enquanto dorme ─ por impulso, ele ergue os olhos atrás das grades que o agente abre, procurando o rosto dos prisioneiros da cela 42, que ficava bem de frente para a sua. ─ Não pretendia avisar que sua individualidade estava retornando antecipadamente? Talvez quisesse fazer uma demonstração explodindo todos aqui dentro.
Bakugou fica de costas e não expressa nada em seu rosto quando o cara aperta seus pulsos com as algemas, empurrando-o para fora da cela em seguida.
─ Todos não ─ responde. ─ Apenas você ─ irrita o homem, mas a verdade é que, desde que foi preso, não havia sentido resquício algum de sua individualidade. Como se, no fundo, estivesse até mesmo esquecido de como usá-la.
Bakugou é conduzido para o final do corredor onde ficava sua cela, no segundo andar da prisão. Enfiado dentro do elevador, os olhos atentos entendem aonde estavam indo: era para a sala de operação, provavelmente para repôr aquela injeção, passando um pouco mais de segurança para as pessoas a sua volta, já que mantê-los drogados parece a única chance de abrigar tantas peculiaridades num lugar como esse.
─ Deixe-me ver... ─ um aparente médico balbucia assim que a porta do elevador se abre bem na entrada de seu consultório. ─ Bakugou... Katsuki ─ lê na ficha do preso, escolhendo qual dose seria o suficiente para suprimir tal peculiaridade. ─ Sente-se na maca, por favor ─ o médico indica e o loiro o faz.
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Katsuki Bakugou ─ Explosivo 2
FanficHá sete anos que Katsuki se despediu daquela italiana. E sete anos depois dela, não havia mais nada que ele pudesse desejar. A carreira dos sonhos, sua casa, fama, dinheiro. Bakugou tinha tudo e não sabia que ainda a queria - e queria explosivamente...