Beautiful Stranger

21

Gemi com a dor forte em minha cabeça assim que abri os olhos. Massageei minhas têmporas enquanto olhava os vestígios do sol, deduzindo que ele havia acabado de se pôr.

Tateei as mãos na cama até achar meu celular, que logo desbloqueei vendo a barra de notificações.

Revirei os olhos com a mensagem de Priscilla dizendo que vinha aqui no fim da tarde, mas isso foi há 4 horas.

Levantei e fui ao banheiro tomar um banho e escovar os dentes, depois vesti um cropped preto de alça fina junto com uma calça moletom. Passei meu perfume e desci assim mesmo, com os cabelos num coque muito bagunçado.

- Oi, Nath. - Emily disse me abraçando pelo meio. - Mamãe tá na cozinha com a Pripri.

- Pripri? - Fiz uma careta. - Okay.

Fui até a cozinha me escorando no batente da porta e cruzando meus braços.

- Totalmente de acordo. - Priscilla disse e depois percebeu minha presença ali. - Oi. - Sorriu levemente.

- Sente aqui, Natalie. Quero que coma tudo, entendido? - Minha mãe disse.

- Mãe! - Reclamei a obedecendo.

- Não. Só levanta daí quando comer tudo. - Falou guardando a jarra de suco na geladeira. - Eu não queria agir como se você fosse uma criança, mas você tinha que jogar a comida pro cachorro, Natalie?

- Ele me ameaçou. - Resmunguei cruzando os braços.

- Ah, claro. A Priscilla vai conferir se você fez o que eu disse. - Falou se retirando da cozinha e bufei.

Por que a Priscilla se meteu assim?

- Oi de novo, senhorita Smith. - Se aproximou sorridente.

- Eu preciso falar algo pra você ou as minhas expressões falam por si só? - A olhei no fundo dos olhos.

- Não banca a brava. - Disse sentando na cadeira ao meu lado.

Revirei os olhos e voltei minha atenção pro prato à minha frente; cheio de salada, frango empanado e macarrão. Parecia realmente uma delícia, não lembro da minha mãe ter feito uma comida ruim.

- Vai ficar só admirando?

- O que você veio fazer aqui mesmo? - Perguntei sem a olhar.

- Sou a fiscal das suas refeições.

- Bem merda. - Ergui as sobrancelhas rápido.

- Vou fingir que não ouvi isso e fazer um aviãozinho pra você comer. - Falou pegando a colher e enchendo. - Abre a boquinha. - Disse com uma voz fofa e a olhei.

Ela tinha os cabelos amarrados num coque, um gloss nos lábios, uma expressão convencida com a língua entre os dentes. Vestia uma camiseta vermelha e fina sem sutiã, um short jeans e... que merda. Voltei a olhar seu rosto e sua expressão sorridente não estava mais ali.

Eu tinha vontade de me inclinar e beijá-la, até perder o fôlego. Mordi o lábio inferior imaginando tal coisa e cruzei as pernas.

- Minha boca tá suja? - Ela perguntou me fazendo querer desviar o olhar pela vergonha.

- Hum-hum. - Respondi negando com a cabeça e subindo o olhar para seus olhos.

Ela deixou a colher de volta no prato, sem que parasse de me olhar e senti uma mão sua em minha coxa, descruzando minhas pernas suavemente e a outra mão foi de encontro ao meu pescoço.

Mordi o lábio forte quando ela apertou minha coxa e prendi o ar com sua carícia em meu pescoço.

Ela estava a cada segundo mais inclinada em minha direção, fitando meus lábios sem discrição e me deixando sem ação.