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- Finally sexta-feira! - Vero gritou vindo me abraçar.

Estava sentada com o Rodrigo e Ally em uma das mesas da cantina.

- Não lembro do meu nome ser esse daí não. - Falei voltando a tomar meu refrigerante.

- Vocês querem fazer algo depois do Karaokê? Eu estava pensando em uma baladinha. - Vero disse se sentando ao meu lado e pondo o braço por cima de meus ombros.

- Hum, é uma boa. - Rodrigo respondeu.

- Meus pais não me liberam pra festas. - Ally respondeu brincando com o canudinho do copo.

- Garota, você tem uns 18 anos! - Vero falou.

- Mas moro com eles. - Ally deu de ombros.

- E se você falar que vai pra minha casa? - Rodrigo sugeriu.

- Que coisa feia, incentivando a garota a mentir. - Ouvi a voz de Lucy atrás de mim.

- Jamais. - Rodrigo disse erguendo as mãos.

- É feio também escutar as conversas alheias. - Vero resmungou.

- Mas a senhorita está doida pra dar uma volta na minha sala, hum?

- Não, senhora. - Vero respondeu mordendo o lábio com um sorrisinho de lado.

- Amiga, disfarça. - Falei.

- Eu vim pedir para vocês irem ao auditório depois que o sinal tocar. - Lucy disse após limpar a garganta. - Sem atrasos.

...

A voz da diretora ia ficando mais longe e eu estava paralisada, não conseguia acreditar que aquilo realmente havia acontecido.

As lágrimas escorriam pesadamente sobre minhas bochechas, logo caindo em minha roupa, enquanto um nó se formava em minha garganta.

Rodrigo falava algo no meu ouvido que eu simplesmente não conseguia entender. Senti ele me puxar e me abraçar, afagando meus cabelos e o apertei de volta, tentando controlar meu choro.

Quanto mais eu tentava não chorar, mais flashes dos meus momentos com ela apareciam.

Alex estava tão feliz com a sua vida, ela e Piper (a garota do date) estavam quase namorando. Ela me contou o que estava planejando para pedir a garota em namoro com tanta animação, seus olhos brilhavam como uma criança recebendo um doce.

Por que existe gente tão irresponsável e filha da puta?

Alex e Piper morreram por culpa de um maldito motorista de caminhão chapado que perdeu o controle do mesmo e acertou em cheio o carro em que elas estavam ontem à noite.

E ele ainda saiu apenas com alguns ossos quebrados.

- Ele deveria ter morrido também! Drogado de merda! - Resmunguei contra o pescoço de Rodrigo.

- Calma, ele vai ser preso e pagar por isso. - Rodrigo sussurrou de volta. - Eu sei que não é suficiente, mas ele ter morrido não traria nenhuma de volta.

- Mas seria justo. - Funguei enxugando minhas lágrimas.

A diretora finalizou a fala dizendo que as aulas e qualquer atividade estavam suspensas por hoje.

- Quer ir pra minha casa? - Rodrigo perguntou quando estávamos em frente ao portão e neguei com a cabeça.

- Eu preciso ficar sozinha.

- Tá bom, qualquer coisa me liga. - Disse depositando um beijo em minha testa e me abraçando apertado.

Quando Rodrigo me soltou Ally me abraçou e se afastou em silêncio, me dando um sorriso confortante.

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