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- Boa sorte, Vero. - A abracei antes dela ir à sala da sua crush. - Tome cuidado.

- Obrigada, Nath. - Ela falou segurando em minhas mãos. - Se cuida, depois te conto como foi.

- Tá bom, bye bye! - Solto um beijo indo em direção a saída.

Veronica resolveu que iria na sala da coordenadora, com alguma desculpa esfarrapada, e flertar com ela. Louca, né? Essa é a minha garota!

Ela me olhou sorrindo, antes de virar no corredor, e eu lembrei daquela desconhecida em meu sonho.

Dizem que os estranhos que aparecem em nossos sonhos são pessoas que já vimos antes, quer lembremos ou não, porque o nosso cérebro não é capaz de inventar rostos. E também há quem diga que são espíritos em outras dimensões, ou pessoas de vidas passadas.

Eu com certeza me lembraria daquele rostinho se já tivesse visto. Então resta dizer que aquela garota está morta, já que é um espírito, ou nos vimos em outra vida.

Quem dera eu a conhecesse, ela é tão linda. Sorri boba. Não que eu tenha me atraído por alguém que provavelmente não existe, é só que, nossa, aquele sorriso, aquele olhar... imagina a voz dela.

- Quer uma carona, gata? - Tomei um susto com a voz em meu ouvido.

- Vai se ferrar, Zayn. Caramba, quer me matar? - Ele gargalhou e pôs as mãos para trás.

- Vamos, eu te dou uma carona. - Relutei um pouco, mas aceitei.

Enquanto colocava o capacete expliquei o caminho pra ele. Me pergunto, por que ele trás um capacete a mais?

Quando me dei conta já estava em casa. Agradeci e entrei quase correndo pela porta.

- Oi, Nath! - Minha irmã surgiu de algum lugar me abraçando.

- Oi, mocinha! Já almoçou? Está pesada, garota. - Digo a soltando.

- Já sim, mamãe disse que está quase na hora da escola. - Diz empolgada, ela tem oito anos.

- Boa aula, hein! Cadê a mãe?

- Ela tá lá no quarto.

- Tá bom, vou pro meu quarto, okay?

- Tá bom, Nath! - Concorda dando um beijo em minha bochecha.

Chego no meu quarto, jogo a mochila em um canto e tiro a minha roupa para tomar um banho.

Depois do banho, me enxugo e enrolo a toalha em meu corpo. Desço para a cozinha e ponho meu almoço: salada com arroz e uma coxa de frango assado. Após comer lavo a louça e coloco pra secar.

- Como foi no colégio hoje, minha filha? - Minha mãe chega perguntando quando termino de colocar a última louça para secar.

- Ah nada demais, mãe. - Digo secando minha mão. - O Rodrigo saiu mais cedo, eu e a Vero ficamos, Zayn deu em cima de mim de novo, mas peguei uma carona dele. - Fiz um misto de careta e sorriso.

E daí continuamos conversando. A relação com minha mãe é sempre amigável assim, eu gosto.

Subi pro meu quarto e me joguei na cama de toalha, está quente esta tarde. Liguei para o Rodrigo, e no segundo toque ele atendeu:

- Oi Nath, aconteceu alguma coisa?

- Sim, mas eu liguei pra saber se tá tudo bem aí...

- Ih, o que houve?

- Amanhã no colégio te conto.

- Ta legal. Aqui está tudo bem, estou meio ocupado...

- Ocupado com o quê? Tem a ver com você ter ido pra casa mais cedo?

- Tem sim.

- Quer me contar ou tá difícil?

- Calma curiosa. - Ouvi ele rir do outro lado. - Minha prima chegou de viagem hoje, fui buscar ela no aeroporto de manhã, por isso saí cedo. E então estou ajudando ela com as coisas, ela vai ficar no quarto de hóspedes até passar do mês de teste no novo emprego.

- Hum, ela já conseguiu emprego?

- Diz ela que conseguiu um sim e vai começar amanhã, mas não quis me contar. Ela falou que eu iria descobrir.

- Ah fico feliz por ela. Ela morava onde mesmo?

- Em Portugal. Mas ela voltou recentemente de uma temporada no Brasil, passou mais ou menos um ano lá.

- Que legal. E você sabe que é meu sonho conhecer Portugal, por que não me apresentou ela antes?

- Eu prefiro a Argentina - Riu. - Nem sei, mas quem sabe vocês não viram amigas e possam dar uma voltinha por Portugal, hum?

- Pode ser, que idade ela tem? O namorado português ou brasileiro dela, não vai ficar enciumado com isso? Você sabe que sou linda demais, e posso roubar ela dele. - Escutei meu amigo rir do outro lado da linha e cochichar com alguém que riu também, uma voz feminina, uma risada gostosa. - Eu virei palhaça agora, Rodrigo? - Falei num tom falso de irritação. - Ela que tá aí com você, né?

- Você ainda me mata, Nath, por Deus! Deixa de ser convencida, minha deusa grega. Ela tem 23 anos e não tem namorado.

- Me chama de deusa grega e não quer que eu seja convencida?! - Começo a rir. - 23 anos é uma boa, quase não tem diferença para 17 anos. Idade é só um número.

- E cadeia é um lugar. Inclusive, ela quem aqui comigo. Fala "oi" pra ela Priscilla...

Beautiful StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora