05

511 33 3
                                    

Já era sexta-feira e eu havia acabado de comer na cantina, acompanhada por Ally e Rodrigo. Eles se deram bem, isso me deixa muito feliz.

- E aí Nath, 'cê vai? - Rodrigo me perguntou.

- Pra onde, Rô? - Falo perdida.

- Noite de filmes lá em casa, vamos? - Respondeu animado.

- Eu penso no seu caso, tá bom? - Respondo brincalhona.

- Ourra, Rô, ela tá difícil. - Ally debocha.

- Vai Nath, a Priscilla vai participar! - Disse sorrindo malicioso.

Eu já havia contado pra ele que a Priscilla era a garota do meu sonho e tudo mais. Ele disse que a gente daria um casal muito fofo, e ela curte girls também...

- Priscilla é a senhorita Pugliese? - Ally indaga curiosa.

- Sim, é ela. Mas isso é segredo, baixinha. - Digo e ela concorda com a cabeça. - Em Rô, é sério... eu vou pensar se vou ou não, tá? Tô meio sem disposição. Vai rolar que horas mesmo?

- Amanhã, a partir das seis da noite já pode aparecer. Espero que você vá!

O sinal tocou indicando o fim do intervalo, eles foram para suas salas e eu fui ao banheiro. Enrolei, me olhando no espelho e entrei em uma cabine.

Após sair de uma das cabines eu lavei minhas mãos e dei uma arrumada no cabelo. Fiquei encarando a minha imagem no espelho com um certo mal-estar, uma falta de coragem gigante.

- Quer dizer que tu estás matando aula, Smith? - Priscilla fala após sair de uma das cabines e ir lavar as mãos.

- E quer dizer que você está se atrasando para dar aula, senhora Pugliese? - Rebato com um sorrisinho. - Aconteceu alguma coisa com o banheiro de vocês?

- Ah, é, ele só estava cheio. Já dá para parar de me chamar de senhora? - Perguntou colocando as mãos na cintura.

- Ou o quê? - Falei desafiadora.

Ela umedeceu os lábios com a língua, depois deu uma mordidinha lenta no lábio inferior me olhando de uma forma que eu não soube decifrar.

- Eu vou pra minha sala, tenho o horário livre agora. Você deveria ir estudar. - Ela disse de forma rápida, desviando o olhar.

- Eu não estou me sentindo bem, senhorita Pugliese. - Falei apoiando as mãos no balcão da pia.

- Que tal eu te levar à enfermaria? - Fala segurando em meu ombro.

- Tudo bem.

Ela rodeou o braço em meu corpo e colocou um braço meu por cima de seus ombros, pra me ajudar a andar.

A cada passo eu conseguia sentir minha cabeça doendo e pesada, uma sonolência e uma fraqueza terrível. Meus olhos pareciam querer se fechar a todo custo, e a última coisa que eu vi foi a senhorita Vives correndo até mim.

Acordei na enfermaria. Eu estava deitada em uma maca e a enfermeira Vause me olhava atentamente.

- Acha que consegue se sentar? - Afirmei com a cabeça e ela me ajudou a ficar sentada. - Toma um pouco disso. - Me entregou um copo que parecia água com alguma coisa diluída e eu tomei sentindo um gosto salgado.

É por isso que ninguém bebe água do mar, ô coisa ruim.

- Obrigada, Alex. - Falei tentando me levantar pra sair dali.

- Ei, calma aí! Você só vai voltar pra aula no último horário, senhorita. - Ela disse me ajudando a ir até um sofá.

- Foi tão grave assim? Eu já tô melhor.

Beautiful StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora