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- Eu sinto muito, muito mesmo por isso. Eu sei que nada que eu diga vai tirar essa dor de você, e só você sabe o quanto isso te quebrou. Mas, deve ter alguma coisa boa pra se tirar disso. E vai ficar tudo bem, está bem? Nem pense em desistir. - Me abraçou mais forte ainda. - Você tem à mim, não importa onde eu esteja, me ligue, me mande uma mensagem e eu darei meu jeito de vir do outro lado do mundo até você. - Afastou seu rosto do meu e enxugou minhas lágrimas. - Eu te amo, lembre sempre disso. - Falou com os olhos marejados e as mãos segurando meu rosto. - Eu posso sumir as vezes, pela minha rotina, mas você pode contar comigo.

- Obrigada. Eu te amo também. - Beijei demoradamente sua bochecha.

A manhã do sábado se passou tranquila e eu me senti aliviada após contar da minha família para a Bárbara.

E agora estávamos abraçadas sobre o sofá assistindo um desenho na TV, enquanto uma lasanha está no forno para o almoço.

Batidas na porta tiraram nossa atenção da tela.

- Pediu alguma coisa? - Questionei.

- Não. Vai lá ver quem é, vou olhar nossa lasanha. - Levantou-se e deixou um beijo na minha testa.

Sorri com sua gracinha, ela ia toda saltitante numa dança aleatória.

Me espreguicei e fui abrir a porta.

- Oi, deusa grega. - Saudou sorridente. - Vinhemos almoçar com você hoje. - Me abraçou, me tirando do chão e eu só conseguia olhar pra companhia atrás dele.

- Oi, Rô. Quando cê me soltar, pode entrar. - Ele me colocou no chão e passou por mim já indo pra direção de Bárbara, que estava parada na porta da cozinha.

Os dois se cumprimentaram e entraram na cozinha, e eu olhei pra mulher à minha frente, sem nem saber como dizer qualquer coisa.

Apenas dei espaço pra ela entrar, ela estava com uma sacola e foi na direção da cozinha.

Fechei a porta atrás de mim e me encostei nela. Totalmente nervosa. Tenho mesmo que ter aquela conversa com Priscilla hoje? Não pode ser, sei lá, daqui um ano?

- Ei, o que foi? - Bárbara perguntou ao me ver ali estática e neguei com a cabeça, me recompondo.

- Está perto de terminar?

- Mais uns 5 minutinhos e já está no ponto. - Respondeu me prendendo com o guardanapo quando dei as costas para sair. - Não sem antes me dizer o que ela disse.

- Bah, a gente não trocou uma letra. - Falei.

- Como assim? Nem um "boa tarde", um "entra"-

- Nadinha. - Fiz careta. - Eu tô sem saber o que dizer a ela, ou como dizer a ela.

- Ai, ai, ai... - Bárbara resmungou e saiu negando com a cabeça.

Se eu pudesse eu sumiria.

...

- A Deb é adorável. Sério. - Bárbara falava sobre a mulher que estava saindo.

Conversas e mais conversas deles, enquanto eu brincava com a metade da minha lasanha. A ansiedade me deixava sem fome.

- Não é, Nath? - Ouvi a voz de Bárbara.

Olhei surpresa e perdida.

- Não estava prestando atenção. O que foi?

- A Bah estava dizendo que você anda meio fechada, querendo se isolar e se afastar de todos ultimamente. E que vocês tiveram uma conversa e você prometeu que se esforçaria pra não se afastar da gente. - Rodrigo explicou.

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